e.fê.me.ro adj. De pouca duração; passageiro; transitório.
Tudo o que Louis queria era se desligar e fingir que não doía mais para conseguir parar de chorar e soluçar ou ao menos aplacar a sensação vazia e, ao mesmo tempo, dolorida o consumindo como brasa. Seu peito estava doendo com cada inspiração e ele só desejava se poupar de mais algum machucado irreversível.
Porém, doía. Era óbvio que sim.
O garoto que ele amava estava deitado imóvel em uma cama gelada, as respirações curtas e artificiais preenchendo o ar do quarto junto com os bipes de diferentes aparelhos conectados ao grande corpo pálido.
Tomlinson tinha seus dedos gordinhos e pequenos entrelaçados aos esguios e compridos do namorado, rezando a cada fôlego para que Harry apertasse sua mão de volta como sempre fazia quando estava nervoso.
Principalmente antes dos jogos escolares, quando os dois se escondiam na última cabine do vestiário e trocavam rápidos e verdadeiros desejos de boa sorte entre beijos e risadas baixas e tímidas.
Mas ele não apertaria. Era tarde demais.
Os olhos azuis e molhados pelas lágrimas que deixavam marcas nas bochechas vermelhas levantaram, fitando o rosto esculpido e perfeito do garoto em sua frente. Os detalhes, embora apagados, ainda continuavam singulares como sempre, moldados pelos cachos amassados devido a tanto tempo sendo pressionados contra o travesseiro.
Ele se lembrou de tudo enquanto fechava os olhos para deixar as lágrimas caírem de vez, fazendo sua cabeça doer e as têmporas latejarem ainda mais.
Lembrou-se do primeiro beijo, da primeira noite e da primeira vez que assumiram que as melhores coisas da vida não serviriam de nada se não tivessem um ao outro.
Se não pudessem aproveitar cada pequeno momento como se fosse o último. E realmente era.
— Louis, anjo... — A voz quebrada e exausta de Jay soou no quarto iluminado conforme ela se aproximava do filho sentado ao lado da cama. — Já se passaram vinte minutos... Temos que ir. Desmond também quer um tempinho até amanhã.
Foi o suficiente para que os soluços voltassem com mais intensidade, obrigando-o a soltar as mãos de Harry para cobrir o rosto e abafar os barulhos que deixavam seus lábios sem permissão, a dor dilacerante expandindo e parecendo tomá-lo por inteiro. Ele desejou que essa dor o fizesse dormente, mas nada mais era capaz disso.
O que eram vinte minutos perto dos últimos meses que passaram juntos e perto de todas as vezes que Harry o fez se sentir... Infinito? O que significavam vinte minutos perto da eternidade que Harry lhe prometera sob o céu estrelado de Holmes Chapel com os lábios colados ao seu pescoço e as mãos grandes acariciando seus quadris com uma delicadeza quase surreal?
Não eram absolutamente nada. Vinte minutos sequer existiam se comparados aos pensamentos imensuráveis de Tomlinson dirigidos ao garoto que era feito de promessas, sonhos e amor, muito amor, mesmo que estivesse prestes a deixá-lo dali a poucos segundos. As semanas que lhe foram dadas para poder se preparar para esse momento nem pareciam ter sido reais. Até a última pílula, Harry costumava dizer.
Sentiu Johannah acariciar suas costas e suspirar profundamente antes de deixar o quarto para dar um pouco de privacidade a ele. Ela provavelmente estava indo conversar com Lottie, que estava na sala de espera para tentar confortar o irmão quando chegasse a hora ao lado de Liam, Niall e Zayn, ainda que eles mesmos estivessem chorando.
Louis ergueu o rosto e se levantou, pegando a mão de Styles novamente. Secou as lágrimas com as mangas do moletom que nem sequer era dele, esperando que o gesto as cessasse, e tentou regular as batidas do seu coração de acordo com os pensamentos mortos dentro de sua cabeça.
— Você disse que me daria todas as estrelas se eu pedisse. — Aproximou a boca do ouvido de Harry e murmurou, acariciando carinhosamente o maxilar marcado com o polegar. Um pensamento colateral e tímido, porém cruel, atravessou sua cabeça: Era o último toque. — Disse que me faria seu na eternidade e esperaria por mim lá. O que eu percebi, meu Meno, é que a nossa eternidade começou antes mesmo de nos conhecermos. Lembra quando perguntou se eu acreditava em destino e eu não respondi? — Enxugou mais algumas lágrimas que inevitavelmente caíram sobre a pele do pescoço do namorado e inspirou o ar com cheiro de remédios do ambiente antes de continuar. — Eu acredito. Acredito porque tenho a certeza de que nós dois fomos feitos para perseguir estrelas e nos transformarmos em poeira cósmica juntos. Eu te amo tanto que nunca poderia dizer adeus, mesmo que todos insistam em dizer que é. E isso não é uma despedida, eu te juro por todas as vezes que você me fez sentir incrível e único. Por todas as vezes que me amou como se nunca fôssemos chegar ao fim.
Pressionou um beijo lento e salgado por causa das lágrimas contínuas contra os lábios secos dele e sussurrou:
— Te vejo nos meus sonhos, amor. Eu amo você.Enquanto Louis saía do quarto abraçado a Jay tendo a sensação de seus pulmões estarem sendo colocados para fora com cada inspiração forçada seguida de soluços pesados, ele tentou se convencer que Harry e ele ainda se encontrariam. Não nessa vida, mas em algum outro lugar onde pudessem prosseguir com o infinito particular deles sem mais nenhum obstáculo. Sem mais dor, sem lágrimas e sem um período de tempo estipulado para fazerem promessas.
Porque tinha que ser assim. Eles se pertenciam.
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ephemeral
FanfictionOBS!!! Olá queridos, essa historia NÃO é minha, porém como larrie tenho compromisso com vcs de repostar já que a autora (larrypowerr) apagou!! Procurei pdf dela no twitter por anos e nunca achei, até que na fila do show do Louis no Rio eu conheci um...