Capítulo 4

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As vezes é melhor assim

Tudo sobre o universo é complexo, a maneira como ele trabalha, como tudo funciona, como cada estrela caminha em seu próprio trajeto, em sua própria velocidade e mesmo assim todas se alinham ao mesmo tempo, tudo isso é tão magnifico e inexplicável que faz a vida parecer mágica.
Nem todo mundo passa a vida com a sua alma-gêmea, algumas só as descobrem na velhice, outra nunca as conhecem, mas isso não impedia que as pessoas tivessem relacionamentos fora dessa bolha. Houve uma época em que qualquer relacionamento amoroso com qualquer pessoa que não fosse sua alma-gêmea era considerado errado, mas com o tempo, as pessoas deixaram de dar importância pra essas limitações infundadas e obsoletas. Tudo bem que o universo destina uma pessoa a outra por alguma razão, mas às vezes é melhor assim.
Jeongin nem sabia como havia ido parar ali, mas estava dormindo na cama de yeji, digo, ele só se deu conta quando a porta se abriu revelando uma yeji animada e sorridente, com algo em mãos.
- bom dia, meu girassol, a terra diz olá! – exclamou sorrindo, o mesmo sorriso que se desmanchou ao ver o amigo voltando a fechar os olhos – acorda, innie, já é quase onze da manhã
- então ainda tá de madrugada – resmungou contra o travesseiro
- vamos, vamos, o sol já nasceu lá na fazendinha, lembra?
- eu não tô na fazenda
- mas já amanheceu aqui também –disse ao abrir a cortina
Os raios de sol fizeram jeongin apertar os olhos por alguns segundos até se acostumar com a luz do dia. Se sentou sobre a cama com cara de sono.
- eu trouxe chá pra você, li na internet que coisa ácida faz mal pro estômago quando a gente tá de ressaca – falava de costas para si olhando a rua pela janela – então eu já eliminei as opções suco de laranja ou abacaxi, eu ia trazer leite e descobri que também é ácido, por isso eu fiz esse lindo chazinho e...
Virou-se sorrindo, mas seu queixo foi ao chão ao observar o amigo.
- tá me olhando com essa cara por que, sapatão? Parece que nunca me viu de cueca – coçou os olhos – eu sei que eu sou gostoso, mas não precisa ficar assim
- vem cá, yang jeongin, que porra é essa? – apontou para seu corpo
Sem entender a situação, o mais novo olhou para baixo, encarando o próprio corpo. Foi ali que flashes da última noite invadiram sua mente e lhe responderam múltiplas perguntas. Em si, pôde observar diversas marcas, mordidas, chupões e se perguntava como se encontravam as regiões que não conseguia ver, como o próprio pescoço e costas.
- safado, ficou pelado com um homem – continuou incrédula – era quem? O conde drácula querendo sugar seu sangue?
- tá tão ruim? – questionou indo em direção ao espelho do banheiro – meu deus, tá péssimo, meu irmão vai me encher o saco
- e sua mãe?
- você conhece ela, acha mesmo que ela iria cair nesse papinho de que eu só ia dormir aqui? Se tu acha que a gente engana ela tá muito errada
- então não tem problema?
- a veia só vai querer conhecer o genro dela, problema, ela não tem – colocou uma regata que achou jogada
- mas isso até eu quero, quem tu pegou?
Ali estava, a pergunta que jeongin queria evitar.
- não me lembro, devo ter bebido demais – deu de ombros
A garota já desconfiava que seu amigo mentia, mas não iria pressioná-lo a nada, por isso, apenas deixou o quarto com um sorriso descendo até a cozinha.
Ao chegar no cômodo, deu de cara com seu irmão mais velho fazendo algo no liquidificador, ni-ki e sunoo na mesa conversando e jungwon brincando com kkami, o cachorro de hyunjin.
- você não tem casa não? –questionou ao se sentar em uma das bancadas
- bom dia pra você também, yeji – rolou os olhos – esqueci a chave ontem e o felix não me atendia, então eu dormi aqui no sofá
- entendo... – virou-se para a mesa dos adolescentes que cochichavam entre si – bom dia, meninos... manda a fofoca aí!
- não é nada não – jungwon sorriu
- hyunjin, vira aí, só pra eu ver um negócio– sunoo pediu e o mais velho obedeceu – ah há! Eu tava certo, é um chupão!
- quê?! Onde? – yeji se aproximou do irmão, podendo ver de mais perto agora, os garotos estavam certos, a camiseta cobria, mas ela averiguou de mais perto – que safado!Seja lá quem você pegou, parece um adolescente emocionado de 16 anos... Tá parecendo o innie!
- o que tem eu? – o garoto questionou entrando na cozinha, sem tirar os olhos de seu aparelho celular
- tá falando com quem, pirralho?
- com o seungmin – apertou os olhos trazendo o aparelho para mais perto
- e o que ele tá dizendo?
- não sei, tô sem óculos e sem lente, tô vendo nada
- aqui seus óculos, pateta, você esqueceu em casa ontem – o yang mais novo se aproximou
- que susto cria, nem sabia que tu tava aqui – disse ao pôr os óculos – ah, oi ni-ki e sunoo!
- bom dia, jeongin – hyunjin o chamou
- caralho, tu não tem casa pra morar não? – perguntou sem olha-lo diretamente
- só me maltratam nesse lugar, sou perseguido e injustiçado – cruzou os braços se sentando à mesa
- vem cá, isso aí é um chupão? – jungwon chamou o irmão
- se fosse só um estaria bom, parece que tu levou porrada de um polvo –ni-ki fez questão de implicar
- tô falando, ele e o hyunjin foram pra gandaia ontem e pegaram gente, dois safados, o hyun tá até com o céu da boca roxo – a garota tomou um gole do chá de jeongin
- o que tem o céu da boca? – o japonês questionou, por isso kim sunoo se esticou sussurrando algo em seu ouvido, logo, o mais novo deles fez uma face horrorizada – meu deus, hwang hyunjin!
- sério, o nikito – yeji gargalhou ao contemplar sua expressão
- gente, isso não é suspeito? – o kim chamou a atenção, fazendo jeongin se encolher sobre a cadeira–a yeji saiu da festa e só ficou o hyunjin e o innie, os dois estavam aqui hoje de manhã e os dois pegaram alguém...
- é claro... –a garota arregalou os olhos – eles pegaram gente na minha casa, meu deus
- ô sonsa, tu se faz, né? Tá na cara que eles se pegaram – o japonês disse já sem paciência
O yang mais velho se engasgou com o próprio chá. Yeji arregalou os olhos de virando para o irmão.
- QUÊ?! hwang hyunjin você pegou meu melhor amigo?
- em minha defesa, ele que me pegou – o hwang pôs as mãos para cima
- e-eu preciso ir – jeongin se levantou apressado–seungmin vai se mudar pra nova republica hoje, ele pediu ajuda, beijo amiga
- tu vai fugir desse assunto?
- como adivinhou? – sorriu nervoso – até mais,crias
- quer carona, innie? – o mais velho lhe seguiu
- ah, não precisa, eu pego um uber – riu sem graça
A ultima coisa que queria no momento era ficar sozinho no mesmo lugar que hwang hyunjin.
E bom, ele percebeu, sabia que aquilo aconteceria, jeongin provavelmente se arrependia e agora iria o ignorar. Precisava confessar que uma pontinha de si pensou que isso não aconteceria. Odiava quando alimentava essas esperanças ridículas que o faziam acreditar que pessoas como yang jeongin teriam algum tipo de interesse nele além de uma noite de sexo. Patético.
O yang deixou a casa às pressas, foi à pé mesmo até sua casa, onde tomou um devido banho e vestiu sua roupa de sempre, um moletom cinza, calças jeans e um par de all-stars confortáveis.
Era impossível que sua mente não acabasse fugindo para a noite anterior a cada segundo, e a cada flash de memória jeongin sentia mais urgência em esquecer e deixar tudo para trás. Ora, ele não era um simples babaca que queria ter uma noite com um cara gostoso e depois fingiria que nada aconteceu, é só que... bom, sua vida era sobre planos e hwang hyunjin não estava neles, ele era abstrato demais para caber em seus agendamentos e isso o confundia e o incomodava. Sem falar que, cá entre nós, nos últimos poucos dias ele trouxera sensações que o yang simplesmente não conhecia. E o desconhecido assusta.
Jeongin seguiu até o local indicado por seu amigo, kim seungmin, era um prédio bem conhecido, vários universitários que ele conhecia moravam ali. Seungmin havia tido um desentendimento com os últimos garotos com quem havia dividido o último apartamento, por isso se mudou para aquele prédio, viu um anúncio na faculdade de dois garotos que procuravam mais alguém para dividir o aluguel.
O kim lhe esperava na entrada do prédio com algumas latas de tinta.
- pra quê isso?
- eu saí com os garotos do apartamento, eles me disseram que o quarto tava vazio, só tinha uma cômoda e uma cama de solteiro, mas que eu podia fazer o que quisesse de decoração pro quarto, levaram super na boa quando eu disse que queria pintá-lo e ia levar umas coisas
- e você me chamou pra pintar? Isso não tava no contrato não – pôs as mãos na cintura
- você vai ser professor de jardim de infância como, se não gosta de pintar?
- eu gosto de pintar com tinta guache e fazer desenho com o dedo, não pintar parede de marmanjo
- para de reclamar e me ajuda a subir com isso aqui – lhe entregou uma das latas
Subiram alguns andares de elevador, seguindo até o apartamento número 255. Durante o caminho, o garoto lhe contava como seus colegas de apartamento e os garotos do apartamento da frente eram legais, isso deixou o mais novo feliz por ele, levando em consideração que sua última estadia não deu certo. Tocaram a campainha e logo um garoto um pouco mais baixo de cabelos escuros atendeu sorrindo.
- oi seungmin! Que bom te ver – ele cumprimentou – eai? Eu sou o chris, prazer!
- muito prazer, eu sou yang jeongin – sorriu tímido
- entrem, a casa tá cheia de coisa inútil por causa da mudança, uma completa bagunça!
- tá chamando minhas coisas de inúteis? –o kim exclamou
- ele tava falando das coisas do jisung, mas vale pra você também –um garoto baixo de cabelos escuros se aproximou – eai, cara? Me chamo seo changbin
- yang jeongin – estendeu a mão lhe cumprimentando
O tal chris estava certo e o apartamento realmente estava um bagunça digna de uma boa e merecida faxina geral. Enquanto pensava nisso, acabou se assustando com algo em suas pernas, imediatamente ficou estático, mas relaxou ao se deparar com um gatinho.
- soongie, volta aqui! – um garoto de cabelo laranjaabaixou-se próximo à si, pegando o bichinho – ai me desculpa, moço, ele é curioso
- tudo bem, eu gosto de animais – sorriu fazendo carinho na cabeça do gato
- pensava que esse era o dori – seungmin se aproximou
- o dori é cinza, só o doongie e o soongie que são laranjas – o garoto explicouindignado como se fosse um pecado o kim não saber
- são três? Eu pensava que você só tinha dois – deu de ombros
- deve tá querendo apanhar do lino de graça – um quarto garoto apareceu, parando ao lado do menino dos gatos, que aparentemente se chamava lino – ai como eu sou mal-educado, me chamo han jisung, prazer – sorriu acenando – esse daqui é lee minho
- lino é pros mais chegados e pessoas legais, é por isso que o seung não pode –o lee provocou e seungmin respondeu mostrando língua pro garoto
Jeongin riu da situação, mas seus dedos já batucavam as pernas e por mais que não gostasse de incomodar, esperava que o kim notasse seu desconforto.
- perdi meus fones, foi você que pegou, bro? – outro garoto, desta vez de cabelos claros e sardas, adentrou o apartamento, que àquela altura já parecia cheio demais, e parou perto de chris
- felix, eu acho que vi o hyun com eles ontem a tarde
- ai que saco ele foi pra casa da irmã dele ontem
- ei, changbin – seungmin chamou – quem é esse hyun?
- ah, você não conhece ele, ele não passa muito tempo aqui, vive na faculdade ou na casa dos pais, ele chegou faz só algumas semanas, é nosso amigo faz tempo, desde que a gente tava fazendo o intercambio na Australia
- espera, por acaso o sobrenome dele é hwang? – jeongin questionou
- sim, por quê?
A resposta o fez arregalar os olhos sem entender como acabou se enfiando no meio dessa grande teia onde tudo dava em hwang hyunjin, ora que mundo pequeno!
- hwang hyunjin, seu ladrão de fones! – felix exclamou marchando em direção à porta
Ao avistá-lo, jeongin ficou sem chão, sinceramente universo, que sacanagem, hein? Era a única pessoa que não queria ver naquele dia.Percebeu que ele não havia onotado ali ainda, por isso, passou entre alguns dos garotos chegando até seungmin que já estava na porta de seu quarto, com algumas latas de tinta.
- ok, sem movimentos bruscos, não olha pra trás – disse baixo, de costas para os garotos
- quê?
- presta atenção, sabe o tal hyunjin que tá ali na porta? –o kim virou-se – não olha, porra!
- tá bom, o que tem ele? – olhou de soslaio – pera, é o irmão da yeji?
- gênio – rolou os olhos
- ah lembrei, você disse que o odiava e ontem dormiu com ele, verdade – riu zombando da face alheia
- não fode seungmin, me ajuda a sair daqui
- como você quer que eu faça isso? Ele tá na porta
- eu saio pela janela
- estamos no quarto andar, jeongin – desdenhou do garoto
- não faz mal!
- jeongin??? – seungmin exclamou
- innie? – ouviu a voz familiar que lhe fez estremecer de arrependimento de não ter pulado da janela, hwang hyunjin estava parado na porta cômodo –woah, que coincidência
- pois é – riu sem graça – vem seungmin, a gente tem que pintar seu quarto – puxou o amigo pelo pulso fechando a porta, deixando o resto dos garotos confusos para trás
Adentrou o quarto começando a pintar a parede, é claro que nem fazia sentido a forma como ele estava pintando, apenas fazia círculos estranhos e dava pinceladas mal feitas que, na verdade, fariam a parede ficar toda desnivelada, mas o kimpôde notar seu desespero, por isso não comentou.
Nunca foi bom em conselhos, isso era um ponto fraco seu. Jeongin confiava muito em si, o conhecia desde a escola, eram amigos havia quase 12 anos, era muito tempo e sabiam muito um sobre o outro, por isso o mais novo sempre lhe contava tudo, mesmo que ele não soubesse ajudar. Esta era uma das vezes em que não sabia como ajudar.
- quanta frustração, quando eu tô assim eu soco o seungmin e fico bem – minho, segurando o gato laranja, apareceu na porta
- que amor – o kim rolou os olhos saindo e silenciosamente agradecendo a existência do lee
- o que tá te afligindo?
- olha, minho, não me leva a mal, mas eu te conheço háapenasuns dez minutos...
- é ainda melhor, compartilhar seus problemas com um estranho faz bem, há muito menos chances de eu contar pra alguém, afinal, eu teoricamente não te conheço – percebeu que o comentário pouco fez jeongin sorrir, por isso, deixou seu gato no chão e se aproximou – é por causa do hyunjin?
- como você sabe? – arregalou os olhos
- eu conheço ele há muito tempo, a gente morou juntos por quase quatro anos, ele se tornou um livro aberto, é um livro chato, mas aprendeu a se abrir com quem se importa, por isso ele me conta as coisas de vez em quando, sabe?
- e ele falou de mim? – subiu os óculos um pouco sem graça pelo assunto
- não, isso eu descobri pelo twitter, não conta pra ele, mas eu peguei o celular dele uma vez e aceitei minha solicitação na rant – piscou para o garoto, que riu
- acha que ele quer ser meu amigo?
- depende do seu conceito de amigo – moveu as sobrancelhas de forma sugestiva – eu não posso adivinhar como ele se sente, mas sei que se ele tá se esforçando pra te ter perto, é porque ele realmente quer
Aquilo ficou martelando na cabeça do yang por alguns minutos. Esses pensamentos foram interrompidos pelo próprio hyunjin que deu três batidas na porta.
- a ajuda de um artista é valida? – perguntou olhando diretamente para jeongin
- eu vou ajudar o pessoal com as coisas lá fora – o lee lhe olhou de soslaio antes de deixar os dois sozinhos
Jeongin não sabia como reagir ou o que fazer, as coisas que minho lhe disse foram breves, mas surtiram efeito. Quase como a presença de hyunjin em sua vida.
Não era uma pessoa de falar muito, por isso, quando o silêncio desconfortável se instalou ele preferiu o estabelecer.
- sabe por que tem tanta bagunça lá fora? – hyunjin perguntou na esperança de acabar com aquele silêncio ensurdecedor
O mais novo negou em silêncio pegando novamente o pincel, sem lhe encarar
- o jisung morava aqui com os meninos, mas daí ele o minho oficializaram o namoro e tão dormindo no mesmo quarto lá no outro apartamento, acontece que ele deixou as coisas aqui e só tava ocupando espaço, ele nem dormia nessa casa, então o chris e o changbin entraram em um consenso e meio que expulsaram ele – riu baixo
- por isso eles abriram a vaga pro seungmin? – abriu a boca pela primeira vez desde que estivera sozinho ali com o hwang
- sim, na verdade, eles entrevistaram umas cinco pessoas, mas o chris é bem criterioso, então não aceitou qualquer um, seu amigo parece ser uma boa pessoa, sabe?
Jeongin apenas concordou, dando mais uma pincelada na parede.
- você tá bravo comigo, innie? – questionou se escorando sobre a parte não pintada da parede
- não –não teve a intensão de ser seco, mas foi mantinha-se pincelando a superfície naquele tom azul-acinzentado que ele não podia achar mais monótono, tinha uma urgência de outro mundo de pintar aquela parede de roxo.
- então por que tá me ignorando?
- eu não tô – engoliu seco
- então olha pra mim – pegou-o pelo queixo, o virando para si
Finalmente teve a atenção completa de jeongin, que o olhava nos olhos de forma incerta.
- eu tô olhando, quer dizer alguma coisa? – soltou o pincel, deixando-o cair no chão
- na verdade eu quero sim – exclamou lhe soltando –sabe, todas as vezes antes de ontem que a gente quase se beijou me deixaram em êxtase, não porque eu ia te beijar, ou pensava que ia, mas porque eu tive medo que aquilo fosse miseravelmente temporário, temi que se nos beijássemos as coisas iriam mudar
- nem tinha nada pra mudar – cruzou os braços
- não... não significou nada pra você?
- o que significou pra você? Você por acaso gosta de mim? – questionou de braços cruzados
Hyunjin passou alguns segundos intercalando os olhos entre o chão e jeongin, enquanto o yang temia pela resposta, não saberia como lidar com alguém que gostasse de si.
- não me leve a mal – finalmente se pronunciou –você é lindo yang jeongin, e gostoso, demais, nossa... mas é um pé no saco
- espera, então você não gosta de mim? – tombou a cabeça
- não, jeongin – riu baixo fazendo o mais novo soltar o ar que nem sabia que prendia –eu gosto de te beijar, isso eu descobri que gosto muito
- ah... – sorriu olhando para o chão – eu também gosto de te beijar
- então não precisa ter sido a última vez – seu olhar era sugestivo
- então o que seremos? O minho meio que me disse que amigos não se beijam, e eu não quero ser seu amigo, porque você é chato demais
- seremos um lance –lhe ofereceu a palma da mão
- um lance – sorriu, aceitando o toque – eu gostei
O surpreendeu com um selar rápido em seus lábios. Como que em consentimento com a ação, hyunjin subiu sua mão até a nuca do yang, selando seus lábios de leve. Não era nada parecido com os beijos quentes e afobados do dia anterior, eram calmos e ao fim de cada beijo, se ouvia um estalinho com gosto de quero mais.
- ei família, o felix fez brownies – a voz os surpreendeu, mas chris era o mais surpreso – ah foi mal, digo, ah... continuem, não façam nada que eu não faria e lembrem-se dos folhetos dos postos de saúde – saiu apressado, sem graça
- a gente já vai – o hwang exclamou
Ambos riram da situação, hyunjin passou os braços por cima dos ombros de jeongin, que o segurou pela cintura.
Estar com o yang fazia seu coração errar as batidas, as vezes se via sorrindo pro nada e pensando em algo que o mais novo havia feito, era um belo de um idiota quando se tratava de jeongin, mas não diria isso em voz alta. Mentiu, ah ele mentiu quando disse que não gostava do yang, porque mesmo que não admitisse, ele sabia que gostava, mas daquele jeito ali estava tão bom, por que mexer no que tá dando certo? Sabe, às vezes mentir faz bem, e naquele caso, era melhor assim.

Total de Palavras: 3480 palavras.

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