Titã

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Muito sinto, mas pouco entendo.
Desmontei meu coração como um motor
E as peças não se encaixam.
Não me encaixo, não caibo em caixas

Não há como sentir, não há como viver;
Enclausurado coração. Sangue e vida inertes.
Sobre mim, pesado grilhão.
Luto contra a carcereira
Mas um metro e cinquenta
É mais que um metro e oitenta.

O condigno descanso me é ingrato.
Como Atlas, castigado eternamente
Sobre as costas o peso da minha incompetência;
Movi montanhas para nunca mais me mover.

Invencível entidade, distante mas onipresente.
Inquisidora e carrasco, me rasga o peito;
Te agrada meu sofrimento
Bem como me agrada teu perfume?

Noites Sem LuarOnde histórias criam vida. Descubra agora