Quando vi Styles pela primeira vez, sobre os ombros de algum jogador do time, suado, vitorioso e exposto em toda sua glória, eu o achei incrível. Achei que fosse um garoto completo, portando todas as qualidades e atendendo às exigências rígidas para ser um legítimo capitão do time.
Talvez tenha sido isso que o fez tão atraente para mim a ponto de ser quase impossível. Nenhuma atração surge tão repentinamente se não houver algum motivo por trás disso; se não houver algo que ninguém pode ver, nem mesmo eu.
Bonito, alto, rico e com um histórico perfeito demais. Eu também achei que ele fosse inteiro, sem nenhum pedaço faltando ou remendado. Sob as luzes fortes, os cortes e partes podres refletem um sorriso incrível, porém, irreal.
Ele me ofereceu o mesmo sorriso enquanto eu tentava digerir suas palavras. Enquanto tentava digerir que Harry, de acordo com o que eu andava pensando nos últimos dias, escondia coisas demais sob a superfície polida de cachos e mãos macias e lábios sem rachados.
O sorriso doloroso e torto permaneceu nos mesmos lábios enquanto ele disse:
— Não diga que sente muito, por favor. Eu não quero mais ouvir isso. Não quero mais... Não quero mais ficar... Aqui.
Styles me olhou uma última vez antes de se ajeitar no banco, espalmando as mãos nas coxas cobertas por jeans escuros e apertados e separando um pouco as pernas.
Respirou, respirou, respirou. Sua voz tremulou para iniciar, mas assim que o fez, eu senti meu peito comprimindo tanto que, com toda a certeza, estava causando uma hemorragia interna.
— Ela se chamava Anna. — Deitou a cabeça no apoio do banco e fechou os dedos sobre os jeans. — Estava fazendo tratamento para tentar conter o
câncer no cérebro há duas semanas, mas eu só fiquei sabendo disso quando meu pai me ligou para dizer que ela havia sido internada em uma noite e... Morrido pela manhã. Ela não queria que minha irmã e eu soubéssemos. Gemma, minha irmã, achou que estávamos escondendo tudo dela e que eu fazia parte do plano, por isso ela voltou pra Harvard e não fala mais comigo.
Apertei meus dedos uns nos outros para aplacar a vontade de entrelaçá-los aos seus, trêmulos e aparentemente gelados.
— Meu pai sabia desde o início. E ele também foi embora.
— Seu pai foi embora? — Mal consegui esconder a surpresa na voz, incapaz de suprir a necessidade de formular a pergunta que me subiu à garganta. — Você está...? — deixei a questão incompleta e incômoda flutuar no espaço entre nós dois.
— Sozinho? — Completou ao me olhar. O sorriso havia desaparecido e as linhas de cansaço acima de suas sobrancelhas surgiram mais proeminentes e marcadas. — Yeah, estou. Ele foi para Nova York morar na Quinta Avenida e gastar a porra da conta bancária com a recém assumida namorada de vinte e dois anos. Me contou que, quando descobriu que mamãe estava em fase terminal, não podia aguentar. Ele não podia aguentar! Como é que minha mãe se sentia, então?!
Subitamente, abaixou a cabeça e tapou o rosto com as mãos. Seus soluços cortaram o ar como lâminas afiadas, os dedos puxando os cabelos com força enquanto seu corpo convulsionava com os suspiros sufocados, com o choro abafado e a dor emanando de cada poro, preenchendo-nos com um tom doloroso.
Sem saber ao certo o que fazer e sentindo minha garganta apertar como se uma mão estivesse em volta do meu pescoço, eu ergui a mão e a coloquei no seu braço, já esperando que ele me afastasse ou gritasse. Não o fez. Ao invés disso, se encolheu contra o toque, aceitando-o e, implicitamente, pedindo por mais.
Não hesitei por um segundo em ficar de joelhos no banco, fazendo uma manobra com o corpo para encaixá-lo no pouco espaço sem bater a cabeça no teto. Equilibrado sobre o console, eu o abracei. Forte, apertado e mantendo-o pressionado contra mim apesar da situação desfavorável pela minha posição e de todas as barreiras que eu havia construído em volta de mim em relação ao toque.
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ephemeral
Fiksi PenggemarOBS!!! Olá queridos, essa historia NÃO é minha, porém como larrie tenho compromisso com vcs de repostar já que a autora (larrypowerr) apagou!! Procurei pdf dela no twitter por anos e nunca achei, até que na fila do show do Louis no Rio eu conheci um...