Obsessão

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                        🥀Bárbara Passos🥀

Nossa...

Bebi demais no sábado à noite. É segunda de manhã e eu ainda sinto a ressaca me perseguir. Fora que a idiota aqui quis transar no banheiro e terminou toda roxa.

Eu tenho que aprender a me controlar, a minha versão bêbada não consegue se divertir sem se meter em problemas.

Entro na cozinha atrás de comida. Me sinto bem mais confortável em entrar aqui, agora não tem mais a Elizabeth me olhando de cara feia.

— bom dia dona Bárbara - Eleonor me cumprimenta com um sorriso.

Ela passou muito tempo me chamando de senhora. Tentei fazer ela me chamar só de Bárbara ou Babi mas o máximo que consegui foi o dona Babi.

— bom dia. Você sabe onde o Victor tá ? - pego o mamão na geladeira.

— ele foi para a boate. Saiu com a bebê faz mais de uma hora. Ela tava animada em sair com o pai.

— carreguei aquela menina por 9 meses. Os últimos meses de gestação eu passei sobre repouso, passei por um parto dolorido e levou um mês pro meu útero cicatrizar, meus peitos vazam o tempo todo. E olha só, ela é obcecada pelo pai. Mundo injusto

— nem tudo são flores - ela ri - não quero parecer intrometida, mas acho tão bonitinho a relação deles.

— é, é muito bonita.- isso eu não nego, é incrível ver aqueles dois juntinhos.

— talvez o próximo bebê seja "obcecado" por você - ela diz me entregando um copo com suco.

— é, talvez .....

Um segundo filho ?

Não sei se o Victor concordaria com isso. Ele ama a Manu isso é indiscutível. Mas ter outro bebê ?

                                      [...]

Me arrumei e vim pra boate, vou pegar a Manu e vamos almoçar com a dinda doida dela. Ainda não acredito que aquela sem noção se casou, fico na dúvida entre ficar com pena ou rir sempre que vejo ela.

Subi direto pro escritório. Manu está "sentada" em cima da mesa "mordendo"um dos brinquedinhos dela enquanto se baba toda.

Victor estava falando com alguém no telefone assim que eu entrei ele se apressou em desligar, isso me incomodou pra caralho.

Pra que tanta pressa ? O que eu não podia escutar?

— oi amor, não sabia que vinha.

— vim pegar a Manu. Vamos almoçar com a Tainá.

Sempre que os pais dela estão pra vir a garota fica extremamente nervosa.

— oi princesa da mamãe - ela me encara e da um sorrisinho.- se divertiu com o papai ?

— ela se comportou direitinho - ele fica de pé e me beija.- quer que eu leve vocês pro lugar onde vão almoçar?

— não, obrigada. Tainá vem nos buscar na boate.

— João Lucas vai seguir vocês.

— vai mandar ele seguir a própria esposa ? Por isso que ela quer o divórcio- brinco.

— eles ainda estão casados ? Já faz meses.

— Tainá falou com o Dean - pego a bebê - ele estava tentando um jeito de anular, mas como não conseguiu o casalzinho vai ter que optar pelo divórcio.

— hmm.- ele beija a testa da Manu- vou passar a tarde toda ocupado. Vejo vocês de noite.

— tudo bem.

— amo vocês.- ele beija a minha testa e depois a da nossa filha.

— também amamos você.

                                       [...]

Não tenho nada a reclamar da Manu. Ela se comporta muito bem fora de casa. Ela tá comportadinha vendo eu e a dinda dela conversar.

— você não devia dar tanta importância pro que o seus pais dizem.

— não é tão fácil.

— eu sei. Vou me usar como exemplo. Eu amo o meu pai e mesmo assim não deixo o que ele diz afetar a minha felicidade. Assim como meu pai vai ter que lidar com as minhas escolhas, o seus pais vão ter que lidar com as suas.

— falando nisso. Como seu pai está em relação ao seu relacionamento com o Victor? Em relação a Manuela? - olha ela fugindo do assunto.

— sobre a Manu acho que ele tá gostando da história de ser vô. Sobre o Victor, acho que ele  acredita que o que temos não vai durar.

— alguém avisa pro senhor Passos que o Victor é completamente obcecado por você, é mais fácil o mundo acabar do que o Camilo deixar esse relacionamento acabar.

— ele teve um comportamento muito estranho hoje.

— jura ? Pra mim o comportamento dele é sempre estranho.  Ou você acha que decretar que uma pessoa é sua e ponto final é um comportamento normal.

— ele tava no telefone e assim que eu entrei ele se apressou a desligar. Como se eu não pudesse ouvir.

— acho que você tá vendo coisa - encaro ela que parece não pensar o que diz- ele ama você.

— as vezes amar alguém não é suficiente.

— ele respeita você. Bom no começo ele não tinha respeito, mas agora tem. A situação mudou, tudo mudou. Para de ser louca. Aquele cara te ama muito.

— eu sei. Mas não gosto quando ele se comporta assim. Devo falar com ele ? Dizer que me incomodou e tal ?

— não. Deixa pra lá.

— tem certeza?

— tenho. Esquece isso.

— certo. Agora vamos falar dos seus pais e de como você tem que ignorar comentaríamos que não acrescentam nada na sua vida.

                                       [...]

Quando Victor chegou já passava das 19:00 mas a Manuela ainda tava acordada esperando por ele.

Ele tomou um banho rápido e foi por ela pra dormir.

Ela tá com quase quatro meses colocamos ela pra dormir no quarto dela. No começo foi difícil, mas já estamos mais acostumados.

— dormiu - ele resmunga entrando no quarto.

Victor deita do meu lado e me puxa pra deitar perto dele. Eu já estou na cama mesmo que eu não vá dormir tão cedo.

— não vai comer nada ? - pergunto

— não, eu tô sem fome. Como foi seu almoço com a Maria Tainá?

— foi divertido. Os pais dela estão vindo visitá-la.

— João Lucas vai conhecer os sogros ? Espero que ele não seja tão azarado quanto eu, meu sogro pisaria na minha cara se pudesse .

Pior que meu pai pisaria mesmo sem pensar duas vezes.

— acho melhor eles nem sonharem com esse casamento. O senhor e a senhora Costa iam surtar e matar a Tai.

— qual o problema dos pais em deixarem os filhos escolherem o que querem?

— espero que você mantenha esse pensamento quando a Manuela chegar na adolescência.

— não mistura as coisas. São assuntos distintos.

Pobre Manu ....