Capítulo 11

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Náufrago

   Costumamos usar o vasto mar como analogia à muitas coisas, mesmo que a vastidão do universo desconhecido seja incomparável, será o nosso material. Digamos que diante todas as forças divinas, dos seres sobrenaturais, dos espaços e galáxias desconhecidos, das infinitas estrelas não catalogadas, podemos dizer que diante tudo isso, e muito mais, o universo é um mar misterioso e incompreensível. Cada um de nós navega nesse mar, meio sem rumo, deixando que as ondas e a própria corrente marítima nos leve ao nosso destino.
   Acontece, que o universo é traiçoeiro, às vezes, fortes ondas nos tomam, viram nosso barco e nos afogam, ou nos levam para longe, longe de forma que não saibamos como voltar. Em meio a vastidão, estamos isolados do resto dos barcos, apenas vagando... sem saber onde estamos ou para onde vamos,vagando...sendo suportados apenas pelos pedaços da tralha que sobrou do que antes era nossa vida,vagando... segurando apertado mesmo sem forças para continuar, vagando...é assim que gente se sente, sozinho, à beira do fim, perdido, abandonado pelos seres divinos, náufrago.
   Jeongin sempre esteve pronto para subir suas velas, mas nunca pensou que um dia o mar pudesse se virar contra si, mas aconteceu. Em um momento ele estava com seus amigos que tanto amava, feliz com o cara que gostava e fazendo a faculdade que o dava orgulho, no outro, ele estava... bom, ele não sabia onde estava.
   Tudo era uma bagunça de sons no começo, a cabeça rodava e latejava muito, com aquele maldito zumbido que o deixava ainda mais desordenado. Ouviu gritos, sentiu toques, sabia que havia algo errado, mas não sentia seu corpo direito, não podia julgar sua situação. Viu luzes coloridas, azul e vermelho, sirenes e buzinas, conversas de diversas pessoas, mas não podia entender nada, como se falassem outra língua. Não pôde prestar atenção em nada, poissentiu tudo ficar escuro e o zumbido aumentava gradativamente até que nada mais se ouvisse.
   Voltou a abrir os olhos em determinado momento, viu múltiplos enfermeiros vestidos de um tipo de verde azulado que ele não sabia explicar, uma moça ditava palavras para outro enfermeiro enquanto controlava sua respiração com um respirador. Mais uma vez, seus olhos rolaram e ele se perdeu na escuridão.
   Lá dentro, ele teve sonhos, teve lembranças, teve a visão de alguns momentos que mereciam ser reprisados em uma TV de tela grande. Ele viu hyunjin. Ele queria se prender aquelas lembranças e não soltar nunca mais, mas ele não podia. Ele queria ter espantado o hwang, queria que ele fosse feliz.
   Não fazia ideia do que acontecia no mundo lá fora, nem sequer entendia o que havia acontecido consigo mesmo e, sinceramente, esperava que não houvesse causado transtornos para seus entes queridos.
   Bom, no mundo lá fora, todos estavam um misto muito grande de emoções, preocupação, nervosismo, ansiedade, culpa...
   Seungmin se remoía, se perguntava o que teria acontecido se ele houvesse o segurado por um minuto a mais, se não houvesse o deixado ir, se não houvesse deixado que ele ficasse sozinho com o pai, poxa ele precisava de apoio e seungmin só ficou na moita...
   Bang chan nunca havia se sentido tão preocupado na vida toda, ele era o mais velho, se sentia pessoalmente responsável por cada um dos meninos, os queria bem, felizes e saudáveis. Aquela era a missão pessoal dele, e nenhum de seus meninos havia se envolvido em algo tão perigoso e preocupante antes. Ele só tinha 24 anos, tipo, ele nem sequer tinha idade para pôr tanta responsabilidade sobre si, mas o fez, e agora se sentia como um pai preocupado.
   Changbin estava abraçado à felix e, baixinho, amaldiçoava o universo, os seres divinos, o pai de jeongin e o caralho à quatro. O garoto não merecia nada daquilo, aquele pai, aquela pressão psicológica, aquela situação, aquele acidente.
   Felix nunca havia perdido alguém próximo, também nunca teve que se preocupar com esse tipo de coisa, mas ali estava ele, pouco acreditava em forças supremas, mas suplicava baixinho, para quem pudesse o ouvir, para que cuidassem bem de seu amigo.
   Minho não conseguia entender como algo tão devastador pôde acontecer com alguém tão doce, tão gentil, tão... jeongin! Tipo, porra, o cara deixa de sair com os amigos pra passar o sábado com as criancinhas do hospital, por que, universo? Por que assim? Por que com ele? Por que agora? Ele cerrou os punhos inconformado.
   Jisung lhe pegou a mão, segurando forte e demonstrando seu apoio. Entendia o namorado, ele também estava triste, preocupado, nervoso... não queria que nada de pior acontecesse para o pequeno. Só foram necessários alguns meses para que ele houvesse se tornado um membro essencial no grupo, todo o ambiente havia se tornado diferente com a chegada dele, tudo se aperfeiçoou, o humor dele era diferente, o sorriso dele era diferente, a presença dele era diferente. E agora, ele tinha medo de que algo acontecesse e o lugar que ele ocupava, se tornasse um grande buraco.
   Hyunjin estava sentado sobre uma poltrona, em seu próprio mundo, fechado com altos muros de preocupação e ansiedade. Algo sussurrava em seu ouvido que no fundo, jeongin realmente não o amava, uma vozinha pendurada no pé da sua orelha lhe contava sobre todas as vezes em ele se sentiu um merda, só pra relembrar, e uma última, gritava de forma repetida que era tudo culpa dele, que se não fosse por ele, aquilo não teria acontecido com o garoto que ele amava. Lhe doía saber que suas últimas palavras foram de ódio, de inconformidade, foram uma briga de um só soldado, porque era o último que restava de tantos outros conflitos que lhe ocorreram durante a vida. E até aquele estava calejado naquela altura. Agora, quase morto.
    “eu não posso salvar nós dois”
   Foi o que jeongin o disse. Já havia se passado cinco horas desde que chegaram no hospital, mesmo assim, aquilo ainda se repetia em sua cabeça com um disco riscado.
   Realmente, hyunjin conhecia o yang havia pouco tempo,não sabia nem de metade do que ele havia passado durante a vida, mas seguindo um raciocínio lógico ligado aos últimos acontecimentos, era obvio que a bagagem de vida dele era tão pesada quanto a sua. Por isso mesmo, não poderiam navegar no mesmo barco, o peso era excedente.
   Sempre criticou a personagem Rose do filme Titanic, sempre odiou aquela mulher, quem abandonou o amado no mar gelado. Sempre pensou que a porta era grande o suficiente para os dois, que ela foi uma megera egoísta e dramática, mas se viu no lugar do casal.
    “não cabemos nós dois nessa porta” sorriu sôfrego, pensando consigo mesmo.
   Pessoas iam e pessoas vinham, todo tipo de atrocidade era ouvida naquele hospital, choros, gritos de dor, médicos dando notícias ruins, famílias e amigos lamentando perdas, pessoas enfrentando um destino cruel. É claro que coisas boas também aconteciam, porém, em um momento como aquele, apenas o mal era filtrado e adentrava seus ouvidos os tomando o ar dos pulmões.
   Hyunjin sentiu o peito arder ao ouvir aquela porta se abrir e ver a mãe de jeongin e seu irmão mais novo.
     - cadê ele? Onde está o meu filho? – a mulher mais velha questionou com os olhos vermelhos
     - ainda não sabemos, não recebemos notícias–bang chan disse tentando manter a voz firme para acalmar a moça
     - oh céus!
   Ao ver a mãe tapar o rosto voltando a chorar, jungwon não pode segurar as lágrimas que vinha prendendo. A abraçando, deixou que a dor que o apertava saísse de vez.
   Os garotos tentaram a amparar, enquanto hyunjin assistia de longe, a mulher sentada sobre as cadeiras de espera, enquanto soluçava alto, misturando preces à suspiros. Tomou coragem para se levantar e seguir em sua direção. Parou em frente a mulher, que tinha o rosto entre as palmas das mãos, mas quando notou alguém em frente a si, subiu o olhar.
     - me desculpa, senhora yang, eu te prometi que ia cuidar do nosso garoto e eu não consegui – disse de cabeça baixa, um bico inconscientemente se formava em seus lábios enquanto a garganta se convertia em um grande nó
     - não diga bobagens –ela se levantou o abraçando – nada disso é culpa sua, hyunjin
   O abraço dela era quente, mesmo que seus ombros tremessem pelo choro doloroso, ainda era um abraço de mãe, e hyunjin não sentia aquilo havia muito tempo. Uma das mãos da mulher estava em suas costas, e a outra, como se soubesse o que ele sentia, pousou a cabeça do hwang em seu ombro.
   Não se esforçou mais para guardar suas dores. Retribuindo o abraço e se deixando levar por ele, ele chorou, deixou toda a sua mágoa nos braços daquela moça, que o lembrava tanto o abraço de sua mãe. Chorou ao ponto de não saber mais pelo quê, ele queria jeongin de volta, queria sua mãe de volta, queria de volta o tempo onde sua única preocupação era se o antisséptico doeria muito ao tocar seus joelhos machucados, mas pelo menos, teria um beijinho de sua mamãe depois. Se agarrou àquela mulher e não soltaria até que ambos estivessem melhores.
   Já havia se completado oito horas desde que estavam esperando notícias do garoto, hyunjin segurava as mãos da dona yang sem pretensão de solta-las. Um homem de jalecoparou em frente às pessoas que esperavam.
     - familiares de Yang Jeongin...?
   Ao ouvirem o nome, todos os sete garotos, mais a família dele, se levantaram.
     - como ele está, doutor? Ele está bem? Onde ele está? – a mulher o bombardeou com perguntas, mas ele entendia sua preocupação, por isso manteve a calma
     - ele está no quarto, o paciente sofreu um acidente que resultou em diversas lesões, inclusive uma fratura em seu antebraço, portanto, foi necessária uma cirurgia de aplicação de pinos à região devido a gravidade da fratura. Agora ele está no quarto descansando, assim que ele acordar, vocês serão informados e poderão o visitar.
     - muito obrigada, doutor! – yang agradeceu tirando um grande fardo de seus ombros – e ele vai ficar bem, não vai?
     - precisaremos que ele fique pelos próximos dias aqui no hospital, fizemos algumas radiografias, mas estamos com problemas devido um curto-circuito ocorrido no hospital ontem, por isso, as radiografias só vão ficar prontas amanhã, o manteremos em observação para evitar transtornos ou sequelas.
     - e ele vai ficar bem, não vai? – jungwon repetiu a pergunta feita pela mãe com um tom mais urgente
     - o nosso trabalho é cuidar dos nossos pacientes, por isso, faremos o possível – o homem sorriu, antes de sair
   Aquela frase causou um arrepio em hyunjin que olhou para minho, o qual pensava a mesma coisa. Médicos não podem dar certeza sobre um paciente antes que seu diagnostico seja plenamente fechado e concluído, não podem afirmar que um paciente vai ficar bem ou não, não poderiam prometer uma melhora de um paciente sem certeza. “faremos o possível”. Aquela frase significava incerteza, pretensão, mas não gostava de pensar nisso.
   Apenas algumas horas depois, uma enfermeira os chamou novamente, sorrindo.
     - o paciente yang jeongin já pode receber visitas, porém, nas primeiras horas damos prioridade apenas à família
     - eu sou a mãe dele e esse é meu filho caçula!
     - ótimo! Me acompanhem – a moça chamou
   Senhora yang deu um último sorriso para os garotos, que lhe encorajaram.
   Jeongin estava sentado sobre a cama, aguardando quem quer que entrasse por aquela porta, esperando fortemente que seu pai não estivesse naquela maldita lista de amigos e familiares. Movendo os dedos de forma ansiosa, ele esperava, recordando os últimos momentos antes do acidente, mas era estranho como ele não se lembrava de algumas coisas, tipo, se ele estava fugindo para longe, ele estava indo para onde? Onde ele planejava ir? O que planejava fazer? Ele não se lembrava.
   Os pensamentos se esvaíram quando ouviu a porta ser aberta, revelando sua mãe, seu irmão e a enfermeira que viu mais cedo, quando precisou tirar uma dúvida.
   Sua mãe o olhou de cima à baixo, o garoto usava uma camisola de hospital que deixava suas pernas e ombros quase à mostra, revelando pequenos hematomas, no braço havia um gesso que mesmo sabendo que era leve, parecia pesado como um caminhão aos olhos da mãe. Seu rosto continha algumas marcas, um corte na testa, e um sorriso sem jeito.
     - eu esqueci de olhar para os dois lados, mamãe – disse sem graça, tentando trazer algum tipo de humor
     - seu moleque sem graça – jungwon passou na frente da mãe correndo no encontro do único braço aberto disponível, sentiu lagrimas de preocupação correrem pelo seu rosto – nunca mais faz isso
     - eu não vou – tentou se manter forte para o mais novo, que o agarrava forte pelo pescoço
   A mãe osassistiasorridente, jeongin sorriu de volta para ela, por isso, a mais velha sentiu o peso que comprimia seu peito diminuir. É, seu bebê estava bem.
   Ficou ali mais um tempo e teve certeza de que ele estava bem, não poderia restar dúvidas. Foi quando se lembrou da grande massa de garotos que estavam preocupados com seu filho na recepção, por isso, chamou jungwon para que fossem arranjar algum hotel na cidade.
   Na recepção, hyunjin se assustou quando a porta se abriu de forma brusca revelando uma garota histérica de cabelos castanhos e uma única mecha rosa.
     - cadê ele? CADÊ O INNIE?! – ela questionou chamando a atenção dos garotos
     - calma yeji, ele tá bem, tá falando com a mãe dele – o hwang mais velho à acalmou
   A garota soltou todo o ar que vinha suprimindo, pondo a mão no peito aose jogar em uma das cadeiras daquela sala de espera na recepção. O mais velho se pôs ao lado dela, fazendo um pequeno carinho em sua cabeça, como quem diz que tudo vai ficar bem. Mesmo que ele mesmo precisasse ouvir isso.
   A enfermeira mais uma vez os chamou.
     - o paciente yang jeongin já pode receber visitas dos amigos, mas pedimos que sejam apenas duas pessoas por vez e por pouco tempo para evitar que o paciente se canse e também aglomerações em local hospitalar
   Chegaram em um consenso que seungmin e yeji tinham preferência naquele quesito por conhecerem o garoto há mais tempo. Por isso, seguiram até o quarto dele.
     - você tá com medo? – yeji questionou baixinho
     - por que eu estaria?
     - ele sofreu um acidente, eu não sei como ele está, e se ele estiver todo machucado? Eu sou um livro aberto, não vou conseguir esconder minhas expressões se ele estiver muito mal...
     - fica suave
     - seungmin, você não serve de base pra ninguém, você tá tremendo
     - ah, yeji, não fode – rolou os olhos, notando que a enfermeira que os acompanhava havia parado em frente a um quarto
   Tomaram um último ar, antes de adentrarem o quarto. A senhora yang que já saía, deu um beijo na testa de yeji e os deixou. Jeongin segurava um sorriso meio torto, mas ao perceber que a amiga vinha em sua direção, seus lábios formaram um bico e ele se permitiu chorar.
   Yeji abraçou com cuidado seu corpo machucado, sabia que o yang vinha segurando o choro, ele nunca gostou de preocupar sua mãe.
     - ele me encontrou, hwangie, e e-ele me disse... ele me disse... – soluçava contra os ombros da garota
     - shh, bebê, tá tudo bem, ele não vai mais te alcançar –acariciava suas costas com a palma – nós te amamos, vai ficar tudo bem, meu anjo
   Seungmin assistia tudo de longe, a culpa ainda o consumia. Os garotos se separaram, ambos secando as lágrimas e narizes inchados. O yang elevou os olhos em sua direção, abrindo os braços.
   O kim não era uma pessoa sentimental, não gostava de toques, não sabia bem como demonstrar seus sentimentos pelos outros, quase sempre ignorava uma situação que pudesse o machucar, e era bem comum evitar se envolver com as dores de seus amigos, não era por mal, ele só sentia que não poderia ajudar.
   Mesmo diante de todas as suas limitações, não hesitou ao atender ao abraço de jeongin. Com o corpo contra o seu, ele sentiu seu calor, seu cheiro, seus batimentos cardíacos e seu corpo tremulo. Ele o amava tanto, aquele ali era seu melhor amigo e nunca havia se sentido tão preocupado em toda a sua vida.
     - você estava certo, eu fui o bobão que não te ouviu, obrigada por sempre tentar cuidar de mim –o mais novo exclamou contra seu abraço
   Aquela frase tirou um grande fardo das costas de seungmin, a culpa. Apertou o corpo do mais novo até que esse chiasse de dor, o fazendo se afastar rapidamente.
     - m-me desculpa, innie
     - tudo bem – riu, pondo a mão sobre o peito – que fofo você usando meu apelido, acho que isso serviu de lição pra ver o tanto que você me ama
     - se fecha, moleque, quando a gente sair daqui eu vou passar a sua vida te lembrando que eu avisei e você não quis ouvir
     - bom saber que tudo vai voltar ao normal – yeji desdenhou enquanto os amigos continuavam a se provocar, soltando um riso frouxo
   Na recepção, changbin estava pensativo, perdido no nada. Chan, que notou, o chamou para perto dos outros garotos que conversavam entre si tentando melhorar o clima.
     - cara, e se aquele idiota aparecer aqui? – o seo exclamou sério
     - levando em consideração que vocês deram a maior surra nele, sem falar do fecho do seungmin, eu duvido bastante – minho justificou
     - minnie trabalha com lacre atrás de lacre, fecho atrás de fecho – han estralou os dedos, fazendo os presentes rirem
     - eu tô falando sério, ele pode vir aqui perturbar o innie, ele é pai dele, o hospital não vai poder impedir
     - ah não ser que... – felix disse um pouco baixo pensativo, levantando a cabeça – bom, há um jeito da gente interferir nisso
     - qual?
     - a lista, há pessoas que são permitidas a entrar e outras que não podem nem se aproximar do quarto
     - é verdade! Bora lá ver como a gente pode agilizar essa bagaça
   Saíram animados em direção à uma enfermeira que mexia nos computadores, ela era a mesma que havia elogiado as marcas do casal han e minho mais cedo, ela parecia ser legal.
     - com licença, moça –jisung espalmou o balcão – precisamos de algo, pode nos dar uma ajudinha?
     - claro, o que desejam?
     - precisamos adicionar alguém na lista de pessoas que não podem entrar no quarto do nosso amigo, o paciente Yang Jeongin...
     - olha garotos, eu sinto muito, mas não tem como, a lista só pode ser alterada pelo próprio paciente ou por um parente diretamente ligado à ele com mais de 18 anos e que não esteja na lista
     - mas...
     - olha, moça, eu preciso que a senhora preste atenção, esse garoto, nosso amigo, só tem 21 anos e já passou por todo tipo de coisa, a senhora nem tem noção, ele só está aqui hoje porque o pai dele, um homem extremamente irresponsável e ES-CRO-TO o fez muito mal, então nós PRECISAMOS que nos ajude a evitar que esse desgraçado piore a situação do nosso pequeno – minho disse com todas as letras
     - garotos, eu super entendo a situação de vocês e até simpatizo com a causa, mas eu não posso correr o risco de perder meu emprego, me desculpem – ela pediu com as sobrancelhas voltadas para cima
     Assim, eles voltaram a seus lugares, sentindo-se derrotados. Jungwon apareceu, os procurando com o olhar.
     - olá pequeno, o que está fazendo aqui sem sua mãe? – hyunjin questionou
     - ela foi falar com umas enfermeiras sobre as particularidades do bebê dela e blá, blá, blá – fez careta
   Aquilo fez o hwang ter uma ideia, era arriscada, mas podia funcionar. O impasse da situação era: a mãe de jeongin não sabia que ele havia visto o pai dele, e eles não contariam tão cedo. Por isso, não podiam pedir para ela, mas talvez...
     - won, você sabe o que aconteceu com o seu irmão? Tipo, por que ele sofreu esse acidente? – perguntou manso
     - sei... o seungmin contou pro sunoo que me contou, mas sinceramente eu não queria ter descoberto isso – seu tom era amargo e fez o peito do mais velho doer
     - você sabe que infelizmente seu pai não é a melhor pessoa pra vocês, não sabe? – o yang concordou – e que tal você ajudar a gente a prevenir que ele não venha aqui perturbar seu irmão?
   O rosto de jungwon se iluminou, se tinha uma coisa que odiava nessa situação era não poder ajudar, mas agora ele podia, e o faria a qualquer custo. Foram novamente até a mesa da enfermeira.
     - aqui, moça! Ele é o irmão do paciente! – hyunjin o empurrou, chamndo a atenção de seus amigos, que se aproximaram de si
     - mas ele parece tão novinho... quantos anos você tem, meu bem?
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     - puts, aí fode – changbin passou a mão pelo rosto, frustrado
   A enfermeira assistiu a face derrotada e triste dos garotos, realmente queria ajuda-los.
     - escutem aqui, eu vou ajudar vocês, mas não podem contar pra ninguém! – sua fala os animou, ela passou a mexer no computador – qual o nome do paciente e da pessoa?
     - o paciente é Yang Jeongin, e a pessoa é... Yang Jeongwoo – o próprio jungwon respondeu, de forma que o hwang passasse os braços por seus ombros para reconforta-lo pela situação
     - pronto! – ela sorriu
     - ai o innie vai ficar mais aliviado – jisung disse sorrindo grande – aposto que ele vai se sentir importante quando souber que tem uma lista de pessoas particulares que podem ou não entrar
     - bom, na verdade, já tinha um nome
     - ué? Qual? – chan franziu o cenho
     - esperem um pouco deixa eu ver aqui... – ela deu zoom na tela – aqui, Hwang Hyunjin.
   Em alguns momentos da nossa vida, pensamos que estamos em águas calmas, quando na verdade, há muitas rochas pontiagudas submersas, prontas para quebrar, furar, afundar ou virar o nosso barco, até que nos perdamos novamente, náufragos.

Total de Palavras: 3624 palavras.

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