VIII.

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Eu inclino-me só mais um centímetro e cada respiração dele, é mais um motivo mas eu o beijar.
- Beija-me - ele continua a implorar pelo meio beijo e o meu coração começa a ceder.

Os meus lábios encontram-se com os deles e sinto a sua boca a devorar a minha como se Jamie tivesse vontade de me beijar há dias, meses e até anos.
As suas mãos espalham-se pelo meu corpo e a sua excitação espelham-se nas mesmas por não conseguirem parar por mais de dois segundos no mesmo lugar.
Logo ele alcança com o seu braço as minhas costas e vira rapidamente o meu corpo, colocando em baixo do seu. Ele está agora em cima de mim. Ele está agora em cima das minhas esperanças de largar tudo o que tenho a fazer para aquela estupida imprensa e ficar com ele... mas isso é impossível.

Os seus lábios caminham no meu pescoço mas eu afasto numa velocidade grande, quando percebo a razão pela qual eu estou aqui: trabalho.

- Para! Não posso, peço desculpa - os seus olhos azuis perdem-se nos meus e eu imploro no meu íntimo para que ele apenas ignore o meu pedido e não me respeite de todo.
O seu rosto cai no meu ombro e ele suspira... suspiro de desilusão? De chateado? Não consigo perceber...
- Tudo bem - ele diz se afastando. Espera-me um beijo no ombro em que a sua cabeça pousava e sai de cima de mim.

O meu corpo ainda está estendido na cama daquele homem por quem eu tinha uma enorme atração. Ele deita-se do meu lado e encara o teto que nos cobre.
- desculpa - sai num sussurro. É tudo o que me sai na verdade. Mas, sinto que não estou concretamente a pedir desculpas a ele e sim a mim... porque que eu não deixei me levar ?

- Não tens que pedir - ele ri-se no meio das suas palavras - Tu não me queres e está tudo bem - a sua voz parece de desilusão ou eu estou a perceber mal.

Eu ergo a minha cabeça e parte do meu corpo fica de lado, apoiando-me no braço, enquanto encaro Jamie - Não é não te querer, é só que não te conheço assim tão bem...

Ele revira os olhos e eu continuo - Só porque as tuas relações são à base de pouco conhecimento e muito sexo, eu não sou assim

Ele dá um sorriso e olha para mim.
- Tu realmente não me conheces - eu concordo com ele. Talvez estou mesmo com uma ideia errada sobre ele, mas como já tinha mencionado, eu não o conheço.

- Exato, estou a tentar dizer-te isso desde sempre. - o meu corpo cai sobre o colchão, de novo e eu retruco - Mas então, se não é verdade, porquê que disseste que só me tinhas ligado porque não tinhas mais ninguém? - o silêncio permanece entre nós. - Jamie? - quando eu viro a minha cara para o encarar ele está a dormir... uau.

...

Uma semana passa-se desde aquele incidente e na verdade nenhum incidente se passou desde aquela estranha noite.
Tenho reunido informações sobre Jamie sem o mesmo saber, e sinto me mal por isso. Até porque ele é uma pessoa que está a começar a confiar em mim e depois, porque estou a nutrir sentimentos por ele.
Estou no escritório do meu trabalho a fazer o que me pediram, quando o meu aparelho vibra e eu pego no mesmo para certificar-me quem é .

" Hoje levo uns amigos a casa, espero que não te importes" diz Jamie

"É a tua casa, por mim está tudo bem" respondo.

Na verdade estou um pouco nervosa. Nunca conheci os seus amigos e quero causar boa impressão.

Finalmente quando estou de saída, vejo uma silhueta feminina parada em frente à porta do meu escritório.
- Já estás de saída? - a Jesy entra no meu escritório.

- Sim, já acabei tudo. - eu digo e me levanto, pegando nas coisas para levar para casa. O seu olhar penetra no meu e eu sinto uma fisgada no peito ao respirar fundo, o que me faz curvar um pouco para a frente. Se eu acreditasse no sobrenatural, diria que ela tinha algo a ver com a dor forte que acabou de me dar.

- Há novidades do Jamie? - ela diz com um sorriso sinistro. A sério que ela está sempre preocupada com ele? - Temos que nos adiantar! Espero ter tudo sobre o Jamie até o final do mês e não te dou mais tempo! -

- Tudo bem, tudo bem - digo apressada - Eu já tenho muito trabalho feito e eu guardo tudo numa pasta aqui no pc - aponto para o computador e ela dá um olhar de relance para o mesmo e depois para mim.

- Não me desiludas - Jesy sai de imediato e eu digo-a para sair daquele lugar exaustivo.

...

Chego em casa e ouço muito barulho vindo da sala. Eu pouso as minhas coisas no móvel mais próximo e tento ganhar coragem para me juntar.
- Bem me pareceu ouvir alguém chegar - aparece o Jamie a espreitar para a porta e vem até mim - Vem, eu apresento-te a eles.

Ele coloca o seu braço nos meus ombros e conduz me até ao pessoal que se concentra na sala de estar.
- Um momento gente - começa o Jamie - Esta é a Yasmin, a minha futura mulher - Ele ri-se e eu também. Que vergonha...

- Olá - ouço um dos rapazes com um sorriso aberto. Quatro rapazes ao todo estão sentados a encarar me e eu sinto as minhas bochechas queimarem. - O Jamie não para de falar de ti! - o tal rapaz levanta-se e dá-me um abraço. Que simpático!

- Este é o meu irmão - introduz Jamie - Sam! - e então este é o rapaz que guarda todos os segredos daquele rapaz de olhos azuis. - Aquele é o Jimmy, Roland e Tristan! - diz apontando para cada um - Faziam parte da minha banda.

Eu franzo a testa porque não me lembro de Jamie ter mencionado sobre já ter uma banda, mas não acho que seja algo de importante também.

Logo, todos me fizeram sentir bem no meio deles e a noite passa depressa. Contam histórias de como se conheceram e das melhores alturas em que compartilhavam a casa juntos ou as viagens que faziam.

Mas novamente, a noite passa a correr e todos saem num estalar de dedos.
- Gostaste da noite? - pergunta-me o Jamie enquanto leva o copo de álcool à sua boca.

- Sim, eles foram bastante simpáticos até - eu comento. - Em breve já vou mudar me de casa e já não precisas te preocupar comigo - sorrio.

Vejo o seu olhar fulminante a olhar no meu - Já encontraste casa?

- Tenho algumas em mente - respondo. Pego no meu copo também é bebo um gole para tentar empurrar para baixo a adrenalina que eu sinto ao encarar Jamie neste momento. O álcool está nas minhas veias agora e tenho medo do que eu possa fazer ou até ele.

{Maybe the devil wasn't him}Onde histórias criam vida. Descubra agora