Capítulo 13

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SELIN

— Ah não, esse vestido parece que você tem dez anos, prova outro.

Revirei os olhos e encarei a minha irmã sem ânimo algum, assim que Norah foi liberada do trabalho ela está enxendo a minha paciência sobre o que vestir.

— Norah, vê se não enxe. —resmungo impaciente. — Eu vou vestir qualquer coisa é só uma ida ao cinema.

— Um encontro você quis dizer. —cantarolou sentando-se na minha cama sorrindo debochada para mim.

— Não é um encontro. —nego e jogo nela uma saia azul que eu estava segurando. — E vê se sai do meu quarto.

— E deixar você ir ao encontro como uma adolescente ou uma vózinha? Nem morta maninha.

Bufo sem paciência e pego um vestido azul do meu guarda roupa e vou me trocar no banheiro, assim que volto coloco a mão na cintura para essa chata me avaliar.

— Agora sim. —sorriu contente.

— Graças a Deus. —suspirei aliviada e fui para a frente do espelho para pentear os meus cabelos.

— A propósito marquei uma consulta com o médico para você.

— Sério? —me viro para encará-la. — Muito obrigada.

— Por nada, quero que o meu sobrinho ou sobrinha seja bem cuidado. —ela sorri. — Só que você terá que faltar a faculdade amanhã porque a consulta é de manhã.

— Tudo bem. —dou de ombros e me aproximo da minha irmã sentando-me ao seu lado. — Eu ainda não acredito que isso aconteceu.

— Nem eu. —ela segura as minhas mãos. — Mas já dissemos que seja como for estaremos com você.

Sorrio feliz e abraço a minha irmã, assim que nos separamos olho para ela.

— Norah, o Chris nunca mais te incomodou?

Minha irmã suspira fundo.

— Na verdade não, mas não fico nenhum pouco tranquila com isso. —confessou apreensiva. — Algo me diz que ele ainda desistiu.

De repente um arrepio percorre o meu corpo.

— Credo. —estremeço, mas logo esqueço esse assunto quando ouço alguém buzinar do lado de fora da minha casa.

Não demora para que mamãe entre no meu quarto.

— Filha, o seu pretendente está lá fora.

Me levanto da cama e reviro os olhos.

— Ele não é o meu pretendente. —esclareço.

— Minha filha, vocês fizeram um filho  juntos acho até que ele é bem mais do que um pretendente.

Norah gargalha alto.

— Tenha um ótimo encontro maninha.

— Isso não é um encontro! —retruco e jogo um travesseiro nela.

— Não agrida a sua irmã, Selin.

— Foi ela quem começou, mãe. —me defendo.

— Pouco me importa quem começou vai logo de uma vez, não deixa o seu pretendente esperando, bom encontro para você.

— Argh! —resmungo irritada.

Que mania de insistirem que isso é um encontro, é um programa entre amigos só isso.

— Selin? —paro de andar e me viro avistando o meu pai sentado em sua poltrona na sala lendo um jornal. — Não chegue muito tarde, e tenha um bom encontro.

Faço uma careta quase chorando e bufo saindo de casa de uma vez por todas.

A primeira visão que tenho é de Théo encostado em seu carro destraido olhando as estrelas. Ele está usando uma calça jeans e uma camisa social branca.

— Eu não sabia que gostava de observar as estrelas. —digo enquanto me aproximo, só então ele percebe a minha presença.

— Na verdade é um dos meus passatempos preferidos. —confessou e sorriu levemente. — Como vocês estão?

— Estamos bem. —sorrio. — Onde está a Mariana?

— Ela não veio, acontece que ela acabou desistindo de última hora, pensei em te ligar para cancelar mas a Mariana insistiu que eu não cancelasse.

Algo está me cheirando a armação, mesmo assim deixo esse assunto de lado e entramos no carro.

O cinema não fica tão longe daqui o que é bom já que dessa maneira quase não daria tempo de ficarmos desconfortáveis no carro.

— Qual é o filme? —pergunto ao sairmos do carro.

— Estrelas além do tempo, conhece?

— Na verdade é um dos meus filmes preferidos. —confesso ele sorri e estende o seu braço em minha direção.

Dou de ombros e entrelaço os nossos braços, depois de todos os procedimentos procuramos os nossos assentos.

Théo me entrega o balde de pipoca, vez ou outra as nossas mãos se encostam quando vamos pegar a pipoca.

Acabo sorrindo, fala sério isso aqui está parecendo um filme de clichê americano.

Ignoro esse detalhe e me concentro no filme que é um espetáculo por sí só. No meio do filme tento me concentrar mas sinto cada vez os meus olhos ficarem mais pesados.

Vez ou outra acabo bocejando, tento me manter acordada mas logo não consigo mais manter os meus olhos abertos, então sinto a minha cabeça virar para o lado descansando em algo macio.

THÉO

Sinceramente sinto que estou entrando em um jogo totalmente perigoso. Conhecer essa moça não estava nos meus planos, não mesmo.

Mas desde o início eu havia percebido que ela era problema na certa. Minha primeira intuição foi me afastar, e Deus sabe que eu me afastei mas ela continuava a aparecer no meu caminho.

E veja só onde eu fui parar.

Agora ela estava grávida de um filho meu, eu não sou idiota um dia depois de dormir com ela imaginei que isso pudesse acontecer e realmente aconteceu.

E eu não posso mudar o fato de que serei pai novamente, sete anos depois serei pai outra vez.

Olho para Selin que está dormindo com a cabeça encostada em meu ombro, sorrio ao ver uma baba escorrer pela sua boca.

Essa menina é inacreditável, depois da Laura a minha ex esposa nunca vi alguém tão espontânea. Laura era exatamente dessa maneira quando nos conhecemos só é uma pena ela ter se perdido tanto do meio do caminho.

E hoje infelizmente se encontra na situação em que está.

— Só um sanduíche, seu velho mão de vaca! —Selin resmunga com os olhos ainda fechados. — Hum... Está muito bom.

Ela continua falando enquanto dorme, até que de repente ela sobressalta assustada.

— Você está bem? —pergunto preocupado.

Ela olha para os lados parecendo confusa, em seguida faz uma careta enquanto limpa a baba com o braço.

— Desculpa, eu acho que eu dormi. —confessou sorrindo sem graça.

Acabo sorrindo, sentimento um sentimento dentro de mim que há tempos não sintia.

Um Pouquinho De Felicidade [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora