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Dava para ouvir a gritaria dentro de casa enquanto caminhava na rua. Ao abrir a porta, passei a escutar apenas o choro de Jin Ling. Meu irmão brigava com ele no canto da sala, o dedo em riste.

Minha mãe estava debruçada em cima de vovô com uma bacia de água e uma esponja, enquanto ele a enxotava educadamente.

— O que está acontecendo?

Minha mãe chegou para o lado e pela primeira vez vi o rosto de vovô com clareza. Ele exibia novas sombrancelhas pretas e um grosso bigode preto um pouco irregular.

— Caneta permanente — disse mamãe. — De agora em diante ninguém pode deixar o vovô cochilar com Jin Ling no mesmo cômodo.

— Você tem que parar de desenhar nas coisas! — gritava Jackson. — Só no papel, está bem? Nas paredes, não. Nos rostos, não. No cachorro da Sra. Liu, não. Nas minhas cuecas, não.

— Eu estava fazendo os dias da semana para você!

— Não preciso de cuecas com os dias da semana! — berrou ele. — Se precisasse, eu escrevia certo!

— Não brigue com ele, Jack — disse mamãe, inclinando-se para trás na intenção de ver se tinha causado algum efeito. — Poderia ser muito pior.

Na nossa pequena casa, os passos do meu pai descendo a escada soavam como uma trovoada particularmente forte. Ele entrou a toda na sala, os ombros caídos com frustração, o cabelo em pé de um lado.

— Não se pode cochilar na própria casa no dia de folga? Será que eu sou um desempregado?

Todos nós paramos e olhamos ele.

— O quê? O que foi que eu disse?

— FengMian...

— Ah, fala sério. Nosso Yibo não acha que eu estava me referindo a ele...

— Ai, meu Buda. — minha mãe levou a mão ao rosto.

Meu irmão havia começado a empurrar Jin Ling para fora da sala.

— Ih, caramba — silabou ele. — Jin Ling, é melhor você sair daqui. Porque juro que quando o seu avô pegar você...

— O quê? — papai franziu o cenho. — O que está acontecendo?

Vovô caiu na gargalhada e ergueu um dedo trêmulo.

Era quase magnífico. Jin Ling tinha pintado o rosto do meu pai com uma caneta permanente azul. Seus olhos emergiam feito duas groselhas de um mar azul-cobalto.

— O que foi?

A voz de Jin Ling, enquanto ele desaparecia pelo corredor, era um gemido de protesto:

— Estávamos assistindo a Avatar! Ele disse que não se importaria de ser um avatar!

Os olhos do meu pai se arregalaram. Ele foi correndo até o espelho em cima do console da lareira.

The fashion of love _ 爱的时尚 _ YizhanOnde histórias criam vida. Descubra agora