Baji-san

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Takemichi corria com tudo pelo corredor, sequer parecia a amoeba que era na educação física ou qualquer coisa que exija força no corpo, mas quando o assunto é fugir ele incorpora o Marcell Jacobs. Esse arrombadinho.

É engraçado o jeito que ele corre.

Na mão eu segurava aquela maldita coleira com um sininho que fazia um barulho irritante, não sei se tô vermelho de raiva ou vergonha, só sei que Hanagaki Takemichi vai morrer hoje.

Ou no mínimo jogar ele de uma escada.

Dessa vez da forma correta.

O corpinho com menos de 1,65 de altura e aquele cabelo brega com um quilômetro de raiz parecia um relâmpago, ele acha que vai escapar.

Que fofo.

Ele dobra no corredor e não consigo ficar mais do que feliz com isso, foi direto pro beco sem saída. Vai dar direto com a porta trancada do depósito do segundo andar.

Quando faço a curva até sinto vontade de aplaudir a burrice dele, e acabo fazendo mesmo. Bato palmas, ainda com o barulho daquele sino.

Ele me olha quase chorando.

– A barriga ou o rosto?

– O quê?

Cruzo meus braços.

– A barriga ou o rosto? – Me aproximo lentamente. Ele se afasta no mesmo ritmo.

– Não tô entendendo.

– Pra quem mais você mostrou isso? – Ergo o coleira em seu rosto.

– Pra ninguém, eu comprei escondido. – Franzo minhas sombracelhas.

– Como que eu acredito em você? ontem você passou a tarde em um encontro romântico, e do nada me aparece com uma coleira, o que vocês fizeram ontem?

– Não foi um encontro romântico! e pare de falar essas coisas. – O rosto dele tá  vermelho.

– Você até que tá entendendo bem essas coisas, agora... – Me aproximo até ficar cara a cara com ele. – A barriga ou o rosto?

– Para com isso!

Tento segurar minha risada, é sempre bom assustar ele.

– Ok, vou te dar mais uma escolha, barriga, rosto ou estilete?

– Para de ser doido!

Antes de eu poder agarrar seu pescoço o sinal toca.

Nos encaramos.

– Chifuyu...

– Vai, antes que eu mude de ideia.

Ele corre, de novo.

Suspiro.

Olho para a coleira, até que era bonita. Um pensamento muito sujo se passa pela minha mente, sinto meu rosto esquentar.

Baji-san gostaria disso?

Que pergunta.



É claro que sim.

...

– Não rolou nem um beijinho? – Pergunto em uma troca de professores.

Ele cora, as vezes acho que o gay não sou eu.

– Não! foi só um passeio.

– Ontem você me disse que era um encontro, duas vezes.

Ele bufa.

– Só conversamos e andamos de moto.

– Uiui, te levaram pra andar de moto, você curte um mal caminho, hein?

O que eu faço?Onde histórias criam vida. Descubra agora