Ao longo dos anos, os dramas clássicos exigidos na matéria de Literatura Nacional haviam me proporcionado uma ideia utópica e distorcida de grandes momentos e marcos da vida.
Primeiro: o amor.
Evite-o, diziam. É um grande sentimento para grandes pessoas e para as pequenas que se arriscam, também.
Arriscam transbordar e se afogar em primeiras vezes, primeiros beijos e toques e pensamentos que repetem, de diferentes formas, que amor é quando você escuta a pessoa e a cada pausa entre duas palavras, entende "fique". Até mesmo quando ela quer ir embora.
Amor é quando você se sente grande o suficiente para se entregar e, mesmo assim, permanecer inteiro.
A segunda utopia? A morte. Não é algo filosófico, repleto de ideais e finalidades absolutas. A morte não é uma nostalgia expressa em poemas e poesias de livros amarelados. Não é uma dor curável pelo tempo, um acontecimento fadado a cair no fundo da mente com uma pontinha que diz que o tempo cura. A morte é quase tão crua quanto as feridas metafóricas. É dolorosa, é composta de dias assombrosos e choros abafados e terríveis antes de dormir. É querer não dormir. É desejar, pela primeira vez, que a realidade seja apenas mais um dos pesadelos que te devoram vivo.
O primeiro mês foi um inferno. Eu sentia como se cada fibra e músculo no meu corpo estivessem definhando e se recusando a aguentar sentimentos tão pesados. Minha garganta fechava a cada vez que uma comida tocava a parte sensível no fundo da minha língua, e os lençóis eram frios e quentes demais ao mesmo tempo em todas as malditas madrugadas; mesmo que eu tivesse a sensação de que minha pele queimava a cada vez que a imagem do meu garoto atingia minha mente por uma ordem involuntária feita por todas as lembranças.
O segundo mês foi ainda pior. Eu sabia que havia perdido peso, que estava degradado nas notas e que Jay conseguia escutar através do corredor quando eu chorava de madrugada. O casaco do time permanecia enfiado dentro do guarda-roupa, e eu permanecia enfiado na minha cama e dentro da minha própria cabeça. Era mais seguro lidar com meus pensamentos a lidar com um mundo que parecia privado de cor-de-rosa.
Zayn me ajudou. Levava deveres de casa, repassava os trabalhos e sínteses e avisava os professores, mas eu sabia que não podia deixá-lo continuar fazendo aquilo. Me forcei a voltar para a Wye Hill, a enfrentar os corredores gelados. O resto da escola parecia arrastada, embora soubessem equivocadamente que Harry havia "desaparecido", e Chace Crawford me olhou com pena quando atravessei o caminho até a sala. Eu deixava Zayn ficar com Liam no intervalo, e me escondia nas brechas entre duas estantes de livros na biblioteca. Utilizava o tempo livre para ler os livros que faltavam para as classes.
A janela no canto superior da parede deixava a luz do sol atravessar o vidro, e longos minutos passavam no relógio comigo olhando para os meus dedos iluminados pelo sol.
Sentia-me anestesiado e amortecido, incapaz.
As pequenas coisas, como o café da manhã com mamãe e Lottie, foram passando de impossíveis para suportáveis.
Eu comia pela manhã, sorria quando Jay me contava algo sobre o museu, e os dias lentos contavam com frases inteiras minhas.
Mas da mesma forma, era como estar preso dentro de um destino que não pertencia a mim. E ao olhar para a entrada da biblioteca e ver alguns jogadores adentrando o ambiente com sorrisos pequenos, a dor tornava-se sufocante ao perceber que, entre todos os garotos, eu procurava por somente um.
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— Parece aquela cena de As Vantagens de Ser Invisível.
Sorri para a frase de Zayn, continuando a segui-lo pelas escadas que levavam à fileira mais alta da arquibancada enquanto enfiava as mãos nos bolsos do moletom cinza.
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ephemeral
Fiksi PenggemarOBS!!! Olá queridos, essa historia NÃO é minha, porém como larrie tenho compromisso com vcs de repostar já que a autora (larrypowerr) apagou!! Procurei pdf dela no twitter por anos e nunca achei, até que na fila do show do Louis no Rio eu conheci um...