The fashion of love _ 爱的时尚 _ Yizhan

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Não sou burro. Já quero deixar isso fora de cogitação. Mas é difícil não se sentir deficiente no quesito "células cerebrais" quando se cresce com um irmão mais jovem que não só passou para a minha turma na escola, mas que também foi aprovado em uma série acima da minha.

Tudo o que é ajuizado ou inteligente Jackson Wang foi o primeiro a fazer, apesar de ser dezoito meses mais novo do que eu. Cada livro que eu lia ele já tinha lido antes, tudo que eu contava à mesa da cozinha ele já sabia. É a única pessoa que eu conheço que gosta de fazer provas.

Às vezes acho que me visto desse jeito porque a única coisa que Jackson não consegue é combinar roupa. Ele é o tipo de garoto que se veste de jeans e pulôver. Sua ideia de elegância é usar uma calça passada a ferro.

Meu pai me chama de "figura" porque costumo falar a primeira coisa que me vem à cabeça. Ele diz que sou como o tio Xuan que eu nunca conheci. É meio estranho ser sempre comparado com alguém que você nunca viu. Se eu descesse a escada com botas militares, papai acenaria com a cabeça para mamãe e diria "Você lembra do tio Xuan com aquelas botas militares, hein?", e mamãe daria uma risadinha e depois riria abertamente, como se ela e papai partilhassem de uma piada secreta. Minha mãe me chama de "singular", que é uma maneira educada de não entender muito bem como me visto.

Mas, exceto por um curto período durante a minha adolescência, eu jamais quis ser como Jackson, nem como qualquer outro menino da escola. Até uns quatorze anos, eu preferia roupas largas e atualmente prefiro o que me agrada, conforme o humor do dia.

Não há por que parecer convencional. Tenho uma altura média de 1,79, cabelos castanhos claros e, segundo meu pai, tenho um nariz engraçado. Não sou feio, mas acho que ninguém diria que sou bonito. 

Não tenho aquela coisa graciosa.

Xue Yang diz que sou lindo quando quer transar, mas nem sempre ele é tão transparente assim.

Eu tinha vinte e quatro anos e não sabia bem quem era. Até perder o emprego, não tinha sequer pensado nisso. Achava que iria me casar, teria alguns filhos e moraria a algumas ruas de onde sempre morei.

Exceto pelo gosto por roupas exóticas e pelo fato de ser um pouco mais baixo do que a maioria dos garotos que eu conhecia, não sou diferente de qualquer pessoa com que se possa cruzar nas ruas movimentadas de ShangHai.

Provavelmente, ninguém olharia para mim duas vezes. Um garoto comum, levando uma vida comum.

Para mim estava ótimo desse jeito.

[...]

Suspeito de que nunca houve um período em minha vida em que eu gostara de andar de metrô. Sempre me sentia levemente enjoado por causa da velocidade, da aglomeração constante no espaço.

Eu estava sentado entre um senhor muito sério, cujo sussurro ao ler o jornal matinal estava me deixando incomodado e um adolescente de no mínimo dezessete anos, cuja expressão vazia não combinava em nada com o tum tum tum que emanava de seus fones de ouvido.

Pulei na minha estação, um pouco decepcionado comigo mesmo, tentando não pensar em nada, meus ombros caídos de frustração