The fashion of love _ 爱的时尚 _ Yizhan

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Passaram-se três semanas e com elas se instaurou uma espécie de rotina.

Todos os dias úteis, eu acordava as cinco da manhã, a cabeça zumbindo, e com a visão ainda meio fora de foco, descia o lance de degraus que levava ao andar inferior, as mãos roçando de leve no corrimão.

Geralmente, a sala de estar não apresentava um aspecto muito bom; livros empilhados de qualquer jeito em cima da mesinha de centro entalhada e, inexplicável de início, um monte de folhas de papel soltas, o conteúdo incompressível, até Shen Qingqiu aparecer e apanhar os itens com uma eficiência gélida.

Depois do episódio do café da manhã há três semanas atrás, agora tendia a haver menos refeições na sala de jantar e sim uma ou outra refeição na cozinha, aonde alguns modelo que estivessem com um tempo livre, se sentavam nas cadeiras ou se acomodavam na bancada de concreto bege, conversando entre si.

Eu pensara, por um breve momento, que o fato deles terem se distanciando das refeições na sala de jantar fosse minha culpa, que eu deveria ser capaz de fazer alguma coisa, mas percebi com o tempo, que as refeições dos modelos eram naturalmente incomuns na sala de jantar devido a fatores que eu desconhecia.

Prontamente, eu executava com dificuldade as pequenas tarefas domésticas do local, lavando panos de prato que não precisavam ser lavados, passando aspirador pelos cantos mais improváveis da casa e me esforçando para não me desentender com Qi Ying por causa da maldita máquina de lavar.

O que, sinceramente, era um muito cansativo.

— Quem achou que seria uma boa ideia colocar vinte e cinco homens em uma casa? — Xiao Zhan resmungou, quando paramos em frente a Red House depois de uma longa caminhada. Eu ainda me sentia um pouco com falta de ar. — É realmente de se esperar que a casa nunca fique arrumada.

Em seguida, ele suspirou e tirou aquele chapéu Hanfu que ele era obrigado a usar sempre que saía de casa. O véu ficara ondulando ao vento. As bochechas de Xiao Zhan estavam coradas, marcadas pelo esforço de andar e falar ao sol brutalmente quente da tarde.

Senti que tropecei em algo invisível ao contemplá-lo e me firmei imediatamente, sabendo que minhas atitudes estavam sempre sendo ridículas em relação a ele.

Zhan-ge me convidara para caminhar em sua companhia por uma hora naquela mesma manhã quando me viu na cozinha e eu quis recusar. Entretanto, o sorriso que ele me lançou foi tão deslumbrante que eu não consegui encontrar um motivo para negar.

E eu, Wang Yibo, que detesto correr, passei a caminhar com ele quando tínhamos a sorte de folgarmos no mesmo dia, o que não fugia da normalidade. Eu gostava de andar ao lado dele, da sensação de calor que exalava dele, das conversas fluidas, das brisas que faziam o véu de seu chapéu Hanfu ondularem suavemente, adornando seu rosto.

Sim, eu posso jurar a você que o motivo de acompanhá-lo não era aquelas visões, aquelas pernas bem torneadas, os ombros suaves e a camisa ligeiramente úmida na pele de Xiao Zhan, por mais que eu tivesse de admitir que era uma imagem e tanto.

Ás vezes, eu me perguntava o que Xue Yang, que parecera bastante intrigado sobre Xiao Zhan, diria sobre o assunto e algum momento depois eu sentia meus lábios se curvarem em um sorriso, pois sabia exatamente o que ele diria.

Eu colocava os pés na agência às oito, mas precisava acordar mais cedo para ajudar meus colegas a manter a Red House limpa, para me exercitar, para levar um tempo extraordinário me arrumando se eu quisesse evitar demoras maiores no trabalho da equipe, ou quando Hua Cheng parecia determinado a me obrigar a frequentar a academia do outro lado da cidade, comentando sobre as mulheres bonitas e de roupas coladas que frequentavam o lugar. Sem contar quando Quan Yi Zhen aparecia, três vezes por semana com suas palestras infindáveis sobre alimentação saudável.