Capítulo 15

2K 190 8
                                    

SELIN

Infelizmente as dores retornaram nessa manhã, estou sentada na beirada da cama juntando toda a minha força para me levantar.

— Maninha o seu pretendente já está lá na sala.

Levanto a minha cabeça no mesmo instante que a minha irmã entra no quarto ao ver o meu estado ela fica em alerta.

— Meu Deus, Selin você está pálida!

Ela corre na minha direção, nesse momento o meu coração bate acelerado em meu peito quando sinto algo molhado em minha intimidade.

Abaixo a minha cabeça e vejo a minha calça suja de sangue, meus lábios tremem volto a encarar a minha irmã.

— Selin... —ela começa a chorar e a gritar por ajuda.

Tudo ao meu redor parece um zumbido, consigo ver apenas os meus pais e o Théo entrarem em meu quarto, mas estou imóvel nenhuma palavra sai da minha boca apenas as lágrimas descem sobre o meu rosto.

A última coisa a qual consegui me lembrar foi de ver Théo me erguer em seus braços, em seguida tudo escureceu.

[...]

Abro os olhos aos poucos, ainda confusa olho ao redor e me parece que estou em um quarto de hospital.

Logo memórias do ocorrido surgem em minha mente por impulso levo a mão até a minha barriga.

Olho para o lado e avisto Théo sentado em uma cadeira de cabeça baixa.

— Théo? —o chamo, ele levanta a cabeça e vira para me encarar ele sorri aliviado.

— Graças a Deus que você acordou! —exclamou visivelmente aliviado. — Vou avisar ao médico.

Antes que ele vá, seguro em sua mão ele se vira e me encara.

— E o nosso bebê? —pergunto esperançosa. — Ele está bem não está?

Ele não diz nada, lágrimas tomam conta dos meus olhos enquanto acaricio a minha barriga. Ele não precisava dizer nada, pois o seu olhar de tristeza já dizia tudo.

— Eu vou chamar o médico.

Dizendo aquilo ele saiu do quarto, eu me sentia péssima por tudo parecia que agora estava faltando uma parte de mim.

O meu bebê...

Nunca poderei colocá-lo em meus braços, eu já o amava mais do que a mim mesma, mesmo sem nunca tê-lo visto.

Logo Théo retorna com o médico juntamente com a minha família.

— Minha filha! —mamãe vem ao meu encontro me abraçando com cuidado.

Me permiti chorar em seus braços, o meu pai acariciou os meus cabelos enquanto a minha irmã apenas chorava encostada na parede.

— Você sofreu o que chamamos de aborto espontâneo. —explicou o médico após alguns minutos. — O aborto espontâneo é a perda de uma gravidez antes da 20 ª semana. A maioria dos abortos espontâneos ocorre porque o feto não está se desenvolvendo normalmente, eu realmente sinto muito.

Ele não sentia muito, quem sentia muito era eu. Apenas eu.

— Estaremos com você minha filha. —o meu pai asseverou enquanto dava um beijo rápido em minha testa.

Sinto mais e mais lágrimas desceram sobre o meu rosto.

— Nenhuma palavra de conforto ou gestos de carinho irá diminuir o tamanho do vazio que sinto dentro de mim.

A dor que eu sentia em meu coração era tão grande que chegava a sufocar.

— Oh, minha irmã... —Norah se aproxima de mim e segura a minha mão. — Pode apostar que sabemos o que você está sentindo sabe por quê? Porque a sua dor também é a nossa dor.

Puxo a minha mão da sua e tento secar as várias lágrimas que insistem em cair.

— Eu quero ficar sozinha. —peço encarando cada um, quando a minha mãe abre a boca à interrompo. — Por favor.

Eles parecem entender e saem me deixando sozinha, eu tinha aceitado a ideia de ter um filho e justo agora ele é tirado de mim.

Passo o restante do dia no hospital, no dia seguinte logo de manhã recebo alta.

Théo está ao meu lado me amparando até a saída do hospital logo atrás de mim estava a minha família, dessa vez até Lucas estava presente.

Entretanto a minha surpresa é grande quando avisto vários jornalistas do lado de fora do hospital, assim que nos vêem todos vem em nossa direção.

— Você é a nova namorado do Théo? —pergunta uma jornalista colocando o microfone na minha frente.

A minha família tenta me proteger enquanto tentamos chegar até o carro de Théo.

— O quê você fazia no hospital está doente?

— É verdade que você está grávida?

Começo a ficar tonta com tantas perguntas, perco totalmente a força nas minhas pernas mas Théo me segura firme e consegue me levar até o seu carro.

A minha família vai no carro de Lucas que vem logo atrás de nós.

— Sinto muito por isso. —Théo disse após um tempo.

— Não é culpa sua. —digo sem encará-lo.

Eu estava me sentindo exausta e sobrecarregada demais para prolongar qualquer assunto. Fomos em silêncio até a minha casa.

— Eu também estou sofrendo. —confessou assim que parou o carro. — Também me doeu saber que nunca conhecerei o meu filho.

Fico em silêncio sem ter coragem para encará-lo, de repente ele segura o meu queixo delicadamente e levanta a minha cabeça me fazendo olhá-lo.

— Olha para mim. —pediu, mesmo hesitante olhei em seus olhos.

Théo não estava mentindo, ele também estava sofrendo, estou sendo egoísta ao negligenciar a sua dor.

Sem pensar muito me jogo em seus braços e o aperto forte enquanto choro tentando aliviar tudo o que estou sentindo.

Acho que ele também está chorando já que ouço ele fungar algumas vezes, ele entendia a minha for, ao menos um pouco mas ele entendia.

— Eu sempre estarei aqui para quando você precisar. —afirmou me apertando ainda mais em seus braços.

Seguro forte em seu paletó enquanto deito a minha cabeça em seu peito, consigo sentir o seu coração bater rápido enquanto ele pousa o queixo na minha cabeça.

— Obrigada, muito obrigada.

De repente o seu celular toca no bolsa da calça me afasto dele, em seguida ele atende levando o aparelho até o ouvido.

— Alô... Você está falando sério? —ele questiona com os olhos arregalados. — Obrigado por avisar, estou indo aí agora mesmo.

Ele desliga a chamada e me encara ainda em choque.

— Aconteceu alguma coisa? —pergunto preocupada.

— A Laura. —responde me encarando. — A Laura acordou do coma.

Um Pouquinho De Felicidade [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora