Um Pouquinho De Felicidade [COMPLETO]

Capítulo 19

THÉO

— Você está parecendo um adolescente.

Ouvi a risada da minha mãe e me virei para encará-la. Ela estava sentada na beirada da minha cama.

Parei de andar de um lado para outro e suspirei fundo sorrindo um pouco.

— É que estou nervoso. —confesso sentindo as minhas mãos suadas. — Será que os pais dela vão gostar de mim?

Ontem há noite na praia finalmente tomei coragem para me declarar para a Selin, e antes de levá-la para casa à pedi em namoro e para a minha felicidade ela acabou aceitando.

Hoje combinamos que para oficializar de vez o nosso relacionamento os seus pais viriam jantar na minha casa, mas a minha mãe tem razão estou parecendo um adolescente.

— Meu filho não se preocupe, eles já te conhecem afinal de contas.

— Mas agora é diferente, antes eles me conheciam como o pai do filho dela agora irão me conhecer como genro.

A minha mãe dessa vez gargalhou.

— Estou tão feliz de ver você assim meu filho.

— Assim como? Nervoso?

Ela negou com a cabeça e se levantou ficando na minha frente.

— Feliz. —ela sorriu e segurou o meu rosto com as mãos. — Você está feliz meu querido.

Ela tem razão, o meu coração nesse momento está repleto de felicidade. Quem diria que aquela entrevista me renderia em tanta felicidade.

Somos interrompidos com batidas na porta do meu quarto.

— Entre. —após eu dizer isso a porta é aberta e a minha filha entra seguida da sua mãe.

Mariana ficou eufórica quando descobriu que a sua mãe acordou do seu sono demorado. A minha filha está esbanjando felicidade.

Assim que Laura for embora ficou combinado da Mariana passar um dia lá e o outro dia aqui, e assim sucessivamente.

— Papai a Selin ainda vai demorar muito? —Mariana me olha curiosa ao parar na minha frente.

Eu iria buscar a Selin e a sua família, mas como Lucas não mora tão distante daqui ele se ofereceu para trazê-los já que de qualquer maneira ele iria buscar a namorada para jantar na casa dele para que enfim conheça os seus pais que chegaram hoje de manhã de Las Vegas, a cidade onde eles moram.

Acho que vieram até Nova Iorque com o intuito de conhecer a namorada do filho.

Lucas é um bom amigo, nos conhemos na época da faculdade e somos amigos desde então.

— Ela já deve estar chegando meu amor. —respondo me abaixando para beijar a sua bochecha.

— Filha por quê você não vai espera a Selin lá em baixo com a sua avó? A mamãe precisa conversar à sós com o seu pai.

— Vamos minha linda. —a minha mãe segurou na mão da minha filha e sairam do meu quarto.

— Sobre o quê você quer conversar? —pergunta assim que estamos sozinhos.

Laura suspira fundo e dá alguns passos na minha direção.

— Amanhã é a audiência com o juiz para assinarmos o divórcio, e eu quero te agradecer novamente por você não ter virado as costas para mim mesmo depois de tudo o quê eu fiz.

Eu até tentei odiar a Laura depois de ter pego ela na cama com o meu melhor amigo depois de chegar mais cedo do trabalho. Ela havia aproveitado que a minha mãe tinha saído com a nossa filha.

Tentei odiá-la com toda a força, mas agora olhando para ela pensando nas circunstâncias não sinto vontade alguma de odiá-la.

Estou sentindo um sentimento tão bom dentro de mim por causa da Selin que não vejo necessidade de disputar esse sentimento bom com o sentimento ruim que é o ódio.

— Não precisa me agradecer, afinal você é a mãe da minha filha.

— Eu realmente sinto muito por tudo Théo, e desejo de verdade que você seja muito mais muito feliz. —ela sorri com os olhos cheios de lágrimas. — Será que eu posso te dar um abraço?

Apenas assinto.

Ela se aproxima hesitante e me abraça com firmeza.

— Me perdoa por tudo. —pede entre lágrimas.

Intensifico o nosso abraço enquanto algumas lágrimas descem sobre o meu rosto.

— Eu te perdôo, Laura. —sussurro fechando os meus olhos. — Seja feliz também.

Passamos mais algum tempo abraçados, parecia que eu tinha tirado um peso enorme das minhas costas.

Se queremos ter uma vida feliz, superar o passado que tanto nos machuca é a solução certa.

Depois de encerrarmos de vez o nosso passado descemos para ver se todos já haviam chegado, sorrio ao ver a minha namorada abraçada com a minha filha.

— Veja só quem apareceu. —disse Lucas se aproximando de mim e me dando um abraço rápido. — Como vai meu amigo?

— Estou muito bem. —respondo e encaro Selin que sorri para mim, em seguida encaro os seus pais. — Como vocês estão?

— Estamos bem. —respondeu a senhora Júlia. — Não precisa de tantas formalidades.

Sorri aliviado, o senhor Richard me cumprimenta com um aperto de mão.  Logo me aproximo de Selin e beijo a sua bochecha.

Ela sorri, e não demora para ela olhar na direção da Laura que está em um lugar mais afastado.

Surpreendentemente Selin se afasta de mim e vai em direção a Laura que parece sem graça.

— Nossa você é ainda mais linda pessoalmente. —declarou ela e em seguida estendeu a mão para Laura. — Muito prazer eu sou a Selin.

A mãe da minha filha sorri parecendo aliviada e puxa a minha namorada para um abraço.

— O prazer é todo meu.

— Bom pessoal essa propaganda de família feliz está muito bonita, mas eu e o Lucas temos que ir. —Norah brincou fazendo todos rirem.

— A Norah tem razão, os meus pais já estão nos esperando bom jantar para vocês.

Eles se despedem e vão embora, em seguida seguimos todos para a sala de jantar. Graças a Deus o clima estava ótimo entre nós até que sinto o meu celular vibrar no bolso da minha calça.

Franzo a testa ao ver que se tratava do Lucas, então atendo rapidamente.

— Théo me ajuda! —disse em desespero me deixando preocupado. — Estávamos indo para a casa dos meus pais e no caminho um carro bateu no meu de propósito acabei perdendo a consciência quando acordei a Norah não estava mais aqui.

O meu amigo chorava desesperado me levanto da cadeira em pânico, todos ao redor da mesa me olham preocupados.

— Onde você está? Estou indo ai agora mesmo!

Lucas me passa a localização, em seguida encerro a chamada sentindo o meu coração bater forte em meu peito.

Só havia uma pessoa louca o suficiente para um coisa dessas. Chris.

— Théo o quê aconteceu? —Selin que está ao meu lado me pergunta aflita.

Encaro os seus pais em seguida volto a olhar para a minha namorada.

— Sequestraram a Norah.