SELIN
— Por quê você não toma uma atitude de uma vez?
Levei um susto ao ouvir a voz da minha irmã levanto a minha cabeça para encará-la só então percebo que ela havia entrado no meu quarto e eu nem tinha notado.
Não era para menos já que eu estava a quase meia hora sentada na minha cama com os olhos vidrados na tela do meu celular encarando o número do Théo.
Fiquei pensando no que a senhora Nancy conversou comigo mais cedo e no momento estou muito confusa.
— Falar é fácil. —resmungo jogando o meu corpo para trás caindo de costas em cima da cama.
A minha irmã se aproxima o som dos seus saltos ecoam pelo o meu quarto. Ela já estava arrumada para o jantar que teria com o Lucas daqui à pouco em algum restaurante.
Logo ela se senta ao meu lado e ajeita a minha cabeça em cima do seu colo.
— Falar não é fácil, na verdade é você quem é complicada demais. —retrucou enquanto passava as mãos pelo o meu cabelo. — Vai por mim maninha se você demorar demais com esse drama você vai perdê-lo.
— Quando foi que a minha vida se tornou essa novela mexicana em? —choraminguei fazendo uma careta.
A minha irmã sorriu e se levantou, me ajeitei me sentando novamente na cama.
— A sua vida está mais para o drama das séries turcas. —sorriu novamente. — Cabe a você decidir se o final será feliz ou não.
Dito aquilo Norah saiu do meu quarto me deixando sozinha com os meus pensamentos.
Ela tem razão.
A vida não precisa ser tão complicada.
Sem hesitar pego o meu celular e aperto em cima do contato do Théo, cada toque o meu coração batia fortemente até que finalmente ele atendeu.
— Selin? —pude perceber a surpresa em sua voz. — Aconteceu alguma coisa?
Respiro fundo e começo a falar.
— Não aconteceu nada, te liguei para saber se podemos conversar?
Ele fica em silêncio durante alguns segundos até que ouço novamente a sua voz.
— Podemos, onde você quer ir?
— Você pode escolher o lugar. —dou de ombros.
— Tudo bem, vou te buscar.
Nos despedimos e devo confessar que estou uma pilha de nervos. Antes que eu desista me levanto da cama troco de roupa e saio apressada do meu quarto.
— Onde vai mocinha?
Cesso os meus passos ao ouvir a voz autoritária do meu pai, me viro o encontrando em sua poltrona Assistindo algum programa de TV.
— Vou dar uma saidinha. —respondo.
Ele está concentrado na TV mas tenho certeza que a sua atenção está completamente em mim.
— Deixa a garota, Richard. —a minha mãe surge na sala secando as mãos com um pano de prato, logo o seu olhar recai sobre mim e ela sorri. — Vai se encontrar com ele não é mesmo?
— Depois sou em quem sou o intrometido não é Júlia? —provocou o meu pai.
— Olha aqui Richard, eu não estou sendo intrometida só quero ver a felicidade da minha filha.
Logo os dois começam a discutir sobre mim bem na minha frente, reviro olhos, eles estavam tão focados na discussão que acabaram se esquecendo da minha presença.
Aproveito a oportunidade e saio de fininho de casa, fico na frente da minha casa esperando pelo Théo.
Depois de vários minutos que mais pareceram horas vejo o carro dele se aproximar. Vou ao seu encontro e entro me sentando ao seu lado na frente.
— Você está linda. —disse ele assim que coloquei o cinto.
Me viro para olhá-lo e não evito de sorrir. Théo estava usando uma calça jeans preta e uma camisa azul.
— Você também está ótimo. —confesso, ele acabo sorrindo.
— Pensei em um bom lugar para a gente conversar. —avisou enquanto começa a dirigir. — Quase não acreditei quando você me ligou.
— Pensei muito e achei que merecíamos conversar.
Ele assente e se concentra na estrada enquanto dirige. Ficamos em silêncio durante todo o caminho, até que ele finalmente estaciona o carro.
Ao descermos andamos um pouco e me surpreendo ao concluir que estamos na praia.
Andamos sobre a areia e paramos em frente ao mar, Théo se senta na areia e faço o mesmo me sentando ao seu lado.
Ficamos em silêncio durante um tempo, nenhum de nós dois nos atrevemos a dizer algo. Ouviamos apenas o barulho das águas do mar.
— Selin, você acredita em destino? —questionou me fazendo virar a minha cabeça para olhá-lo.
Théo estava concentrado olhando para o céu.
— Talvez. —respondi dando de ombros. — Você acredita?
Ele sorri de lado e para de olhar o céu e me olha nos olhos.
— Quando eu era criança o meu pai me dizia, que nada nesse mundo acontece por acaso que sempre somos destinados a alguma coisa. —explicou e segurou a minha mão de repente. — Acho que você não entrou na minha vida por coincidência Selin.
Acabo soltando uma risada.
— Está querendo dizer que somos destinados?
Ele sorri.
— Não exatamente, não podemos colocar a culpa de tudo apenas no destino também somos livres para fazer as nossas escolhas, mas não foi escolha minha me apaixonar por você.
— E isso é bom ou é ruim?
Théo solta a minha mão e volta a olhar para o céu.
— No início eu achei que fosse ruim pois há tempos eu não sentia o que estou sentindo. Então pensei, quanto maior a expectativa maior será a queda. —ele sorriu sem humor. — Mas esse tempo longe de você me fez perceber que mesmo as vezes o amor machucando amar alguém é muito bom.
Arregalo os meus olhos.
— Amar? —questino surpresa. — Você me ama?
Théo me olha, seus olhos parecem tão sinceros.
— Amo, eu amo você Selin.
— Mas e a Laura?
— Sabe, eu realmente amei muito a Laura no passado, mas o amor é algo que deve ser cuidado para permanecer e hoje eu posso afirmar com total convicção que eu não amo mais a Laura.
Um sorriso involuntário surge em meus lábios, enquanto o meu coração dança de alegria em meu peito.
— Eu não entendo, você disse que me ama mas não me procurou nenhuma vez no último mês.
— Sacrificar é amar. Não foi fácil me afastar de você, mas eu achava que eu não estava pronto para dar tudo de mim a você, então decidi sacrificar o meu amor para não te magoar.
— E agora você está pronto para dar tudo de si?
Olho em expectativa para ele, é então que Théo aproxima o seu rosto do meu. A nossa respiração se misturam enquanto olhamos intensamente um no olho do outro.
Até que os seus lábios tocaram os meus com suavidade, as suas mãos pousaram nas minhas bochechas, acabo sorrindo em meio ao beijo. Assim que nos separamos ele encosta a sua testa na minha.
— Sim, eu estou pronto.
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Um Pouquinho De Felicidade [COMPLETO]
RomanceThéo LeBlanc é dono de umas das maiores Agência Publicitária de Nova York, ele é um homem solitário e que se fechou para qualquer sentimento após alguns fatores do passado, Théo cuida sozinha de Mariana sua filha uma garotinha de sete anos, a vida m...