Capítulo Vinte e Um

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                Minhas juntas das mãos latejavam em dor, estava escaldante de tão quente, com ódio energizando pelo o meu corpo. Eu soquei aquele saco pesado mais algumas vezes, enquanto ouvia The Red de Chevelle nos fones de ouvido. Todo mundo estava me rondando, tentando entender o porquê do meu humor estar tão denso e sensível, e eu procurava me isolar dos seus olhares.
                 Eu não sabia que iria doer tanto. Sempre achei que estaria tudo bem se Sasuke não fizesse questão de mim. Mas ele me levou ao céus e ao inferno em questão de minutos. Como ele pode me dar tudo, e depois arrancar? Eu não sabia a intensidade que era "se apaixonar", até que fiquei sozinha com os meus pensamentos naquele banheiro, depois de ele me amar e me quebrar.
                  Eu queria socar a sua cara até ela virar do avesso, só para começar, mas eu estava me contentando com apenas o silêncio. O silêncio de tudo resolve. No silêncio tudo se acalma. Era assim que deveria meditar, mas a raiva ainda contagiava o meu corpo e mente, entoxicando.
                   Eu suspirei caindo no tapete, estava exausta e suada. Ao mesmo tempo, a porta é aberta, e temari com um vislumbrante shortinho de malhação desfila até mim.

— Quer dar um ataque cardíaco no Shikamaru? — ela sorriu, mordendo os lábios.

— Parece que você já se divertiu sem mim. — Eu suspirei, voltando a encarar o teto. — Você está estressada por causa do seu irmão?

— Sim — menti, mas ele também era um grande problema, obviamente. — Não consigo tirar tudo o que aconteceu da cabeça.

— Você se cobra demais. — Ela começa a bater no saco.

— Preciso de um banho, limpar o ódio dos meus poros! — eu me arrastei, pegando minha mochila.

— Eu sei que você não está com cabeça pra isso, mas poderíamos virar uma garrafa de tequila depois. O que acha? — ela disse, já faltando fôlego.

— Na verdade, é tudo o que preciso! — ela sorriu, e eu me apressei saindo.

                Eu tomei um banho rápido, e lavei meus cabelos. Vesti uma calça moletom e um croped simples, estava cansada e faminta, por isso desci até o refeitório. Me senti nervosa com alguns olhares em minha direção, e fiquei pensando, enquanto pegava comida, se as pessoas que trabalham para Gaara estavam desconfiando de mim, por causa do Sasori.
                Quem era próximo à mim sabia da minha surpresa em descobrir que ele estava vivo, e meu desgosto de ver o que ele estava fazendo. Mas as pessoas que não me conheciam provavelmente estavam teorizando uma versão traidora de mim.
                Eu segurei minha bandeja, respirando fundo, e decidi ir para uma mesa vazia. Meus olhos bateram em Naruto, que estava numa mesa grande com Hinata, e para meu desgosto, Sasuke. Eu disfarcei, e continuei andando na direção contrária, quando me assustei com a voz de Kankuro atrás de mim.

— Sakura — eu o encarei por cima do ombro, ele estava sentado sozinho, e sorriu apontando para uma cadeira vazia a sua frente. Eu forcei um sorriso e me acomodei. — Como está? Não nos falamos desde que voltou.

— Estou bem, na medida do possível — eu suspirei, observando discretamente a mesa do Naruto, e os três olhavam na minha direção. — E você? Desculpe não ter te visitado na enfermaria antes de partir, me sinto culpada pelo o que meu irmão anda fazendo por aí...

— Temari me contou, e isso é ridículo! — ele já havia terminado de comer, e estava bebendo um suco. Eu enchi minha boca de massa. — Ninguém culpa você, muito menos associa ao fato de vocês serem irmãos. São duas pessoas extremamente diferentes. Você é ótima, e boa.

— Obrigada... — eu sorri verdadeiramente. Kankuro sabia ser gentil comigo desde quando nos conhecemos.

— Estava treinando? Suas mãos estão roxas — ele segurou uma das minhas mãos, e a dor foi inevitável de não transparecer. — Desculpe.

Me Beije ou Me Mate | sasusaku;Onde histórias criam vida. Descubra agora