Capítulo 40

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(C).Quando será isso? Daqui a 10 minutos meia hora... Quando? Amanhã... Ou será que saberemos pela televisão já que vocês seus incompetentes não conseguem resolver nada.
As horas passam e ninguém nos informa nada... Estou desnorteado sem saber como agir.
Ando de um lado para o outro ligo para meio mundo e nada... Estou me sentindo impotente, sem poder ajudar.
Tanto dinheiro que tenho e não posso ajudar o meu Pinho e Rafa.
Não sei aonde eles estão...O que aconteceu?  E isso está me deixando louco.
Liguei para Diogo que está vindo me encontrar... Ele é a minha família... Eles são a minha família... O que eu vou fazer, se perder eles o que vamos fazer...
Fomos informados que devido ser uma área muito grande com um deserto no meio é muito difícil resultados rápidos e até mesmo resultados positivos.
Psicólogos auxiliavam junto as famílias... Mas eu não quero ajuda,eu quero o meu amor de volta... Eu demorei a entender que era amor o que eu sentia por Lucas  e não é justo esse amor se acabar sem termos a chance de pelo menos tentar dar certo... Eu quero meu Pinho aqui do meu lado, eu quero ele bem,com suas risadas gostosas com o seu jeitinho doce, seus bicos grandes seu mau humor quando eu roubo um pedaço do seu doce favorito e os seus desastres que quebra tudo... Eu só quero ele e mais nada...
As buscas foram suspensas com a chegada da noite e serão retomadas pela manhã fomos aconselhados a voltarmos para casa mas daqui ninguém sairia nem eu até encontrarem aquele maldito avião.

(L). A noite estava muito fria, eu tinha febre e não podia me deitar por causa das minhas queimaduras nas costas,minhas cintura doíam demais, Rafa gemia de dor estávamos no  extremo de dia calor intenso pelo menos 50 graus se não for mais e noite uma geada sem fim tenho certeza que beirava três graus negativos.
Sentiamos muita fome, sede, dor constante.
Os comissários cansados dormiam e eu vigiava.
Michael era gente boa, mas Alfred meu santo não bateu com o dele mas também como alguém pode ser gentil com tudo que temos passado.
Da onde estávamos podíamos ouvir os coiotes que disputavam por pedaço dos mortos carbonizados no avião.
Era um barulho infernal alguns coiotes sentiram o cheiro do sangue vindo dos nossos machucados e ficaram na espreita na parte baixa da montanha aguardando qualquer vacilo nosso para nos devorar também.
Minhas lágrimas desciam sem permissão e eu tentava me manter calmo o máximo que conseguia eu chorava baixinho para não acordar os meninos nem despertar o interesse de algum animal.
Levava minha mente há momentos prazerosos e assim a noite foi passando.
(Rafa). Lucas,você não dormiu nada... E olha só já é de manhã.
(L). Eu não consigo fechar os olhos...
Rafa, todas as vezes que eu fecho eu vejo a queda do avião pessoas mortas por todos os lados e a dor pelo meu corpo me consome. Sinto falta de ar meus pulmões estão a ponto de explodirem, eu não sei quanto tempo mais eu vou aguentar.
Os comissários acordam e saem para ver se as armadilhas deram certo.
E se vamos ter algo para comer.
(Alfred). Estamos com sorte os coiotes não chegaram nem perto das armadilhas, olha o que conseguimos.

(L).Olho para sua mão e o comissário Alfred levanta ela exibindo a sua caçada 2 cobras, 3 lagartos e 10 escorpiões.
(Rafa).Eu não vou comer isso.
(L). Só de olhar meu estômago embrulha e eu ando para longe  para colocar para fora toda a minha ânsia.
(Alfred). Não seja tão fresco, eu já trouxe eles limpos já tirei a cabeça e o rabo.
Achei alguns cactos escondidos atrás das dunas de areias e trouxe também.
Vamos pegar alguns gravetos e algumas pedras... Rafael você senta aqui e segura a nossa comida, já que você não pode forçar os braços.
E você Lucas, sei que está com dor mais nós também estamos,mas precisamos comer para tentarmos sair daqui.
Eu sei que se formos para o norte acharemos uma estrada e alguém certamente passará por lá vê seremos resgatados.
Então vamos porque  a  união faz a força...
Vamos riscar pedras até acender.
(L).Assim fizemos e depois de muitas tentativas conseguimos acender Michael me ajudou com as pedras e logo tivemos fogo.
Alfred colocou as caças em um graveto e depois no fogo, esperou por um tempo e depois verificou se já estavam prontos.
Não estava saboroso mas era comível.
Depois bebemos água dos cactos como eu estava com sede,deu pra matar um pouco mas minha garganta doía muito e a água saia bem devagar tinha que espremer na boca para que saísse um pouco do líquido.
Consegui arrumar uma posição e me deitei para cochilar pois o cansaço me vencia.

(C). No início da noite Diogo chegou para me fazer companhia eu me sentia tão perdido que sua companhia seria um alento.
(Diogo). E aí meu amigo como estão as coisas, quais são as novidades?
(C). Ainda estamos na mesma Diogo sem notícia as equipes estão mapeando a região mas ainda sem grandes novidades.
O desaparecimento do Boeing está em todos os canais e alguns rumores são que não acharemos eles com vida e isso me irrita profundamente, Diogo eu não sei o que fazer.
Já ameaçaram me retirar do aeroporto por duas vezes só porque me exaltei pela falta de profissionalismo deles.
(C).Eles querem que a gente aceita meia dúzias de mentiras e que fiquemos em casa esperando pelo pior e isso eu não vou fazer.
(Diogo). Carlinhos você precisa se acalmar você está a beira de um ataque de nervos isso não ajuda nem a você nem a ninguém aqui que está a sua volta. Falo abraçando Carlinhos que se tremia tanto que eu tinha medo de que ele parasse no hospital eu nunca tinha visto meu amigo daquele jeito.
(C).Diogo me convence a comer alguma coisa  me fazendo  ir até lanchonete, eu aceito mas teria que ser dentro  mesmo do aeroporto pois não quero me afastar por muito tempo pode surgir novas informações a qualquer momento.
Mesmo sem fome eu consigo comer um sanduíche natural e me lembro como Lucas amas essas coisas naturebas... Minha garganta dá um nó, e minhas lágrimas descem.
(Diogo). Ei... Ei, você precisa ser forte. Falo abraçando o Carlinhos.
- E eu já te disse que você fica horroroso chorando mosquita.
(C). Não enche Dione isso não é hora pras suas piadas ridículas.
(Diogo). Saracura do sertão entenda toda hora é hora, e eu não vou deixar passar a oportunidade. Se olhe no espelho você está pior do que já é..
Vamos pare de chorar acha que Lucas vai te achar sexy com essa cara de lombriga descascada, remexida na chuva.
Carlinhos abri a boca para me desaforar e eu começo a rir .
(C). Cala essa boca girafona de dois metros, Pernalonga enferrujada eu vou acabar com você. Começamos a rir por alguns instantes mas depois eu me lembro de tudo que está acontecendo e minhas lágrimas descem mais uma vez.
Diogo por favor.
Eu quero voltar... Vamos por favor..
Capítulo 200
(Diogo). Nos dirigimos até o guichê da companhia e o diretor reuniu todos que estavam ali presentes.
(Diretor).Recebemos informações de satélites sobre uma nuvem de fumaça negra no meio do deserto enviamos os dados para a equipe de resgate e a mesma foi até o local.
(C). Meu coração parecia que ia pular do peito...
Acharam... Acharam eles Diogo.
(Diogo). Calma Carlinhos vamos escutar.
(Diretor). A equipe de resgate acabou de nos atualizar dando por encerrada as buscas, pois é uma área de muito difícil acesso, por ser no meio do deserto e a noite não colabora.
Voltarão as buscas amanhã na primeira hora do dia a lista de passageiros está preso naquele quadro. Boa noite.
(C). Corri até o quadro na esperança que o nome de Lucas não estivesse entre os desaparecidos... Que ele tivesse perdido o telefone e já estivesse em casa e eu pudesse matar ele com minhas próprias mãos pelo susto... Mas lá estava Lucas Guimarães e Rafael Villar.
A chance de encontra somente mortos aumentou pela nuvem de fumaça vista no céu com certeza o avião deveria ter explodido.. caio de joelhos tampando os olhos com as mãos e sou amparado por Diogo.
(Diogo). Carlinhos tenha fé... Ainda não é o fim. Vamos esperar até termos uma prova concreta ouviu bem. Não deixe o desespero tomar conta de você,meu amigo.

AMOR DESAPEGADOOnde histórias criam vida. Descubra agora