Jardim do Mosteiro

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Lá estava ela, colhendo suas ervas e flores. Seu cesto de palha estava quase cheio com o que ela já havia colhido, sálvias, tomilhos, rosas, gardênias e outras flores. O pequeno jardim do lado de fora do mosteiro era um lugar confortável, delineado por uma rústica cerca de madeira, o jardim contava com dezenas de flores e ervas, todas usadas no mosteiro para fazer remédios e alimentos. O final do outono produziu algumas belas ervas, aquele seria um ótimo final de ano, aquele seria um ótimo dia, pensou Evya.

Ela se abaixou novamente para colher uma gardênia, seu perfume encheu seu fino nariz e ela, por um momento, fechou seus olhos, se lembrando da sorte que ela teve para encontrar aquele mosteiro. Era certo que os monges ficavam com o trabalho pesado de rezas pelas pobres almas humanas, e ela, junto com outras criadas, ficam com o trabalho leve de arar o campo, cozinhar e limpar todo o mosteiro. Mas a adalis não tinha do que reclamar, se esse era o acordo que ela tinha que fazer para se manter segura e viver uma vida alegre e sem problemas, ela o aceitaria.

Dando mais alguns passos à frente, ela seguiu pelo jardim, desprezando algumas flores improprias para o consumo. Ela sorriu ao olhar para seu vestido, alegrias pequenas como aquela a faziam feliz o suficiente. Aquele era seu melhor vestido. Era de um azul suave, do tom do céu no inverno, suas bordas eram adornadas com rendas douradas e singelas, Evya admirou por alguns segundos seu vestido. Ele estava impecável, era certo que ao final do dia ele estaria imundo, mas usá-lo era sempre bom. O vestido trazia certa alegria para o coração da adalis. E foi olhando para seu vestido azul como o céu que ela se lembrou.

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