Nós duas

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N.A: Oiee, voltei! Demorei um pouquinho mais porque estava escrevendo o spin-off de Sheibi que vem em breve. Espero que gostem desse capítulo, beijos e boa leitura!


Precisava dizer mais uma vez que seu ar fora roubado por Anne? Não, ela não precisava. Havia ficado sem reação com o beijo da holandesa, viu-a se afastar sorridente e sentia o canto dos lábios formigarem. Carol queria mais. Mas, ainda que quisesse ir atrás dela, seus pés não saíram do lugar e escutou quando Gabi a chamou.

A central fechou a porta, devagar, como se esperasse que a qualquer momento Anne pudesse voltar e tomá-la nos braços. Quando conseguiu fitar Gabriela, percebeu que a ponteira sorria divertida e arqueava uma sobrancelha. Ela sabe o que aconteceu. Contudo, a amiga nada disse, apenas ficou esperando que Carol se sentisse à vontade para dizer como se sentia e isso não demorou muito. Entre um suspiro e outro, ela foi narrando como a holandesa a deixava quente e agitada, às vezes com um simples olhar.

Pela primeira vez a central dizia em voz alta que gostava de Anne, não sabia a intensidade, mas queria abraçar, beijar e fazê-la sua. A última parte não disse a Gabriela, ainda lhe restava um pouco de pudor. Carol queria finalmente conhecer a holandesa, seus defeitos, qualidades e gostos. Por falar em gosto...

- Que filme ela quer assistir? – perguntou, mais para si mesma e ouviu uma risadinha de Gabriela. – Desembucha, gay.

- Eu não devia te dizer – e não devia, mas a ponteira queria ver a reação da outra mulher. – Star Wars Rogue One.

Carol não a decepcionou, fez uma expressão confusa, jogando as mãos para o alto. Ela conhecia Star Wars porque todo mundo conhece, mas assistir? Não, não mesmo. Como ela ia ao cinema com Anne se não conhecia realmente o roteiro? Além disso, o que a ponteira estrangeira estava pensando? Achou que um filme no escuro fosse só um pretexto.

- Será que ela não muda de ideia? – perguntou esperançosa.

- Aposto que não.

A central não tinha outra escolha, iria fazer uma maratona dos filmes, não sabia com que tempo, mas tentaria. Está decidido! Superado seu chilique, lembrou-se de algo muito importante e que Gabriela estava deixando passar. Gay sonsa.

- Não acredito que a Sheilla estava aqui, você usou o babador? – cruzou os braços, provocando a amiga.

Todavia, Gabi apenas fez uma careta, como se se lembrasse de algo. Ela ficou um tempo em silêncio, e então balançou os ombros, voltando a encarar Carol.

- Acho que tomei um fora – respondeu.

- O quê? – a central quase gritou. – Você gosta mesmo dela? – frisou.

- Não é bem assim – começou a ponteira. – Sou muito fã, diria até que tenho um crush. Mas gostar mesmo? Tipo apaixonada? Não, nunca pensei nisso.

- Você disse que queria ser a mãe dos filhos inexistentes dela – disse Carol.

- Algo que só falo entre amigas, né? Um exagero – explicou-se Gabi. – Bom, eu disse que era muito fã e que ela é uma inspiração, só isso. Daí ela respondeu que eu vou ter oportunidade de conhecer outras pessoas especiais. E ficamos em silêncio, constrangidas.

Se Carol pensou em provocar Gabriela falando sobre Sheilla, tal como a ponteira fez com ela em relação a Anne diversas vezes, já não importava mais. A central estava confusa com o que a amiga contava. Das duas uma, ou Sheilla tinha autoestima do caralho ou só escutou o que deseja.

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