AMOR DESAPEGADO

Capítulo 47

(Rafa). Ficou melhor assim viu Carlinhos você não sabe nem pentear um cabelo.
(C). Olha que dá próxima te deixo com o cabelo do espeto dos Batutinhas. Rsss.
(L). Você está um gato amigo como sempre. Deixe de coisa.
Pinho não enche o saco dele. Não tá vendo que ele tá nervosinho.
Uiii Rafa tá apaixonadinho.
(Rafa). Vou te mostrar o apaixonadinho já já .
Com um murro nos seus cornos rsss.
(L). Amor me defenda.
(C). Não se preocupe, ele só vai conseguir fazer isso quando ele levantar dali.
(L/Rafa). Carlinhos...
(C). Desculpa gente, brincadeira boba.
Rafael você está um gato e Michael vai amar te ver assim.
(Rafa). Michael entrou cumprimentou os meninos e disse que queria ter me trago flores mas que era proibido.
E eu fiquei todo bobo com o gesto dele.
Ficamos conversando sobre a minha recuperação sobre a perda da minha banda e ele me disse que era compositor nas horas vagas o que era interessante para um comissário de bordo.
(Michael). Eu fico feliz que você está melhor, daqui a pouco vai estar novinho em folha pronto para outra.
(Rafa). Eu ainda não sei como vou fazer, ainda dói tanto mas sei que as coisas vão se acertar.
(Michael). Você vai ver que sim. Seguro sua mão e Rafa me olha.
Eu não devia estar alimentando esses sentimentos mas é inevitável Rafael é encantador.
(Rafa)Estávamos entertidos nos nossos assuntos quando percebemos uma pequena discussão entre Lucas e Carlinhos.
(C). Eu estou tão feliz com as novidades que o médico nos contou. Um passo de cada vez e a recuperação dos meninos já é quase total. - Viu Pinho. Eu disse que só precisava ter mais um pouco de paciência que tudo logo iria se resolver. Eu falo terminando de dar a última colher de gelatina na boca de Lucas. E dando um selinho por cima.
Mas Lucas me lança um olhar mortal.

(L). Queria ver ter paciência se fosse  você a estar preso nessa cama, com dores intensas. Queria ver se estaria dizendo isso...
(C). Mas você não precisa estar direto na cama os médicos já autorizaram a andar pelo corredor há mais de uma semana você que não quis, sabe que assim dificulta as coisas.
(L). E Para que? Eu não aguento os olhares das pessoas, me olhando com pena ou com curiosidade.
(C). Você está fazendo tempestade num copo d'água, existem pessoas que estão bem piores que você, ou que não tiveram a mesma chance...
(L). Você diz isso porque não é com você. Você não sabe o que é ficar desesperado...Pensando a todo instante que vai morrer. Você não sabe o que é ver a fumaça tomando conta de tudo,a fumaça te leva ao desespero, você busca o ar e não o encontra, você não sabe o que é gritar e não escutar ninguém, pensar que está sozinho.
(Rafa). Lucas...
(L). É verdade... É fácil ter paciência quando você não está sentindo nada.Quando está no conforto do seu quarto com ar condicionado e dormindo em qualquer posição.
Só eu sei o que estou passando de poder dormir somente sentado ou de um lado só, então não me peça para ter paciência por querer estar na minha casa e não numa cama de hospital.
(Rafa). Lucas o que é isso.  Isso não é jeito de falar com Carlinhos.
(C). Deixa ele Rafa. Ele tem razão... Afinal o que eu sei... Eu só sei que me sentir desesperado quando pensei que tinha morrido,  da falta de notícias naquele aeroporto, 3 dias intensos que pensei que minha vida tivesse acabado mesmo antes de começar, só sei que me senti aflito quando Lucas não acordava, quando ele ia para a sala  de cirurgia e eu não sabia se iria voltar, das más notícias que os médicos me passavam a todo instante..Das noites sem dormir velando o sono dele, me sentindo impotente por não poder aliviar  a dor que ele estava sentindo e de ter que  chorar no corredor, porque também tenho momentos de fraquezas mas eu precisava ser forte na frente dele e dizer que tudo ficaria bem, mesmo que eu pensasse ao contrário.
Realmente eu não sei de nada.
Com licença mas eu preciso de ar, porque agora quem não consegue respirar sou eu.

(L). Rafa me olha feio e Michael fica sem entender. Eu sei que acabo de magoar Carlinhos com minhas palavras duras.
-. Carlinhos espere... Falo quando ele alcança a porta e para sem olhar para trás.
Me desculpe... Eu não quis te ofender, estamos todos estressados e por mais maravilhoso que sejam as notícias não é a que eu quero escutar.
(C)Tudo bem, esqueça essa parada. Eu só vou buscar um café e já volto.
Saio porque eu realmente preciso respirar eu sei que mesmo com tudo que estamos fazendo para deixá-los mais confortáveis  possível, a dor não é somente física é também emocional e essa é muito grande.
Afinal eles perderam amigos também no desatre.
Vou até a cafeteria mas o nó na minha garganta não me deixa ficar no hospital e eu sigo para o hotel tomo um banho e deixo que as lágrimas presas sairem sem pudor.
Fico não sei quanto tempo embaixo do chuveiro sem saber o que fazer e quando me sinto capaz de raciocinar eu saio.
Me sento na cama ainda enrolado na toalha pensando em tudo que Lucas me disse  e como devo agir e Diogo me liga me tirando dos meus pensamentos.
(Diogo)Ei mosquita desengonçada me diga as novidades acho que consigo ir no final da semana. O que você tem? Que cara é essa? Aconteceu alguma coisa?
(C)Lucas não me quer aqui,  acho que vou ao Brasil por uns dias,acho que precisamos ficarmos longe um pouquinho, preciso dar espaço pra ele.
Conto a Diogo tudo que Lucas me disse e que assim que desligasse com ele iria pedir a Mari pra me arrumar a primeira passagem de volta para o Brasil.
(Diogo)Que conversa é essa carrapicho do sertão. Eu sei que todos estamos com os ânimos exaltados foram muitas emoções, dá um desconto pra ele e outra você não é de desistir fácil, mostra para Lucas que seu amor é forte e não vai se abalar por causa de uma discussão.
Carlinhos relacionamento é isso, essa briga vai ser a primeira de muitas que vocês terão.
Não quero ouvir você falar que vai desistir porque você não é de desistir,agora é hora de você provar que mudou de verdade.
(C)Fiquei ouvindo aquelas palavras de Diogo e ele tem razão,não posso deixar isso nos abalar eu amo Lucas mais que tudo e faria tudo que estivesse ao meu alcance para demonstra-lo.