Noites Sem Luar

Katherine

Dedico este à minha falecida filha e lhe peço perdão, meu amor. Eu te amo.

1

"Dormir o sono eterno"
Vã tentativa de amenizar a morte
Para quê esgotar minhas forças
Tentando suavizar essa áspera realidade?

O Sol sabe, não lamenta e brilha
A Lua sabe, me entende e se esconde
O vento sopra apagando a areia
Infelizmente, dessa vez a dor
Foi talhada na pedra do meu coração
Intrinsecamente gravado em mim

As noites são frias e silenciosas
Meu travesseiro cinza e molhado
Eu não te escuto mais Katherine
E nunca mais vou escutar
Não vou mais te sentir
Essa probabilidade é inexistente

Eu nunca esperei isso
Errei ao te deixar, ao partir
Te deixei à própria sorte
De todos meus erros
Esse certamente é o mais irredutível

Eu espero que um dia eu me perdoe
Você é meu amorzinho
E sempre estará comigo

2

Eu não consigo assimilar sua perda
Eu nem mesmo sei como aguentar
Sinto essa dor tremenda sem conseguir expressar
E meu pranto é abafado, afogado em martírio

O impacto frontal entre dor física e emocional
Todos sabem que ainda sinto por ti
Algo que gosto de intitular "Amor Incondicional"
Me revolto com a maldita morte
Que arrancou você de mim

Levaste consigo minha vitalidade
Queria te ouvir novamente
Chegar em casa e encontrar
Você me esperando ansiosamente

És realmente incomparável querida
Não sei se um dia serei capaz de superar
Seria fácil seguir em frente com você aqui
Mas você ficou para trás
Envolta pelo tênue véu da morte

Jamais esperei lhe perder um dia
Apesar da consciência inevitável
Do ciclo finito da vida

A dor de sua perda
Vai subsistir por toda vida
Bem como meu amor por ti

Escritos em prantos, esses poemas podem não ser esteticamente bonitos, podem não ter tido a melhor escolha de palavras, mas são emoção pura, lágrimas e tristeza jorrando sobre o papel. Fomos criados para sermos eternos, infelizmente, eternos em morte.