Capítulo 44

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(C). Dez dias se passam e os meninos vão melhorando, hoje enfim depois de mais de uma semana de UTI eles vão para ala de Queimados.
Ontem eles tiveram uma recaída então não foi aconselhável que Lucas e Rafa fossem transferidos.
Estou ansioso serão apenas 5 minutos mas para mim era muito.
(Diogo). Vamos chupa cabra do espaço. Não estava com tanta pressa, entra logo.
(C). Diogo me diz depois de me ver vestido com a roupa esterilizada do hospital.
-. E se for perigoso a gente entrar aí?
(Diogo). Carlinhos... Respiro fundo.
Não deixe seu medo de atrapalhar, logo agora. Coragem... Ande logo, que eu quero ver os meninos.
(Enfermeira). Estam prontos?
(C). Sim estamos.
(Enfermeira). Eu volto dentro de 5 minutos.
(Diogo)Entramos devagar no quarto e tinha uma cortina esterilizada que nos separava dos meninos eles estavam isolados.
Eu me aproximei da cortina de Rafa e Carlinhos dá cortina de Lucas.
Rafa estava com os braços enfaixados o rosto muito machucado e a perna pendurada por causa da cirurgia, os médicos disseram que ele quase veio a óbito durante a cirurgia.
(C). Me aproximei devagar ainda sem coragem para vê-lo. Lucas estava de bruço equipamento de soro em uma das mãos, seu rosto de lado queimado pelo sol do deserto,tinha escoriações pela pele, seus pés estavam muito machucados,ele estava ligado a um monte de aparelho e ao vê-lo ali tão indefeso,eu chorei.
(Diogo). Ei mosquita de laboratório precisamos ser fortes, por eles não podemos nos abater é só uma fase.
O tempo passou voando e nem percebemos que já tinha passado os minutos e a enfermeira entrou.
(Enfermeira). Cinco minutos meninos, vamos.
(C). Mas já, eu acabei de entrar.
(Enfermeira). Despeçam-se e saiam, o horário acabou.
Amanhã vocês voltam.

(C). Concordo com a cabeça mas quando a enfermeira sai fico retrucando ela imitando sua voz de taquara rachada (5minutos, blá blá blá) Me  aproximo da cortina olho para os lados e  verifico se a enfermeira tinha saído realmente, então eu abri um pouco a cortina e me aproximei de Lucas.
(Diogo). Carlinhos...Sai daí agora.
(C). Vai ser rápido.
Lucas... Sou Eu Carlinhos... Você não está sozinho, está me ouvindo? Eu estou aqui e o Diogo também está acabou o sofrimento estamos juntos outra vez o nosso gaystastico. Falo limpando as minhas lágrimas.
Eu já quero ver os seus lindos olhos castanhos amanhã, ouviu bem. Não se faça de maluvido (desentendido).
Aquela enfermeira mal humorada está me apressando para ir embora... Então... Eu vou... mas eu volto... Você ouviu Pinho... Amor por favor, fique bem...Eu queria poder te beijar ou te abraçar, sentir teu calor mas não posso... Mas saiba que eu estou aqui pra você e por você.
Eu estarei aqui amanhã bem cedinho.
Me afasto fechando a cortina e ao olhá-lo mais uma vez vejo uma lágrima escorrer pelo canto dos seus olhos. Fique bom logo... Os dois ouviram bem... Rafael meu cachinhos Dourado.
Eu volto... Não me desobedeça já quero você tocando em cima de um palco logo logo.
Falo me afastando e saindo da sala.
Diogo e eu nos abraçamos longamente precisávamos passar força um para o outro aproveitamos e conversamos com doutor Ben-Hur ele nos atualizando os dados clínicos e que talvez amanhã comecem a retirar a sedação então é possível que eles acordem.
- Ouviu isso Diogo? Eles vão acordar... Ai meu Deus, eles vão acordar...
(Diogo). Ouvi meu amigo, eu ouvi.
(Ben-Hur). Esperança Carlinhos Maia... Esperança... Nunca podemos abandonar a esperança.

(C). Mais um dia amanheceu passei as ordens para Mari por chamada de video e me arrumei indo rápido para  o hospital e aqui estamos mais uma vez  na sala de espera aguardando por notícias eu detesto essa sal com esse longo corredor não vou mentir. A junta médica está com os meninos iniciando todo o procedimento para tirar eles da ventilação mecânica. Doutor Ben-Hur nos disse que Lucas ainda usaria por um tempo oxigênio pois seu quadro respiratório era mais grave,Diogo e eu estamos ansiosos para vê-los.
Os comissários tiveram alta pela manhã e Michael prometeu voltar para visitar os meninos assim que fosse permitido. E esse outro Alfred não fui muito com a cara dele, seboso viu.
Bicho nojento. Ainda bem que não vou precisar voltar a ve-lo.
(Ben-Hur). O processo de desmame já foi iniciado, eles estão sendo monitorados de perto pelas enfermeiras precisamos esperar o resultado do primeiro teste de respiração espontânea (T.R.E), para ver se eles mantém um padrão respiratório satisfatório.
(C). E quando eles acordam doutor?
(Ben-Hur). Vai depender só deles se os resultados forem frequência respiratória maior que 35... saturação maior que 90 e frequência cardíaca menor que 140, podemos falar que tivermos sucesso na primeira tentativa e aí a qualquer momento eles poderão acordar.
Aconselho a irem para casa e qualquer novidade eu peço para avisar.
(C). Não doutor. Eu não vou ficar tranquilo,me deixe ficar aqui prometo não atrapalhar.
(Ben-Hur). Sabe que não posso fazer isso.
(C). Por favor doutor. Peço fazendo minha cara do gato de botas
(Ben-Hur). Está bem. Vou ver o que consigo, por hora fiquem na sala de espera e se comportem senão vão pra casa.

(Diogo). Fomos para sala de espera e Carlinhos estava inquieto andava de um lado para o outro e parecia que a qualquer momento ele ia furar o chão de tanto que ele pisava duro.
-. Mosquita... Mosquita esvoaçante... Mas Carlinhos estava tão no seu mundo que ele nem me escuta.
Me levanto e caminho até ele o seguro e digo: Paquita de Satanás pare quieto, está me deixando mais nervoso.
(C). Não enche Diogo... Não me enche. Eu não consigo ficar tranquilo, você não acha que estam demorando muito. Já faz mais de uma hora.
(Diogo). Uma hora e um segundo... Sossegue esse facho acho que vão ter que te aplicar alguma coisa.
(C). Eu sei bem o que você quer... Você quer pi.ca...
(Diogo). Ouviu me respeite...
Carlinhos solta uma risada gostosa e o médico aparece.
(Ben-Hur). Carlinhos... Diogo...
(C). Doutor  e aí novidades?
(Ben-Hur). Fizemos o primeiro teste depois de 1 hora e já temos resultados.
(C). Me diga doutor, o que aconteceu?
(Ben-Hur). Foi um sucesso. Conseguimos passar com sucesso da ventilação,mecânica para natural.
(Diogo). E agora doutor?
(Ben-Hur). Agora é só esperar.
(C). Me deixa entrar doutor, eu quero que seja eu, que Lucas veja quando abrir os olhos.
O Doutor respira fundo e diz:
(Ben-Hur). Vou providenciar as roupas, mas se alguma alteração acontecer vocês vão sair imediatamente,me entenderam?
(C/Diogo). Sim doutor.
(Diogo). Vestimos as roupas e a cada passo que dávamos em direção ao quarto o coração parecia que ia  pular pra fora do peito.
Quando entramos Rafa já estava com os olhos abertos um pouco agitado. A enfermeira estava tentando acalmá-lo. Nos aproximarmos devagar e chamamos seu nome, Rafael... Rafa... Olhe pra mim...
Rafa nos olha e começa a chorar Carlinhos e eu fomos cada um para um lado Carlinhos deitou sua cabeça no peito de Rafa e eu  beijava seus cabelos.
(C). Acabou meu amigo. Você está vivo, foi resgatado,está no hospital e vai ficar bem.
Fique calmo... Já passou o pior já foi está me ouvindo. Falo deixando minhas lágrimas caírem.

(C). Conseguimos acalmar Rafa eu puxo uma cadeira e me sento perto de Lucas ele continua de bruços sua queimadura pega do meio das costas até em cima do cóccix. Ele estava recebendo soro com antibióticos e bolsa de sangue.
Seguro em sua mão e fico fazendo carinhos mas Lucas não abriu os olhos. Tinhoso era ele, gostava de fazer tudo no seu tempo. Diogo tinha uma reunião e precisou voltar para o hotel, Rafael ainda sentia dificuldades para falar nos contou algumas coisas e eu agradeci a Deus não saber o que aquele mal caráter do Alfred queria fazer com meu Lucas espero não encontrá-lo novamente senão eu acabo com ele. Rafa passou por vários exames e depois por conta da medicações fortes dormia novamente.
Recosto minha cabeça próxima a cama e acabei cochilando, não sei quanto tempo dormi mas fui acordado por gritos e assustado me levanto sem entender muito bem, o que está acontecendo.
Lucas havia acordado tentava levantar estava desorientado, as enfermeiras entraram e começaram a tentar acalmá-lo sem sucesso.
(L). Socorro... Socorro... O avião caiu... Nós estamos aqui... Alguém... Por favor... Rafa cadê você... Rafa eu não estou te vendo... Aonde você se meteu Rafa... Aonde eu... Quem são vocês? Minhas costas doem... Minhas pernas não obedecem ... Começo a tossir percebo que estou no hospital e as enfermeiras me colocam no oxigênio. Eu não estou entendendo.
(C). Respiro fundo e me coloco na frente das enfermeiras.
-. Lucas acalme-se... Você está no hospital,sou eu Carlinhos.
Lucas olha para mim e eu me abaixo ficando na direção dos seus olhos.
Lucas me olha como se não me reconhecesse e eu olho para as enfermeiras que me pedem para continuar falando com ele seu coração que tinha disparado volta a bater normalmente e a tosse diminui.
-. Lucas amor, você sofreu um acidente lembra. O avião que você estava caiu...
Lucas fecha os olhos e suas lágrimas descem ele tenta falar mas sua voz está fraca depois de tantos gritos que ele deu.
-. Não se esforce amor, deixa que eu falo por você.

AMOR DESAPEGADOOnde histórias criam vida. Descubra agora