O que eu faço?

Ensinar?

No momento eu não sei muito bem como agir, tipo assim, meu melhor amigo parece que foi arrastado no chão, discuti com ele sobre DST e os dois caras que beijei mais cedo estão na minha frente, quase encima de mim, perguntando sobre a vida sexual dele. É, é uma situação bem estranha, realmente, não sei o que falar.

Chifuyu e eu nos olhamos como se pudessemos conversar através daquele contato, coitadinho, se prestar bem atenção, dá pra ver a perna dele tremer levemente.

Suspiro.

Não consigo raciocinar com o perfume forte desses dois.

Forço minha garganta a fazer barulho tentando chamar a atenção pra mim.

– Tá tudo bem Takemicchi? você saiu correndo depois de ter nos beijado. – Caralho Mikey!

Sinto o olhar de Chifuyu ficar meio afiado.

Essa cobra venenosa.

Caralho Mikey!

– Ele claramente não quer falar sobre isso. – Draken toca meu ombro. – Desculpe por aquilo, foi demais pra você. – Toco sua mão, é aspera e quente.

– Tá tudo vem, Draken-kun, vocês poderiam nos deixar a sós por um momento? depois eu vou até vocês.

– Você está nos evitando? – Mikey tem uma cara emburrada. 

– Não, não é isso.

– Se você não está bem com isso é só nos falar. – É, ele está muito emburrado.

– Eu não estou incomodado, olha, eu queria que fosse uma surpresa, mas não quero ver você com raiva, eu fiz os dorayakis, só queria falar com Chifuyu antes.

Imediatamente os olhos dele ficam arregalados, posso jurar que tem até corações transbordando. 

Ouço Draken resmugar.

– É sério? 

Oh, Deus, ele é muito fofo quando quer.

– Sim. – Não resisto e acaricio o topo de sua cabeça. – Mas eu preciso conversar com meu amigo primeiro, você pode me esperar?

– É claro! vem, Kenzinho. – Ele puxa o braço do mais alto que pisca pra mim.

Engulo seco.

Vejo eles descendo a escada do terraço.

Suspiro.

Três.

Dois.

Um.

Ouço a risada que deveria ser escandalosa, mas de tão rouca se parece com um esquilo gritando de medo.

– Você sabe que não tem o direito de rir, né?

Espero ele acabar com o circo.

Morro de pena.

Ele engasga e o rosto começa a ficar vermelho.

– Não é bom você forçar essa garganta, já tomou um anti-inflamatório?

Ele não responde por ainda estar rindo.

Vou até ele e balanço seus ombros.

– Qual o seu problema, Chifuyu? eu estou preocupado porra, você tá péssimo.

– Eu tô ótimo, muito melhor agora.

– Você mal tem uma voz.

– Parece que eu não o único com a boca ocupada. – Sinto meu rosto esquentar de raiva.