Capítulo 6

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SELIN

Sempre me perguntei o porque das pessoas dizerem que após uma pessoa ser traída nascem chifres em sua cabeça, mas de onde realmente saiu essa idéia?

— Mais alguma pergunta? —questionou Théo.

Pisquei algumas vezes e voltei a realidade, eu já tinha acabado de fazer as minhas perguntas em relação a entrevista, apesar dele ter se recusado em responder todas as perguntas que envolviam sua vida pessoal.

Ele se limitou a responder apenas coisas relacionados a sua empresa e fama, mas é melhor que nada.

— Terminei. —respondo e encaro a sua cabeça com curiosidade. — Tem uma coisa no seu cabelo.

Acabei mentindo a curiosidade realmente estava me matando. Será que essa história de chifres é realmente verídica?

— Com licença. —peço e me levanto da cadeira do seu escritório e me inclino sobre a mesa e toco em seu cabelo. — Prontinho.

Forço um sorriso para ele ao mesmo tempo em que constato que sim, chifres não tem a menor possibilidade de nascer em uma cabeça.

Ele limpa a garganta parecendo um pouco desconfortável.

— Tenho algo para você. —declarou e estendeu o seu celular em minha direção. — Pegue.

Franzo a testa e me sento outra vez pegando o celular com o olhar dele sobre mim. Engulo em seco assim que vejo algumas fotos minhas entrando no prédio onde moro.

Ergo o meu olhar para Théo que me observa com os olhos cerrados.

— Conhece essa garota? —questiona ainda me encarando.

Olho com atenção para as fotos e percebo que foram de hoje já que estou usando o seu paletó.

— Não conheço. —respondo na cara dura.

— Mesmo? —insiste dessa vez cruzando os braços sobre o peito. — Me parece muito com você.

Olho novamente para o seu celular nas minhas mãos, em seguida o entrego.

— Agora que você falou, realmente parece um pouco comigo. —sorrio sem jeito. — Mas acho que essa da foto está um poquinho mais bonita.

— Para de fingir garota! —Irritou-se. — Você acha mesmo que eu não percebi que você me seguiu? Então te segui de volta quando você voltou para casa e tirei essas fotos, vai continuar negando agora?

Solto um suspiro derrotada.

— Me desculpe, eu não deveria ter te seguido.

Théo revira os olhos.

— Eu só não te coloquei daqui pra fora em consideração ao Lucas. —informa me olhando com seriedade. — Mas agora que te dei o que você queria, quero que você suma da minha vida.

Apenas assinto freneticamente.

— Tudo bem. —me levanto da cadeira outra vez. — Me desculpe novamente, e aqui está o seu paletó.

O entrego o seu paletó, ele o pega e deixa em cima do sofá do seu escritório em seguida saímos.

Assim que chegamos na sala encontro Nancy a senhora de cabelos grisalhos que sorri ao me ver.

— Venha jantar conosco mocinha. —convida.

Abro a boca para responder mas Théo responde mais rápido.

— Ela já está de saida.

— Eu estava de saída, mas comida não se recusa. —sorrio descaradamente para ele que me olha incrédulo. — Eu estou faminta.

— Então, venha. Vamos logo resolver isso.

A senhora Nancy coloca o braço em volta dos meus ombros e me guia até a sala de jantar. A pequena Mariana está jantando sozinha em uma mesa repleta de comida deliciosa.

Imediatamente passo as língua sobre os meus lábios, sem perder mais tempo me sento de uma vez na cadeira próxima a Mariana.

Théo se senta ao meu lado enquanto a sua mãe senta-se em uma cadeira de frente para mim.

Uma empregada se aproxima e serve aos dois, mas assim que chega a minha vez digo que não precisa.

Encho o meu prato de tudo um pouco e ataco a comida como se a minha vida dependesse daquilo.

— Hum... —resmungo fechando os meus olhos apreciando o sabor. — Isso aqui está divino.

— Moça, você é engraçada.

Abro os meus olhos e encaro a garotinha ao meu lado que sorri graciosamente para mim. Termino de mastigar e estendo a minha mão em sua direção.

— Você pode me chamar de Selin. —ela sorri e aperta a minha mão de leve e à solta em seguida. — Você é Mariana né?

— Sim, sim. —responde contente. — Selin, você agora é amiga do meu pai?

— Minha filha, agora é hora de jantar e não de conversar. —o seu pai nos interrompe.

— Sim, papai.

A garotinha voltou a comer e novamente o silêncio reinou sobre a mesa.

Assim que terminamos de jantar nos levantamos.

— Selin, você quer participar da hora do chá das minhas bonecas? —Mariana pergunta animada.

— Meu amor, a senhorita Selin já está de saída. —respondeu LeBlanc e me olhou em seguida.

— Vem meu bem, eu brinco com você. —a senhora Nancy saiu com a neta desaparecendo da minha visão rapidamente.

— Vamos. —resmungou impaciente.

Ele segura em meu braço e me puxa delicadamente até a porta da sala.

— Espera. —reclamo e puxo o meu braço da sua mão assim que ele abre a porta.

— O quê foi agora? —retrucou irritado.

— Sem querer ser abusada, mas será que você poderia me dar uma carona? —pergunto sem graça. — É que a minha casa fica longe daqui e já está muito tarde.

— E você não pode pedir um táxi?

— Não seja tão pão duro, você é quem é o rico da história táxi é muito caro não posso me dar ao luxo de ir e vim em um sempre que eu for sair.

Ele sorri parecendo incrédulo.

— Não seja abusada garota, não tenho obrigação nenhuma de te oferecer carona.

— Acho que o Lucas ficaria chateado em saber que você não me ajudou quando eu precisei.

Ele revira os olhos e me empurra sem nenhuma brutalidade para fora da sua casa, mas antes que ele feche a porta eu à empurro.

— Você me deve uma sabia?

O senhor LeBlanc desiste de trancar a porta e abre novamente.

— Eu não te devo nada. —franze a testa irritado.

— Claro que deve. —cruzo os meus braços e o encaro convencida. — A sua namorada está te traindo, depois que vocês saírem daqui ela irá se encontrar com outro.

O homem a minha frente me olha perplexo ao ouvir tais palavras.

— Então aquele bilhete...

— Sim, fui eu. —confesso. — Será que agora eu não merece uma carona?

Um Pouquinho De Felicidade [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora