12- Danna

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A noite, quando meu corpo começa a relaxar e me sinto exausta, costumo deitar na cama e olhar para o teto e pensar.
Está noite meus pensamentos estão inundados de Mina e de como descobrir quem é essa garota misteriosa.
Vou para o computador ver o que descubro. Ela não frequenta minha escola, disso tenho certeza. Comecei a pesquisar sobre o pessoal da Fairfield High, nossa rival.
Começo pela página do maior babaca de lá, Matthew Bonk, porque ele é popular e conhece todo mundo.
Dou uma olhada no seu perfil, me sentindo uma espiã. Ele postou um monte de fotos de seu tanquinho. O cara é certamente um egocêntrico, esperando que todos o adorem.
Dou uma olhada rápida em todos os seus quatro mil amigos, procurando por uma garota chamada Mina.
Não demoro muito a achá-la.
- Então está é ela - murmuro para mim mesma ao ver uma foto de Bonk posando com um monte de animadoras de torcida.
Uau! O cabelo rosa me lembra algodão-doce. Olhos avelãs grandes. Pele marrom. Ela é o oposto de mim. Seu nome é Mina El Hammani.
Nunca vi essa garota antes, mas quando vou para o seu perfil me afogo em detalhes. Ela posta alguma coisa na sua página quase todo dia, ou uma foto, ou uma citação, ou um comentário sobre seu dia.
Ela não menciona nada sobre Miguel, e não há fotos deles juntos. Mas então chego a uma postagem de junho, quando eu estava em um lugar a quatro horas daqui, passando férias com a minha família no condado de Door.
Melhor noite da minha vida. Relacionamentos secretos são os melhores. Sem drama, sem bobagem.
Meu coração começa a acelerar. Por mais que eu queira viver em negação, as peças do quebra-cabeça estão começando a se encaixar.
Pela manhã, meu namorado esta diante do meu armário com uma rosa vermelha na mão.
-Desculpe por ontem a noite - diz, me estendendo a flor. - Estava estressado.
-Tudo bem - digo, pegando a rosa e notando que os espinhos ainda estão no caule. Espero que ele explique a mensagem da Mina . Ele não diz nada. - É so isso, Miguel? Isso é tudo o que você tem a me dizer?
- Não. - Ele me olha nos olhos. -Para ser totalmente honesto, Mina é uma garota que conheci no Lollapalooza. Ela estava de sacanagem quando mandou a mensagem.
- Você gosta dela? -pergunto, hesitante, sem saber se quero ouvir a resposta.
- Como amiga, sim. - Ele levanta a mão num gesto de frustração diante da minha pergunta. -Não posso ter garotas como amigas?
- Pode. Mas espero que elas não deem em cima de você. Ela estava. -Na ponta da língua há uma pergunta que estou segurando... Você dá em cima dela?
- Não sei - ele responde rapidamente.
Acho que ele espera que o assunto se encerre. Mas não se encerrará.
Está longe disso.
Quando nossa turma aparece no corredor, Miguel me abraça. É para manter as aparências, para que eles não saibam que nosso relacionamento está com problemas.
Odeio essa encenação, mas sei que ele não quer que eles saibam que as coisas não andam bem, entre nós.
-Não vai nos dar o cano hoje a noite, cara- diz Jorge para Miguel. - Ou juro que chuto sua bunda.
-Cano em que? - pergunto curiosa. Miguel não disse que sairia com os rapazes hoje a noite. Ele não tem partilhado muito de sua vida comigo ultimamente, por isso eu não deveria me espantar.
- Um trote que vamos dar nos Rolling Meadows High -Itzan entra na conversa. Ele olha em volta para se certificar de que não há professores por perto que possam ouvi-lo. - Vai ser incrível.
- O que vão fazer? - pergunto.
- É coisa de homem - diz Miguel, me excluindo.
Rosno, o insulto queimando enquanto atiro o braço dele para longe.
- Coisa de homem? Jura?
- É, como o Jorge trabalhando na oficina de carros do Omar. É uma coisa de homem.
Ponho as mãos nos quadris.
- Eu podia trabalhar na Oficina do Omar!-
Aron, Itzan e Miguel riem. Jorge parece horrorizado com o fato de terem mencionado isso.
- Vocês são muito machistas - Ester intervém. - Danna pode fazer o que ela quiser, incluindo trabalhar na Oficina do Omar.
-É - concordo. - Posso trabalhar na oficina do Omar se eu quiser.
Jorge pega seu livro de matemática no armário.
-Não, não pode.
- E porque não?
Miguel passa o braço pelos meus ombros novamente.
- Porque você não está acostumada ao trabalho manual, e pode quebrar uma unha. - Ele acena para os rapazes. - Agora vamos combinar sobre hoje a noite.
Fico boquiaberta. Não acredito que ele acabou de dizer isso, e então olho para as minhas unhas recém-pintadas.
- Na casa do Aron - diz Jorge. - Onze e meia em ponto. Eu levo o material enquanto vocês pensam na logística.
Ester balança a cabeça.
- Não deixem eles pegarem vocês.
- Não vamos deixar - diz Aron, confiante. - Temos máscaras.
- Ah, claro - Ester diz sarcasticamente. - Como se colocar uma máscara estúpida fosse garantia de não se meter em confusão.
Itzan a beija.
- Não se preocupe, linda. Não é a primeira vez que vou dar um trote, e não será a última. Vocês meninas que não levam jeito para essas coisas.
Ester e eu nos entreolhamos, sarcásticas.
Isso é o que ele pensa.

His girl- jordannaOnde histórias criam vida. Descubra agora