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Boa leitura ☘️

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O belo rosto de Qin Wanyue estampava a capa da Channel naquele mês. Seus olhos verdes, suas sobrancelhas levemente arqueadas, a simetria natural do rosto e seu cabelo castanho claro lustroso criavam uma harmônica e prazerosa sensação aos olhos. E tudo isso somado àquela tez ligeiramente bronzeada.

Qin Wanyue era a modelo mais bonita e cobiçada da Channel, a adversária da Gucci. Possuía um tipo de beleza difícil de se encontrar, principalmente na Ásia. Sua beleza natural era extremamente atraente; normalmente, salvo pelos desfiles, quase não usava maquiagem além do típico batom vermelho, tinha curvas muito voluptuosas comparadas às recatadas chinesas. Tudo isso, talvez, graças a descendência latina americana proveniente de sua mãe. Apenas Xiao Zhan estava à sua frente no quesito ostentar capas de revistas.

Fiquei olhando a imagem por um instante, contemplando a beleza estonteante daquela mulher, consciente de que não deveria; justamente por ser a adversária da Gucci, alguns modelos e funcionários da agência não gostavam das revistas da Channel, a não ser que pudessem obter alguma informação que os faria triunfar sobre os rivais ou simplesmente desdenhar. Parecia bobagem, no entanto não era bom me verem cometendo tal transgressão enquanto estava sentado no vestiário.

De repente, a porta se abriu e levantei-me em um sobressalto, escondendo a revista atrás das costas. Xiao Zhan estava parado à porta do vestiário, os lábios revestidos de um vermelho brilhante sutil — não me pergunte o porquê de ter sido a primeira coisa que reparei —, com uma bolsa repousada em seu ombro.

Ele piscou, como se não esperasse me encontrar ali também, e em seguida observei seus olhos baixarem para o meu tronco nu, percorrendo as linhas do meu abdômen pálido com olhos intensos. Então, me dando conta de que estava pelado da cintura para a cima, esbocei um sorriso forçado, porém ele não retribuiu de imediato, como se estivesse em uma espécie de transe.

Por fim, após morder o lábio inferior, ele sorriu e fechou a porta atrás de si.

— Ora, ora — disse ele. — parece que estamos destinados a nos encontrar mais vezes do que pensamos.

— O que está fazendo aqui? — não tive a intenção de soar tão afobado.

— Estava em silêncio aqui então achei que estivesse vazio, desculpe — explicitou, pousando a bolsa no outro assento.

— Sem problemas.

A presença dele naquele pequeno espaço me deixava elétrico. Tentando disfarçar meu desconcerto, coloquei a revista silenciosamente no assento atrás de mim e me virei na tentativa de achar minha blusa no meio de várias outras pertencentes à pessoas que eu desconhecia. Eu havia acabado de terminar uma sessão de fotos.

— Deveria ter batido antes — censurei. — eu poderia estar pelado.

Quase pude ouvir seu sorriso.

— Provavelmente teria sido a melhor visão que eu teria hoje, hm?

Eu sabia, mesmo de costas, que ele me encarava. O calor que senti nas costas era inconfundível.

— Talvez não nessas circunstâncias — retruquei.

Peguei uma blusa e a vesti sem pensar muito, aliviado por estar com o tronco coberto novamente. Porém, ao olhar para baixo me dei conta de que aquela regata não era minha; era apertada e em um tom vivo de vermelho, o tipo de coisa chamativa que Hua Cheng usaria. Não, corrigi-me. Aquilo era de Hua Cheng. Revirei a montanha de roupas e logo deduzi que a minha não estava lá.

The fashion of love _ 爱的时尚 _ YizhanOnde histórias criam vida. Descubra agora