Fica tudo bem

1.9K 176 97
                                    

N.A: Voltei rapidinho porque o capítulo estava pronto há dias! Espero que gostem e obrigada a todos que estão lendo. Beijos!

A intenção de sair com Juliana era ter uma noite agradável, saber diretamente dela como estava sua vida e se ela havia se declarado para sua paixonite. Na verdade, Carol queria ouvir sobre qualquer coisa, mesmo que fosse sobre fotografia, onde ela só poderia acenar sem entender nada. Todavia, não saiu conforme o planejado. Primeiro que Juliana, agora com um novo título, amiga em potencial, recusava-se a dar detalhes sobre sua paixão secreta, dizendo que ainda estavam se conhecendo e daria maiores detalhes em outra oportunidade. A central fez uma careta, afinal convivia com Fabi, odiava fofoca pela metade

Dando-se por vencida, decidiu mudar de assunto. Comentou como estava se sentindo bem com os resultados dos jogos e com as companheiras de time. Bem, nem todas as companheiras. Ainda que interagissem bastante em quadra, o diálogo entre ela e Anne estava restrito.

Aproveitando-se da oportunidade, Juliana perguntou o que de fato tinha acontecido entre elas e enquanto a central tentava esclarecer em meio a gestos e caretas, a fotógrafa alargava o sorriso. Filha da mãe tá achando engraçado! Carol contou como achava a holandesa bonita, atenciosa, meiga e que o sorriso dela poderia iluminar um céu nublado. Teria continuado a divagar, suspirando, mas a expressão de Juliana ia se fechando e a central ficou sem entender.

- O que foi? Tá olhando o que? – perguntou, quase virando-se, mas foi impedida.

- Não olha agora! – sussurrou a fotógrafa. - Anne acabou de entrar e está acompanhada.

Pedir para alguém ser discreto nunca funciona, Juliana não entendia isso? Mal terminou a frase e Carol se virou, voltando à posição inicial no segundo seguinte. Fez uma expressão confusa e, como se uma lâmpada acendesse sobre sua cabeça, concluiu quem poderia ser.

- Ju, olhei muito rápido, confere aí pra mim – pediu. – Mais baixa que a Anne, branca, loira e olhos claros.

- Não consigo enxergar os olhos da mulher daqui – disse, rindo quando a central lhe dirigiu um olhar zangado. – Mas o resto bate certinho – levantou as mãos em rendição.

- É a namorada dela – confirmou, desejando afundar no assento.

Carol sentiu o desânimo tomar espaço em seu peito. Admitir que gostava da holandesa significava concordar que elas não teriam chance juntas. Eu quero uma chance? Anne devia ser muito feliz com a namorada e talvez nunca tenha tido nenhuma intenção com ela. Mas então o que ela quis dizer com "estar tentando entender algumas coisas"? Havia refletido naquelas palavras inúmeras vezes, especialmente quando deitava à noite e não chegara em nenhuma conclusão. Não tinha contado esse detalhe a Gabriela, a fim de evitar conclusões precipitadas, no entanto, não tinha conclusão nenhuma.

- Depois daquele dia em que falou comigo, aconteceu algo mais? – Juliana rompeu o silêncio, até então estava dando espaço para Carol processar suas emoções.

- Discutimos, brevemente – respondeu a central. – Eu estava muito confusa sobre o que sentia e era difícil me concentrar com uma Anne de biquíni ao meu lado! Bem, ela foi me deixar em casa e eu quis entrar o mais rápido que conseguia, queria sair daquela situação antes que dissesse algo indevido. Mas eu apenas fui grossa com ela, pedindo espaço para me entender. Não tinha o menor sentido dizer isso a ela – suspirou.

- E o que ela respondeu?

- Que estava tentando entender algumas coisas também e não estava me pedindo espaço. Pelo menos foi o que entendi – fez uma pausa, brincando com os talheres no prato. – Por que está sorrindo?

PartilharOnde histórias criam vida. Descubra agora