Chapter Ten

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O pai do Meno (o do filme) ainda estava procurando pelo filho quando eu comecei a ficar um pouquinho entediado.

Harry havia retornado a atenção à televisão há alguns minutos e, após deitarmos na mesma posição de antes, com a minha cabeça apoiada no seu bíceps, eu fiquei curioso sobre até que ponto poderíamos levar aquilo por causa da inquietude borbulhando pelo simples fato de sua mão estar extremamente quente de onde estava espalmada nas minhas costas. Fiquei curioso para descobrir o que Harry poderia me causar tanto interna quanto externamente. Então, tomei coragem, um longo fôlego e sem pensar duas vezes, comecei.

Fechei os olhos e subi o pé pela sua canela coberta pelos jeans, esfregando algumas vezes com cuidado para testar o território. Imediatamente, seus longos dedos desceram até a base da minha coluna e eu tive de reprimir o sorriso contra sua camiseta tomada pelo cheiro suave de perfume.

Movi a mão do seu peito para a sua barriga, acariciando os músculos firmes ali. A forma como eles contraíram, rígidos e estendidos, foi o suficiente para tirar meu fôlego. Em resposta, ele agarrou o cós da minha calça, tocando uma pequena parte da minha pele e da barra da cueca.

Minha respiração não podia ficar mais acelerada.

— Se você fizer mais alguma coisa, a gente vai ter que parar o filme. — sua voz estava mais baixa, mais afetada. Ah.

Honestamente, eu estava pouco ligando para o filme.

— É. — respondi sem prestar muita atenção. — Louco, né?

— É? — ele me olhou. Ouvi algo como "continue a nadar, continue a nadar". No mesmo tom, tudo o que minha mente repetia era "continue a se aproximar, continue a se aproximar".

— É.

— Sua mãe não está aqui para nos interromper. — Obrigado por falar da minha mãe agora.

— Desculpa.

— Pedimos muitas desculpas.

— Me beija.

Não precisava pedir duas vezes.

Com um suspiro falsamente exasperado, eu o empurrei de leve para que se deitasse certo na cama. Gostando da forma como seus olhos arregalaram e a boca caiu entreaberta em surpresa, eu fechei o punho no travesseiro ao lado da sua cabeça e sorri pequeno antes de aproximar nossos rostos para beijá- lo. A última coisa que vi foi sua covinha esquerda ressaltada pelo sorriso de lado que estava surgindo e, consequentemente, deixando-me desorientado.

Primeiro, tudo foi calmo e gostoso como sempre, lábios deslizando um contra o outro e mordidas pequenas – nada de língua. Mas a partir do momento em que eu deixei escapar um gemido quase inaudível por causa dos nossos peitorais pressionados, Harry grunhiu e passou o braço em volta da minha cintura, levantando-se o suficiente para me jogar para trás e deitar por cima, sendo atencioso com seu peso sob mim mesmo com toda a força que já havia provado ter inúmeras vezes não só no treino, mas também quando trocou de posição sem esforço algum.

Minha camiseta havia subido e a sua estava na altura das costelas, nossas peles juntas, quentes e irradiando calor como se lá fora estivesse fazendo trinta graus. Uma mão mantinha meu rosto erguido e a outra apertava meu quadril, sua boca conduzindo a minha com habilidade e pequenos movimentos que davam a entender que eram perfeitamente encaixados com os que eu fazia. Seu abdômen rígido tremulava a cada vez que eu inspirava com um pouco mais de força. Por um segundo, realizei que o cobertor já não era mais necessário, ao menos não enquanto eu o tivesse me cercando por todos os lados.

Nos separamos por pouco tempo, seus olhos procurando os meus em meio a escuridão e o lábio superior brilhante com a nossa saliva. Enquanto ofegava, fechei as mãos no seu pescoço e tentei me manter lúcido ao sentir como ele ergueu minha camiseta com tanto cuidado até ela estar um pouco abaixo do meu peitoral. Tentei não sentir vergonha, apesar das bochechas vermelhas protegidas pelo escuro.

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