Sinais de Fogo

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N.A.: Voltei, rapidinho como sempre! Eu tô amando os comentários de vocês e muito feliz em saber que estão gostando. Espero que gostem desse também! Beijos!

P.s: Leiam as notas finais, por favor!

Quando dezembro chegou, a temperatura amenizou, e agora era comum chuviscar nos fins de tarde. Carol preferia o tempo assim e teria gostado ainda mais se não estivesse com calor, encharcada de suor e o cabelo grudado no rosto. Os treinos estavam mais intensos sem Gabriela, uma vez que era preciso entrosar a ponteira substituta, Drussyla, com o restante do time. Além disso, precisavam redobrar a atenção para evitar novos acidentes.

De toda forma, a central estava aliviada que o machucado da amiga não havia sido tão ruim quanto pensou no primeiro momento. Gabi havia torcido o tornozelo, alongando os ligamentos, uma lesão de grau 1. Isso significava que a ponteira precisaria de pelo menos duas semanas até a dor e o inchaço no pé passar, e depois precisaria de fisioterapia para retomar os movimentos. Não é um bom presente de natal pra minha gay.

Gabriela já estava em casa há três dias, havia demorado poucas horas no hospital, tempo suficiente para fazer vários exames e constatar a gravidade da lesão. Carol não saíra da recepção um minuto sequer, tampouco Roberta ou Anne. Por falar na holandesa, a central precisava agradecê-la por todo o apoio enquanto estavam no hospital, por não ter soltado sua mão. Precisava ainda se desculpar, pela grosseria e falta de educação. Impossível ela não ter me visto naquele restaurante.

Um vozerio no vestiário chamou atenção de Carol, há quanto tempo estava sentada arrumando a mochila? Não podia negar que era fácil perder a hora sempre que pensava em Anne. Ou quem sabe fosse seu melhor tempo livre investido. Fora do transe, a central se despediu das outras companheiras, dando um beijo em Roberta antes de sair. Como não havia visto a holandesa, novamente teria que adiar o que precisava dizer.

Não soube dizer se foi a fervorosa vontade de ver a estrangeira ou uma incrível coincidência, mas ela estava encostada em seu carro. Carol precisou piscar várias vezes para se certificar que não estava delirando. A outra mulher tinha os braços cruzados, despreocupada, sob o recorrente chuvisco. Bonita até debaixo d'água mesmo.

- Oi, estava te esperando – disse Anne, descruzando os braços e sorrindo. Bendito sorriso! – Queria saber se posso visitar a Gabizinha hoje.

- É claro que você pode – concordou a central, sorrindo ao perceber que a holandesa parecia vermelha. O que ela esperava? Que eu negasse? – Vamos?

- Vou passar em casa antes e tomar um banho...

- Pode tomar no meu apartamento – disse rapidamente Carol e logo depois desejou que o chão se abrisse sob seus pés. Ela definitivamente não sabia onde estava com a cabeça quando pronunciou tais palavras. Pareço uma desesperada, meu Deus!

Anne a olhava, com os olhos levemente arregalados, travada no lugar. Carol a encarou, a respiração presa. Os poucos segundos que ficaram naquele impasse pareceram horas.

- Digo... caso você queira ir logo e... – a central não conseguia encontrar as palavras certas, seu cérebro definitivamente tinha fritado.

- Se tiver tudo bem, eu aceito – disse finalmente a ponteira, voltando a sorrir e pegando a mochila que havia deixado no chão. Se a holandesa estava de carro naquele dia, nada disse, apenas entrou no banco do carona, ao lado de Carol.

A central tinha que admitir que ter Anne ao seu lado não ajudava muito na concentração. Uma parte sua ainda estava em choque com o convite que havia feito a ela, a outra parte tentava não surtar imaginando que a ponteira tiraria a roupa em seu banheiro, de frente para seu espelho. Precisou deixar os vidros abertos, porque se sentia quente e não tinha a ver com o calor inicial do treino.

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