SELIN
Infelizmente as dores retornaram nessa manhã, estou sentada na beirada da cama juntando toda a minha força para me levantar.
— Maninha o seu pretendente já está lá na sala.
Levanto a minha cabeça no mesmo instante que a minha irmã entra no quarto ao ver o meu estado ela fica em alerta.
— Meu Deus, Selin você está pálida!
Ela corre na minha direção, nesse momento o meu coração bate acelerado em meu peito quando sinto algo molhado em minha intimidade.
Abaixo a minha cabeça e vejo a minha calça suja de sangue, meus lábios tremem volto a encarar a minha irmã.
— Selin... —ela começa a chorar e a gritar por ajuda.
Tudo ao meu redor parece um zumbido, consigo ver apenas os meus pais e o Théo entrarem em meu quarto, mas estou imóvel nenhuma palavra sai da minha boca apenas as lágrimas descem sobre o meu rosto.
A última coisa a qual consegui me lembrar foi de ver Théo me erguer em seus braços, em seguida tudo escureceu.
[...]
Abro os olhos aos poucos, ainda confusa olho ao redor e me parece que estou em um quarto de hospital.
Logo memórias do ocorrido surgem em minha mente por impulso levo a mão até a minha barriga.
Olho para o lado e avisto Théo sentado em uma cadeira de cabeça baixa.
— Théo? —o chamo, ele levanta a cabeça e vira para me encarar ele sorri aliviado.
— Graças a Deus que você acordou! —exclamou visivelmente aliviado. — Vou avisar ao médico.
Antes que ele vá, seguro em sua mão ele se vira e me encara.
— E o nosso bebê? —pergunto esperançosa. — Ele está bem não está?
Ele não diz nada, lágrimas tomam conta dos meus olhos enquanto acaricio a minha barriga. Ele não precisava dizer nada, pois o seu olhar de tristeza já dizia tudo.
— Eu vou chamar o médico.
Dizendo aquilo ele saiu do quarto, eu me sentia péssima por tudo parecia que agora estava faltando uma parte de mim.
O meu bebê...
Nunca poderei colocá-lo em meus braços, eu já o amava mais do que a mim mesma, mesmo sem nunca tê-lo visto.
Logo Théo retorna com o médico juntamente com a minha família.
— Minha filha! —mamãe vem ao meu encontro me abraçando com cuidado.
Me permiti chorar em seus braços, o meu pai acariciou os meus cabelos enquanto a minha irmã apenas chorava encostada na parede.
— Você sofreu o que chamamos de aborto espontâneo. —explicou o médico após alguns minutos. — O aborto espontâneo é a perda de uma gravidez antes da 20 ª semana. A maioria dos abortos espontâneos ocorre porque o feto não está se desenvolvendo normalmente, eu realmente sinto muito.
Ele não sentia muito, quem sentia muito era eu. Apenas eu.
— Estaremos com você minha filha. —o meu pai asseverou enquanto dava um beijo rápido em minha testa.
Sinto mais e mais lágrimas desceram sobre o meu rosto.
— Nenhuma palavra de conforto ou gestos de carinho irá diminuir o tamanho do vazio que sinto dentro de mim.
A dor que eu sentia em meu coração era tão grande que chegava a sufocar.
— Oh, minha irmã... —Norah se aproxima de mim e segura a minha mão. — Pode apostar que sabemos o que você está sentindo sabe por quê? Porque a sua dor também é a nossa dor.
Puxo a minha mão da sua e tento secar as várias lágrimas que insistem em cair.
— Eu quero ficar sozinha. —peço encarando cada um, quando a minha mãe abre a boca à interrompo. — Por favor.
Eles parecem entender e saem me deixando sozinha, eu tinha aceitado a ideia de ter um filho e justo agora ele é tirado de mim.
Passo o restante do dia no hospital, no dia seguinte logo de manhã recebo alta.
Théo está ao meu lado me amparando até a saída do hospital logo atrás de mim estava a minha família, dessa vez até Lucas estava presente.
Entretanto a minha surpresa é grande quando avisto vários jornalistas do lado de fora do hospital, assim que nos vêem todos vem em nossa direção.
— Você é a nova namorado do Théo? —pergunta uma jornalista colocando o microfone na minha frente.
A minha família tenta me proteger enquanto tentamos chegar até o carro de Théo.
— O quê você fazia no hospital está doente?
— É verdade que você está grávida?
Começo a ficar tonta com tantas perguntas, perco totalmente a força nas minhas pernas mas Théo me segura firme e consegue me levar até o seu carro.
A minha família vai no carro de Lucas que vem logo atrás de nós.
— Sinto muito por isso. —Théo disse após um tempo.
— Não é culpa sua. —digo sem encará-lo.
Eu estava me sentindo exausta e sobrecarregada demais para prolongar qualquer assunto. Fomos em silêncio até a minha casa.
— Eu também estou sofrendo. —confessou assim que parou o carro. — Também me doeu saber que nunca conhecerei o meu filho.
Fico em silêncio sem ter coragem para encará-lo, de repente ele segura o meu queixo delicadamente e levanta a minha cabeça me fazendo olhá-lo.
— Olha para mim. —pediu, mesmo hesitante olhei em seus olhos.
Théo não estava mentindo, ele também estava sofrendo, estou sendo egoísta ao negligenciar a sua dor.
Sem pensar muito me jogo em seus braços e o aperto forte enquanto choro tentando aliviar tudo o que estou sentindo.
Acho que ele também está chorando já que ouço ele fungar algumas vezes, ele entendia a minha for, ao menos um pouco mas ele entendia.
— Eu sempre estarei aqui para quando você precisar. —afirmou me apertando ainda mais em seus braços.
Seguro forte em seu paletó enquanto deito a minha cabeça em seu peito, consigo sentir o seu coração bater rápido enquanto ele pousa o queixo na minha cabeça.
— Obrigada, muito obrigada.
De repente o seu celular toca no bolsa da calça me afasto dele, em seguida ele atende levando o aparelho até o ouvido.
— Alô... Você está falando sério? —ele questiona com os olhos arregalados. — Obrigado por avisar, estou indo aí agora mesmo.
Ele desliga a chamada e me encara ainda em choque.
— Aconteceu alguma coisa? —pergunto preocupada.
— A Laura. —responde me encarando. — A Laura acordou do coma.
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Um Pouquinho De Felicidade [COMPLETO]
RomansaThéo LeBlanc é dono de umas das maiores Agência Publicitária de Nova York, ele é um homem solitário e que se fechou para qualquer sentimento após alguns fatores do passado, Théo cuida sozinha de Mariana sua filha uma garotinha de sete anos, a vida m...