SELIN
Assim que o filme terminou fomos para o carro, acontece que uma coisa não saía da minha cabeca, então por isso resolvi tirar a dúvida de uma vez por todas.
— De onde você conhece o Chris?
Ao ouvir a minha pergunta, Théo para bruscamente o carro e sem me olhar aperta o volante do carro com tanta força que vejo as pontas dos seus dedos ficaram brancas.
— Vocês jornalistas parecem um bando de abutres, loucos para saberem da vida alheia. —soltou com escárnio.
Provavelmente eu acabo de tocar em um assunto bastante delicado.
— Eu não peguntei como jornalista. —me defendo. — Até porque ainda não me formei, perguntei como uma amiga, somos amigos não somos?
Seu corpo começa a relaxar um pouco já que ele diminui o aperto no volante.
— Uma amiga bem curiosa devo ressaltar. —disse ele finalmente olhando em minha direção.
— Acho que no mínimo como a mãe do seu filho você não deveria ter segredos comigo, não acha? —tento argumentar.
Théo fica me olhando em silêncio por alguns segundos até que assente.
— Você está com fome?
— Eu estou sempre com fome.
— Então vamos comer em uma lanchonete aqui perto, depois te conto tudo.
Viro a minha cabeça para o lado e não disfarço o sorriso que cresce em meus lábios.
Assim que chegamos na tal lanchonete, fazemos os nossos pedidos enquanto devoro o meu lanche, percebo que Théo nem tocou no seu.
— Ele era o meu amigo. —disse de repente, levanto a minha cabeça para encará-lo sem entender. — O Chris e eu éramos amigos.
Dou uma última mordida no meu sanduíche, e o observo curiosa.
— Então o quê aconteceu para vocês se odiarem? Porque o quê eu vi naquele dia não foi nenhum gesto de amizade.
Ele suspira fundo, preparando-se para continuar.
— Sabe Selin, eu nunca tive uma vida muito fácil. Eu era só um adolescente quando o meu pai morreu, deixando eu e a minha mãe desamparados, tive que trabalhar e estudar para manter a casa houve vezes que cheguei a pedir comida na rua. —explica me encarando. — Se sou o que sou hoje, é porque nunca desisti e acreditei que quando a gente quer uma coisa a nunca devemos desistir mesmo pareça impossível.
— Eu realmente sinto muito por tudo o que você teve que passar. —seguro a sua mão por cima da mesa. — Então, como você conheceu o Chris?
— Éramos melhores amigos, nos conhecemos desde criança, ele era orfão foi criado pela avó que morreu já faz alguns anos, assim que construí a minha empresa chamei ele para trabalhar comigo, até que ele me traiu de pior maneira possível.
— O quê ele fez?
— Ele estava tendo um caso com a minha esposa, na época a nossa filha tinha cinco anos. —ele explica e o seu olhar está cheio de tristeza. — Pedi imediatamente o divórcio, mas no dia da audiência com o juiz ela fugiu com ele.
— Meu Deus, e onde está ela agora?
— Infelizmente eles sofreram um acidente de carro durante a fulga, Laura está em coma faz foi anos.
Levo as mais a boca horrorizada.
— Que horror, então teoricamente vocês ainda são casados?
— Não concluímos o processo de divórcio, mas não me considero mas o seu marido. Afinal, para ser um casal precisa haver amor e Laura destruiu isso.
— E essa Laura, ela tem alguma família?
— Não tem ninguém, legalmente sou o único responsável por ela nas questões do hospital, toda semana levo a minha filha para visitá-la. —Théo puxa a sua mão da minha e suspira fundo. — Faz faz dois anos que ela está do mesmo jeito, e há alguns meses resolvi seguir com a minha vida por isso acabei me envolvendo com a aquela loira que você conheceu no restaurante.
— Acho que você resolveu seguir a sua vida com a pessoa errada.
Ele sorri.
— Nisso você tem razão.
— Sinceramente eu nunca imaginei que houvesse tanta coisa por trás da sua vida. —confesso sincera. — Sinto muito por tudo.
— Obrigado, mas não se preocupe comigo. —ele força um sorriso. — Termine de comer para voltarmos para casa, já está ficando tarde.
— Olha amanhã eu vou ao médico da inicio ao meu pré-natal, se você estiver com tempo e quiser vir. —aviso, ele sorri parecendo feliz.
— Claro que eu vou, amanhã bem cedo estarei na sua casa e faço questão de te levar.
Dessa vez sou em que sorrio feliz, termino de comer depois ele me leva para casa nos despedimos com um beijo na bochecha em seguida entrei em casa com um sorriso bobo nos lábios.
A julgar pelo o silêncio todos já estavam dormindo, sem fazer barulho tomo um banho rápido e coloco o meu pijama.
Antes de dormir dou uma olhada no meu celular e faço uma careta de desgosto ao ver a última notícia.
Uma foto minha com o Théo entrando no cinema e logo abaixo está escrito:
"Parece que a fila anda rápido para o empresário, após terminar o namoro com modelo, Théo LeBlanc é flagrado em um encontro com um novo amor, quem será a jovem misteriosa?"
Já deu para perceber que esse bando de fofoqueiros não perdem tempo mesmo. Estou começando a me questionar se fiz realmente a escolha certa ao escolher estudar jornalismo.
Ignoro essas fofocas e pesquiso o nome do Théo no google, sorrio enquanto estou stalkeando suas belas fotos.
Ele realmente é muito bonito, mas acho que falta um poquinho de felicidade na vida dele. Olho mais algumas fotos dele com a filha, depois resolvo pesquisar sobre Laura LeBlanc.
Não aparece muita coisa, mas abro uma foto e me surpreendo em ver o quanto ela é bonita. Sem dúvida parece a Mariana na versão mais velha, elas não muito parecidas.
Bloqueio a tela do meu celular e me preparo para dormir, entretanto estremeço quando sinto uma dor forte de cólica.
Começo a me contorcer de dor em cima da minha cama, logo começo a suar frio. Coloco a mão sobre a minha barriga e respiro fundo.
— Calma meu amor, a mamãe só precisa dormir um pouquinho está bem?
Aos poucos a dor vai diminuindo, só então consigo dormir.
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Um Pouquinho De Felicidade [COMPLETO]
RomansaThéo LeBlanc é dono de umas das maiores Agência Publicitária de Nova York, ele é um homem solitário e que se fechou para qualquer sentimento após alguns fatores do passado, Théo cuida sozinha de Mariana sua filha uma garotinha de sete anos, a vida m...