V.

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Ele entra na casa de banho, fechando as portas para certificar que ninguém entra.
Logo, ele agarra me pela cintura, quase rasgando o meu vestido de cetim preto, e devora-me. O seu beijo é intenso e sinto a sua ânsia a passear pelo seu corpo e a ser espalhado pelo meu.

- Não podemos... - digo no meio de beijos e ele agarra a minha nuca.

- Claro que podemos - ele desce os seus lábios até o meu pescoço, dando me pequenos chupões e levando a sua mão até à minha coxa. A sua mão aperta fortemente a minha perna, o que me faz soltar um gemido alto, mais alto que eu esperava.

Eu agarro o seu cabelo e puxo os seus lábios de volta para os meus. Com tanto fogo, acabamos por cair no chão e ele coloca-se cima de mim.
- Nós nem nos conhecemos e nem estamos no melhor estado... - solto.

- E isso não é excitante? - Jamie acaricia a minha bochecha com a sua mão e desce-a até tirar a alsa do meu vestido.
Nah. Nem fodendo eu tenho uma foda com Jamie no chão da casa de banho.

Eu o empurro e ele rapidamente se afasta e ajuda-me a levantar.
- O que foi? - ele pergunta - Magoei-te ?

- Não - rio - Achas mesmo que ia acontecer? - eu arqueio as sobrancelhas e ele vejo o seu rosto a ficar confuso.

- Sim... não era suposto? - ele encosta as suas costas no armário atrás de si enquanto me encara.

- Eu não fodo em wc's - eu reviro os olhos e viro as costas para ele, saindo da casa de banho.

Um sorriso aparece discreto no meu rosto, mas logo tento esconder... e volto para a mesa em que estávamos sentados.
- Não me acredito que me fizeste isto - ouço atrás de mim enquanto se aproxima.

- Eu só te quis mostrar que quando consigo, perco o controle - eu arrumo as coisas que tirei da minha pequena mala e volto a pô-las dentro da mesma.

- Já vais embora? - ele pergunta enquanto encara o que eu faço. - Não queres dar uma volta por aí?

- Tenho horas para chegar - brinco.

- A que horas é que o papa te quer em casa? - ele retribui a brincadeira enquanto fala num tom mais infantil.

- Antes da meia noite - olho para o relógio que tenho no pulso e falta 10min para o final do dia.

O Jamie pega no meu pulso e atrasa as horas - Agora temos mais tempo.

...

Nós saímos do bar e fomos para um lugar incrível. No centro de Londres, num prédio altíssimo, onde quase toda a cidade podia ser vista.
- Como é que descobriste este lugar? - pergunto enquanto fito todos os cantos desta enorme varanda.

- Nem eu sei, venho aqui todos as vezes que me sinto sozinho ou incompreendido ou algum tipo de emoção que não consigo lidar - ele diz, sentando se no chão e convidando-me com a sua mão, a sentar me a seu lado.

- Esta é a parte em que me dizes que nunca trouxeste ninguém para aqui e eu sou a única? - rio me.

- Não estás errada - ele ri-se comigo. - Nem o meu irmão eu trouxe para aqui

- Tens um irmão? - agora vejo uma porta aberta para saber coisas sobre ele. Ele senta se no chão e eu sigo a fazer o mesmo.

- Sim... é o meu melhor amigo - ele desabafa - É o único que confio a minha vida... mais ninguém

- Adoro essa confiança que tens no teu irmão - começo - Eu já detesto a minha irmã...

- Eu e o meu irmão somos como um só, sempre que me magoam ele é o único que está lá para mim e eu o mesmo para ele! Não amo mais ninguém a ser ele - o Jamie parece introspectivo a cada palavra que lhe sai da boca. - E tu? - ele vira o seu olhar para mim - Em quem tu confias mais?

- Ninguém - lanço - Só em mim - digo com o maior orgulho e quando fito o seu olhar, ele parece como se... estivesse indignado

- Isso é horrível - ele suspira

- Não é não - neste momento sinto-me profundamente ofendida - É um máximo quando sabes que não te vais decepcionar... contando que tu só confias no teu irmão também, não podes opinar - sorrio.

- Mas tenho alguém

- Ai olha para! - peço. Esta conversa já me enjoa, sinceramente - Até a tua sombra foge de ti no escuro. O que te garante que o teu irmão não o fará? - questiono mas não tenciono receber resposta, mas ele também não pretende responder

- Isto tudo é só a bebida a falar, amanhã já nem nos lembramos - ele gargalha, talvez para desviar o assunto. Eu concordo. Nós estamos muito sentimentais e não somos assim, pelo menos eu não.

Sinto o seu corpo a chegar-se mais perto do meu
- O que estás a fazer campeão? - brinco - Não vai acontecer mais nada

- Também não quero que aconteça - ele encolhe os ombros mas continua colado a mim. Se ele não está a tentar provocar me, então, eu estou me a sentir provocada.

De repente, recebo uma notificação no meu telemóvel. Uma mensagem do Brad:
"Vem para o Hospital o Daniel partiu a perna"

- Oh meu Deus - digo enquanto leio a mensagem. - Eu tenho mesmo que ir, para o hospital, o meu amigo está lá

- Queres que te leve la? - pergunta, levantando se juntamente comigo

- Se não te importares.

...

Eu e o Jamie entramos por porta a dentro e logo procuramos um médico para nos auxiliar
- Doutora? - está uma mulher loira e alta no balcão da recepção que nos olha de imediato - Estamos à procura de um Daniel Baker

Ela guia-nos até uma sala de espera, onde se encontra o Brad... isto vai ser incrível.

- Brad, então? - questiono - O que se passou?

- Quem é esse? - questiona Brad - Andas a comer gajos e depois as desgraças acontecem

- O que ? Estás a dizer que a culpa é minha do Daniel ter partido a perna? - eu vou até ele e fico de cara quase encostada no Brad.

- Não é bonito a forma como falas para uma mulher, lixo - solta o Jamie enquanto segura nos meus braços para me afastar dele.

- O que me chamaste filho da puta - o Brad levanta se e empurra de uma forma bruta a ponto de eu cair para a cadeira atrás de mim.

Jamie viu o sucedido e agarra nos colarinhos de brad arrastando o contra a parede - Não voltas a falar assim para ela

- O que me vais fazer nojento? - o Brad está assim tão raivoso por alguém que nem lhe fez nada.

- Para Jamie - eu levanto me e corro para os afastar e Jamie o larga, fazendo uma micro expressão de nojo para o meu ex.

- Vai te embora - dispara o brad enquanto o seu peito sobe e desce rapidamente.

- E vou mesmo - disparo - Não vales nada! E acredita, até o final deste mês estou fora do apartamento... - ele arregala os olhos e logo parece se arrepender do que fez

O jamie pega na minha mão e leva-me para longe, para o seu carro.
Entramos no carro e fez se um silêncio perturbador, mas jamie logo quebra o silêncio.
- Ele quer te comer? - ele diz mesmo inocentemente com uma expressão de dúvida.

- Talvez, o pior é que ele já comeu - eu reviro os olhos e suspiro - Fodase que nojo daquele homem - dou um chuto no chão do carro e encaro a paisagem do lado de fora da janela.

- Ei calma - ele pede - Queres que te leve para minha casa?

- Não é preciso, eu vou para a minha... tenho é que encontrar um sítio para viver em breve! - comento e encosto a cabeça ao vidro.

- Queres morar comigo? - eu encaro-o e a sua expressão está sisuda. Nunca o vi a falar tão a sério.

{Maybe the devil wasn't him}Onde histórias criam vida. Descubra agora