Capítulo 8

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Coragem

   Quando eu era mais novo, eu tinha a noia de ficar lendo o dicionário e mesmo sabendo a definição de diversas palavras, foi vivendo que eu descobri a diferença entre corajoso e destemido.
   Alguém destemido é aquele que não tem medo, como os heróis de filmes de ação e de vídeo games bem desenvolvidos, com suas roupas rasgadas e machucados que eles ignoram, pois são fortes o suficiente para agir como se não sentissem nada. São independentes e fisicamente resistentes.
   Já um corajoso é aquele que tem medo, ah ele tem tanto medo, medo do mundo lá fora, medo do silencio aqui dentro, medo da confusão apertada da sociedade e do vazio dentro de si. Ele tem muito medo de tudo isso e de mais um tanto. Então o que esse corajoso tem de especial? A pessoa corajosa é aquela que aceita ajuda, que sabe que não pode lidar com tudo sozinha, que às vezes o caminho só é escuro porque não tem ninguém que o lembre de acender a luz. Não há problema em ter medo, como não há problema em pedir ajuda.
   Jeongin sentia que tudo aquilo era muito claro e olha que ele passou muito tempo no escuro.
   Havia mais 7 garotos a sua volta, todos sorridentes e animados enquanto enxiam uma minivan de malas. Os olhava como se fossem a chave para o baú dos tesouros, a resolução de todos os seus problemas, a luz no fim do túnel. Sim, eles eram as coisas mais importantes no mundo para si.
     - no que tá pensando, gatinho? – hyunjin se aproximou o abraçando por trás
     - que essa vai ser uma viagem e tanto – se virou sorrindo
     - ah não família, assim não dá – changbin reclamou – olha que merda, minho, ou você coloca a mala ou o seungmin, os dois não dá
     - mas eu cheguei aqui primeiro, esse fedido que veio me encher a paciência!
     - ah se liga, eu tomo mais banho num dia que você em uma semana – seungmin cruzou os braços
     - eles não tem jeito – hyunjin riu contra a curvatura do pescoço do yang
   Depois de mais uma hora arrumando as malas no veículo, eles puderam finalmente parar de frente para ele discutir os detalhes sobre o caminho.
     - okay gente, para evitar transtornos como: brigas, boiolagem, eu perdendo a paciência, boiolagem, discussões e... eu já disse boiolagem? – chan começou arrancando risos fracos – bom, eu arrumei os assentos especialmente para isso, tá tudo com nome
   Ficaram exatamente assim:
   Chan e minho – bancos do motorista e passageiro
   Hyunjin, changbin e jisung – primeira fileira
   Seungmin, felix e jeongin –última fileira
   Encarando os lugares, se voltaram reclamando.
     - por que eu fiquei na frente com você? –o minho cruzou os braços – é porque eu sou o segundo mais velho e você confia em mim?
     - na verdade é porque você é encrenqueiro e eu quero que me substitua no volante quando eu cansar – ao ver a cara de desgosto do mais novo, chan caiu na risada – é brincadeira, lino, meu anjo, eu realmente confio em você pra supervisionar os garotos lá atrás enquanto eu tiver com os olhos na estrada
     - e por que eu tô entre os dois chatos? – o seo arqueou a sobrancelha
     - pra impedir qualquer transtorno, não tá claro, gente? Não perceberam que eu não deixei duas pessoas que se implicam e nem dois namoradinhos juntos?
     - inteligente, gostei – felix deu de ombros – pelo menos eu posso ver vídeos de gatinho com o innie
     - vai mesmo?! – o garoto se animou
     - vamos sim!! – sorriram cúmplices
     - bom, agora que eu acho que tá tudo certo, podemos partir – chris pronunciou
   Adentraram a van, mesmo que só partiram depois de tirar uma dúzia de selfies em grupo para marcar o momento.
   O caminho foi marcado por piadas ruins, fotos de quem dormia – lê-se lee minho – brigas por parte de quem tirou a foto– cofcofseungmincofcof – gente apanhando por ter sido acusado de tirar a foto – bem, o hyunjin coitado –muitas fotos e poucos segundos de silencio.
   Pararam em um posto para completarem o tanque e almoçarem. Ao descerem do veículo, jeongin pôde finalmente notar a aproximação que havia entre changbin e felix.
     - vem cá, hyun – o yang segurou o garoto o fazendo forçar uma parada, enquanto os outros seguiam em sua frente – o que rola entre o changbin e o lix?
     - ah jeongin, é bem complicado – riu sem jeito – entre eles há uma longa e tênue corda bamba que as vezes tende a se tornar mais fina e instável
     - por quê? Eles não se dão bem?
     - se dão muito bem, innie, a amizade deles é uma das mais fortes que eu já vi na vida, mas acontece que aconteceram algumas coisas quando estávamos na escola, ainda lá na Austrália…– suspirou aos ver o mais novo esperando por mais – eles se apaixonaram, meu bem
     - e qual o problema?
     - que eles estavam andando passos largos na direção certa, mas o universo é um filho da puta... o changbin conheceu sua alma-gêmea nesse meio tempo, uma australiana chamada cherry, ela parecia gentil e muito divertida, mas não era ela quem o seo amava de verdade,ele sempre foi louco pelo lix
     - e por que eles não estão juntos?
     - porque o changbin tinha uma família tradicional, que quando soube que ele havia encontrado sua metade, o obrigou a entrar em um relacionamento com ela – jeongin engoliu seco – e, porra... o bin é gay, ele não via graça nenhuma na moça e eles nem se davam bem, mas namoravam, e felix passou a se afastar cada vez mais desde que isso aconteceu, quando changbin voltou pra coréia, avisou aos pais que não namoraria com a cherry de jeito nenhum, na esperança de ter o lee de volta, mas infelizmente ainda não aconteceu
      - isso é... – sentia suas mãos tremerem como varas de bambu verde, se arriscou a tentar respirar fundo, soltando o ar pelas narinas devagar para que hyunjin não percebesse seu estado – terrível
      - eu sei – o abraçou de lado – mas não é da nossa conta e não vale a pena perder o sono por isso, vamos, a gente tem que comer
   Assim,ambos seguiram ao restaurante onde os amigos estavam. Enquanto comia, jeongin estava aéreo, hora ou outra se pegava prestando atenção nos dois garotos citados mais cedo, não percebia quando seus amigos falavam consigo, apenas pensava, como se a voz em sua cabeça fosse mais alta que as externas. Ele se lembrava dessa sensação, de se sentir inseguro ou incomodado e voltar a encontrar o vazio. Os últimos meses preencheram esse vazio muito bem, por isso, estar de volta, mesmo que de forma rasa, doía.
   Falando em dor, hyunjin não pôde deixar de perceber o comportamento do garoto, conhecia aquilo ali, aquele se parecia com jeongin que ele conheceu muitas luas antes, naquele shopping, aquele garoto que parecia incomodado demais com o mundo externo para deixar sua bolha, que parecia que iria sair dali a qualquer momento sem se dar conta que deixava pessoas para trás. Ele tinha medo daquele jeongin que não era feliz voltar. Por isso, o abraçou pela cintura, o trazendo para perto.
   Ao sentir o contato quente do hwang, o mais novo acordou de seu transe, sorrindo para si, como se a meia hora que se passou não houvesse acontecido.
   Depois dali chris saiu para acertar a conta com o atendente e dar uma passada no banheiro, aproveitando essa brecha de tempo, os garotos correram até a van, onde minho estava com o corpo encostado, muito ocupado rolando seu feed para perceber que havia sido cercado. Quando se deu conta, subiu os olhos arqueando a sobrancelha.
     - o que foi, hein?
     - se liga, a gente vai trocar os lugares e você não vai deixar o chan perceber –felix exclamou convicto
     - e o que eu ganharia com isso?
     - eu poderia ser todo seu – jisung lhe soltou uma piscadela
     - han, amor, você já é todo meu desde que a gente se conheceu – debochou
     - ele tem um ponto – o han concordou
     - família o chan tá vindo! – changbin avisou e os garotos subiram na van
   Foi uma bagunça tão grande que nem pararam para perceber onde haviam se sentado, logo se dando conta do que haviam feito. Estavam assim:
   Chan e minho – bancos do motorista e passageiro
   jisung, hyunjin e jeongin – primeira fileira
   felix, changbin e seungmin – última fileira
   Seguiram viagem, pois o mais velho deles aparentemente não havia percebido a mudança, não que isso tornasse algo diferente, parecia mesma bagunça de sempre.
   Depois de longas horas, chegaram à pequena cidade, que era em sua maioria consumida por turistas que vinham para passar o feriado em um dos múltiplos parques aquáticos que a cidade possuía.
   A casa do pai de jeongin ficava em um condomínio na parte norte da cidade, onde havia casas mais bem elaboradas de fachada bonita. Estar ali depois de anos era de causar arrepios sobre sua pele.
   Desceram da van parando diante da porta, onde jeongin hesitou a abrir, seus amigos pareciam encarar o grande imóvel fascinados, mas o yang mal conseguia se mexer com a chave parada diante da fechadura.
   Quando finalmente tomou coragem para adentrar a casa, todos se colocaram diante da sala, maravilhados com a estrutura moderna e bem decorada da casa, era uma explosão de bom gosto e design futurista, toda revestida em branco e detalhes prateados que lhe davam um ar importante.  A casa de dois andares, sendo o primeiro com uma enorme sala de estar, sala de jantar e cozinha toda embutida, e o segundo com três suítes e banheiros individuais bonitos,era simplesmente magnifica.
     - todo mundo aqui – chris chamou – o jeongin é quem vai separar as funções agora
     - o quê?! – todos exclamaram em uníssono, inclusive o próprio yang
     - é, eu tô cansado porque o lino dormiu o caminho todo e não tô a fim de organizar vocês agora, além do mais, o innie conhece melhor a cidade e as necessidades da casa, então, jeongin, pode dar as ordens
   Passou alguns segundos pensando consigo no que era necessário para que pudessem continuar ali naqueles dias, tudo o que era preciso se fazer em um primeiro dia. Respirou fundo olhando para os amigos que aguardavam pacientemente.
     - primeiro a gente precisa dividir os quartos – começou – o minho e o han podem ficar no quarto do meu pai, eu e o hyun vamos ficar na outra suíte, o changbin e o felix ficam no meu antigo quarto, que tem duas camas de solteiro, seungmin e chan podem ficar na sala, ambos os sofás são conversíveis em camas – ditou
     - por mim tudo bem – o mais velho colocou as mãos atrás da cabeça se sentando sobre o sofá – e quais são os planos pra hoje?
     - acho melhor a gente se situar primeiro – minho sugeriu
     - então... felix, faça uma lista com base no que vamos precisar para esses três dias, chris e seungmin, vão no mercado com a lista do felix, jisung e lino, andem pela cidade e vejam os parques aquáticos mais em conta para passarmos o dia amanhã, eu, o changbin e o hyun vamos levar as malas para os quartos
   Bang chan assistiu o mais novo dar as ordens de forma tão segura e certa que ele se sentiu particularmente orgulhoso do yang. Podia ver o quanto jeongin havia crescido pessoalmente no tempo que passaram juntos e isso o deixava explodindo de felicidade.
   Passaram a seguir as instruções do mais novo, cada um tomando seu rumo em direção do indicado.
   Depois de cerca de meia hora, jeongin se jogou sobre o sofá-cama,ligando a TV. Logo,changbin e felix se aproximaram, dividindo o sofá consigo, hyunjin estava na cozinha fazendo pipoca.
   Colocaram um filme qualquer apenas para passar o tempo enquanto esperavam os outros chegarem com mais informações sobre o que fariam. O yang estava recostado sobre o sofá ao lado de changbin, enquanto o lee se situava no chão, de costas para eles.
   Em determinado momento, seo escorregou suas mãos até o topo da cabeça de felix, deixando um carinho breve sobre a região. Um arrepio percorreu o corpo do lee e uma sensação boa ocupou seu ventre, de forma que o fez querer mais daquele toque, sem saber como pedir. Ergueu o braço passando por cima de sua cabeça, estendendo-o sobre a coxa de changbin, onde imitou o ato feito pelo mesmo. Entendendo o pedido silencioso do mais novo, seo continuou o movimento.
   Hyunjin apareceu na sala, de forma que toda a formação precisasse ser modificada. Assim, abriram a parte de colchão do sofá, onde jeongin e o hwang ficaram deitados juntos na parte inferior, enquanto felix tinha as pernas de changbincontra si, este estando atravessado tomando conta de toda a extensão da cabeceira do sofá.
   Tomando coragem, voltou a acariciar suas coxas, vendo que a ação surtiu efeito, já que o seo passou as mãos por si, encontrando a parte posterior de sua panturrilha, onde passou a dar atenção. Ao passar do filme, as mãos de changbin subiam por toda a parte posterior de suas pernas, causando arrepios em felix, que precisou agarrar as coxas do mais velho com força pra não deixar escapar um arfar. A medida que seo lhe adentrou a parte interna da coxa, o mais novo deu um pulo saindo do sofá.
     - lix? Tá tudo bem? – jeongin questionou
     - tá sim, digo... eu preciso sair
     - vai fazer o quê?
     - e-eu vou ligar pra minha mãe e... – espiou changbin que lhe encarava – e eu disse pra ela que tô casa do bin esse fim de semana, então ele também precisa aparecer, é isso
   Pegou o garoto pelo pulso, o puxando escadaria à cima.
     - talvez, eu demore, não esperem por mim! – foi a ultima coisa que disse antes de fechar a porta do quarto.
     - não foi estranho o jeito como ele agiu? – o yang questionou e hyunjin concordou – o que acha que eles foram fazer?
     - acho que foram resolver esses conflitos que eles guardaram por tanto tempo – colocou um punhado de pipoca na boca – espero que se resolvam na base da boa e velha FO-DA!
     - bom, nós não temos conflitos para resolvermos então a gente só assiste o filme mesmo – deu de ombros
     - mas não seria uma má ideia, sabe? Pra desestressar depois da viagem – sorriu com a língua entre os dentes
     - não fode, hyunjin, para de ser bobo – riu jogando um tanto de pipoca no mais velho, que gargalhou
   No andar de cima, felix fechou a porta atrás de si, o qual changbin observava atentamente sentado na beirada da cama.
     - quer conversar sobre o que rolou lá em baixo? – o lee perguntou indo em sua direção
     - não. – o seo o puxou pela cintura, de forma que este caísse sobre suas coxas – nunca fui muito bom de papo, trabalho melhor na pratica
   Felix lhe mirou por cima, vendo a face esperançosa do mais velho. Nem pôde perceber quando realmente aconteceu, talvez depois do longo suspiro, ou das mãos passando pelas suas coxas, bem provável que tenha sido quando ele subiu suas mãos até a nuca do seo, agarrando seus cabelos.
   Quando havia acontecido não importava, o que importava de verdade era que eles passaram a se beijar, numa pressa digna de uma corrida atrás do tempo perdido. As línguas passeavam por ambas as bocas, o ritmo inicial era confuso, mas logo se tornou um compasso que só eles conheciam.
   Changbin não sabia quando começou a gostar de felix, talvez no ensino médio? Ou talvez quando pôde visualizar suas sardas pela primeira vez que o viu sem a máscara, pois é, ele era o garoto mais lindo que já havia visto, a voz grossa, o sorriso doce e o jeito gentil de ser que só ele tinha. Nas costas desnudas que se curvavam diante de si agora, ele podia ver inúmeras sardas claras, que se misturavam e diante de seus olhos, descreviam as constelações, todas elas. Ouvia seu nome ser chamado e queria ouvir aquilo para sempre, não era apenas sobre o sexo, era sobre ter o lee consigo como ele sempre desejou e nunca pode ter.
   Se amaram por muito tempo em silencio, sem dizer uma palavra sequer que pudesse deixar explicito o que sentiam, eram sempre gritos no vácuo, que não podiam ser ouvidos a não ser pelas almas que guardavam todas as preces sussurrantes e faziam questão de transformá-las em remorso e arrependimento pelo que não aconteceu.
   Tomaram banho juntos e trataram de toda a bagunça que haviam causado, sem que pudessem tirar os olhos um do outro, era um tipo de medo e excitação, como se pudessem sumir se não os cuidassem o tempo todo. Pois é, a vida os fez tão temerosos e tão necessitados um do outro, mas agora tinham e não iriam a lugar nenhum.
   Desceram as escadas, se deparando com o casal jovem que ainda conversava na sala, os mesmos que os lançaram olhares sugestivos ao avistá-los. Hyunjin tinha muitas piadas guardadas na manga, muita brincadeira que merecia um retorno, mas foi interrompido por bangchan, que abriu a porta cheio de sacolas, atrás dele, seungmin no mesmo estado.
     - vamos, me ajudem a descer as compras, ou estão achando que vão se descer sozinhas? – o mais velho pôs as mãos na cintura
   Os mais novos riram, indo os ajudar. Chris pode notar uma marca mínima que era parcialmente tampada pela blusa de felix, com um mesmo olhar, ele zombou de si e o disse o quanto estava orgulhoso.
   Minho e jisung logo chegaram, contando de vergonhas que passaram na rua, coisas que não deveriam ter feito e da senhorinha que ajudaram no semáforo.
     - olha família, mas sobre o parque aquático – minho começou ao se encostar sobre o balcão – o mais barato ao sul, uns 5km pra lá da cidade, parece bem bacana e com as carteirinhas de universitários fica só R$ 45,00 por cabeça
     - me parece bom, o que acham? – chris questionou
   Se entreolharam concordando, estavam todos animados para o dia seguinte.
     - sabe o que eu pensei da gente fazer? – o mais velho passou a mexer em algumas sacolas até retirar um pacote delas – assarmos marshmellows numa fogueira!
     - sério isso, chan? Estamos num clima mó tropical, tu acha que isso vai rolar? – hyunjin arqueou a sobrancelha
     - ah, eu queria... – jeongin comprimiu os lábios
     - vamos assar MARSHMELLOWS!! – o hwang disse arrancando risos
   Arrumaram um tipo de fogueira improvisada no fundo da casa, onde passaram a assar os famigerados doces. Minho começou a contar uma história de terror, onde felix logo tardoua tapar os ouvidos. Muitas histórias vieram, eles usavam de suas expressões e vozes para assustar os outros, causando diversas gargalhadas.
     - ok, eu tenho uma boa, aconteceu comigo – jeongin se ajeitou – eu tinha 15 anos, estava voltando da escola, quando percebi que não havia levado a chave de casa e já era de noite, por isso eu tentei tocar a campainha e realmente o portão foi aberto! Perguntei por minha mãe e ela me respondeu que estava no quarto descansando, por isso eu nem quis incomodá-la. Quando já passava das dez da noite, eu estava na sala assistindo filmes quando minha mãe entrou pela porta da frente, se desculpando pelo atraso extremo na nossa rotina. Confuso, eu perguntei se ela não estava em casa antes e ela argumentou que demorou no mercado e ficou presa no trânsito, por isso não estava em casa desde tarde. Fui até o seu quarto e realmente não havia ninguém. Até hoje eu não sei quem me abriu o portão e me respondeu.
   Finalizou a história passando mais um marshmellow sobre as chamas, enquanto os outros ouviam estáticos. Foram apenas alguns segundos até que todos eles explodissem em questionamentos ridículos, teoria malucas e suposições irreais. A maioria fez o mais novo rir à beça.
   Yang jeongin tinha medo de muita coisa, de muita gente, de muitos acontecimentos, a vida o deixou calejado mental e espiritualmente, ele por muito tempo não acreditou em nada, nem em si.
   Até o dia em que se tornou corajoso, foi quando a mão que lhe foi estendida e ao ser puxado para cima, viu o fundo do poço ficar mais longe e a luz em seu início ficar mais perto.
   Era corajoso porque amava, e aceitava ser amado,porque ajudava e era ajudado, porque acreditou e recebeu confiança em troca. Ele ainda possuía todos os medos do começo, eles pareciam não ter mudado, mas as pessoas a sua volta o ajudaram a crescer e sua forma de lidar com estes medos, melhorar consideravelmente. Sim, eles o fizeram corajoso.

Total de Palavras: 3405 palavras.

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