— E então, o que vai ser?
— O-o que vai ser o quê?
Eles não estavam nem a trinta minutos dentro do carro caro de Jimin, mas Taehyung sentia que uma eternidade infernal já se havia passado e se estendia infinitamente. Era tão estranho, porque todo aquele interior amplo e de acolchoado claro do automóvel parecia o ambiente de maior desconforto no qual já tinha se enfiado.
— Sobre ontem, eu quero dizer — Jimin apoiou uma mão sobre o couro do volante tranquilamente, enquanto esperava abrir o sinal à sua frente — Se você quiser, a gente pode fingir que nada aconteceu e seguir assim, ou...
— "Ou"? — Taehyung se impressionou consigo mesmo com o quanto seu tom de voz saiu de indignado — Não tem "ou", você tá noivo, Jimin, Deus do Céu! Você não deveria ter feito nada ontem, pra começo de conversa!
— Mesmo? — Jimin riu nasalado, mais sarcástico impossível — E você não deveria ter gemido, se é assim...
— E-eu não gemi! — Sentiu as bochechas arderem fortemente, não sabia se por estar mentindo descaradamente ou se por Jimin ter tocado num ponto tão desnecessário pra discussão presente — A-além do mais...
— Ah, você gemeu... — Mas Jimin insistiu, e justo naquilo — E gemeu tão gostoso que eu fui dormir pensando nisso.
— Vo-você só está fugindo do assunto! — Sentiu um certo desespero, principalmente por ter se dado conta de que estavam num estacionamento coberto — Vo-você precisa se resolver com a Flor, eu tô falando sério! Ou para com isso ou termina com ela...
— Quer que eu termine com ela pra ficar com você? — Jimin estacionou, e puxou o freio — Que egoísta...
— E-eu não disse isso... — Taehyung tirou o cinto, pronto pra sair do carro — Só acho que ela não merece um cara infiel que nem voc-uwa!
— "Infiel"? — Mas bem no momento em que pôs a mão na trava, Jimin baixou seu banco até o encosto estar completamente deitado — Você não tem nada mais impactante pra me dizer? Porque... eu não tô nem um pouco ofendido.
— Ji-Jimin... — Tentou estabelecer uma distância com os braços, mas só conseguiu espalmar suas mãos no peito do outro: a textura do seu abdômen por trás do tecido fino da camisa listrada o deixando fraco — Sa-sai de cima de mim...
— Me diz, Tae... — Sussurrou no seu ouvido, deitando ainda mais o tronco sobre o seu — Quer fingir que nada aconteceu...? Ou...
— Jimin... — Se contorceu, acomodando sem querer o quadril alheio entre suas pernas que se abriram — E-eu... eu...
— Você está duro, Taetae... — Avisou, como se fosse preciso — Eu vou te ajudar — Se ergueu sobre um cotovelo, o suficiente pra olhar Taehyung nos olhos, mas mantendo as respirações misturadas — Mas não vou beijar você.
— Jim-ah! — Apertou-lhe os ombros no susto: sua coluna arqueou e suas pernas contraíram — A-ah!
— Você ficou molhado assim só por causa de um sussurro no ouvido? — Movia a mão por dentro da sua roupa íntima — Que sensível... — Observou, pensativo, vendo Taehyung se contorcer em agonia só de escorregar as costas dos dedos pelo membro rijo — ...até parece que você é virgem...
Taehyung não respondeu, mas um arrepio intenso subiu-lhe a espinha de forma indisfarçável, e pra abafar um gemido alto ele mordeu a boca com força, apertando os olhos amendoados que expeliram duas espessas lágrimas que escorreram em seguida pelo rosto corado.
Jimin soltou um riso, sádico e descontrolado, e começou a tocar Taehyung intensamente, sentindo-o pulsar rapidamente nos seus dedos, enquanto se contorcia todo abaixo de si: uma camada fina de suor começando a cobrir-lhe o belo pescoço exposto a cada vez que jogava pra trás a cabeça.
— Hah!...Ah!... — Não conseguiu mais segurar dentro os tremores na garganta, nem os olhos que giravam nas órbitas — Ãh!... ahn!... — Era inútil tentar nadar contra aquela correnteza de prazer que o carregava — Jimin! Jimin! — Era inútil negar pra si mesmo o quão era bom apertar os braços de Jimin enquanto ele o masturbava — Jimin... — Era inútil negar o quão olhar pro seu rosto já o excitava: inútil negar que só de olhar pros lábios grossos sua boca salivava — Jimin...
— Não olha pra mim assim... — Jimin afagou-lhe os cabelos, num carinho calmo e casto, desproporcional ao quão rápido movia o punho em torno da sua extensão coberta em pré-sêmen — Eu já disse que não vou te beijar...
— Uhm!... — Gemeu decepcionado, tomando consciência de que realmente queria um beijo só depois de ser avisado — Ah-ah! Ji-Jimin, eu...eu... — Seu baixo ventre tremia, e seus lábios formigavam: aquele beijo grudado, como mel na sua boca. Queria mais. Queria que Jimin o beijasse, queria os lábios dele nos seus de novo.
— Vai, pode gozar... — E Jimin sabia, por isso negou — Goza... — Voltou a sussurrar no seu ouvido — Você não precisa que eu te beije pra isso, precisa?
— A-ah! — E não precisou, de fato: derreter Taehyung na sua mão foi mais fácil do que havia imaginado — Ah!...ha...
— Huh... — Riu, rente à orelha alheia, satisfeito — Vamos... eu ainda preciso buscar um terno hoje...
Por mais que tivesse encarado a boca de Jimin por todo o tempo em que estava sendo limpo por lenços umedecidos, Taehyung não ganhou um beijo, e aquilo o destruiu mais ainda que a consciência póstuma de ter caído no erro de novo.
"Eu o deixei tocar em mim", pensava, cobrindo com as mãos a cara enquanto esperava sentado num banco em frente ao ateliê do alfaiate que fazia os ternos do Park. "Eu o deixei tocar em mim, e ainda fiquei chateado porque ele não me beijou no processo, qual é o meu problema??"
— Taehyung.
— Ah!
Bem, ou ele tinha um problema, ou Jimin era o problema, ou o problema que ele tinha era Jimin.
— Di-digo...aham... eu...
— Pfft... — Jimin tentou segurar a risada: droga, aqueles sustinhos que Taehyung levava por nada eram tão engraçados, era como se não tivesse mudado nada desde que só tinham treze anos — Você quer vir tirar suas medidas? O Pierre disse que faz um terno pra você em uma semana...
— A-ah, uhm... — Aceitou, se levantando e entrando no ateliê de onde Jimin tinha acabado de sair: era um lugar pequeno, tão somente um quartinho de costura. Jimin ficou encostado ao batente da porta, dando espaço pra Taehyung entrar — O-olá...
— É você o amigo de infância do Park? — O jovem costureiro veio falar com ele — Uhm... — Tinha metade da sua altura, mas o pegou pelos cotovelos e o girou como se fosse um manequim — Um corpinho de modelo, realmente... Rosa! — Chamou de repente — Vem cá tirar as medidas desse boneco, pra mim? Enquanto isso eu faço a prova do terno do senhor Park...
Uma mulher ruiva que Taehyung sequer tinha visto se levantou de trás de uma mesa que sustentava uma enorme máquina de costura, puxou uma fita métrica de uma gaveta e começou e começou a medí-lo, sem mais nem menos, enquanto Jimin e o alfaiate sumiam por trás de uma cortina de provador.
— Posso te perguntar uma coisa? Se... não for demais? — Então começou a falar com ele de repente, baixinho, como que pronta pra revelar um segredo, esticando a fita entre a ponta de um dos seus ombros à outra — Você... não é mais um dos casinhos do Jimin, é?
— Ca-? — Até engasgou, então a mulher riu consigo, abaixando pra passar a fita em torno da sua cintura.
— Bem que eu suspeitei, pela sua cara de desespero — Disse, como se não fosse nada — Mas se vier a calhar um conselho: relaxa, tá? E não tenta resistir... Se comportar como uma presa assustada só vai ser pior pra você.
— E-eu nem sei do que você está fala-
— Ah, claro que sabe... levanta os braços? Obrigada — Passou a fita em torno do seu peito — Eu também me dei bastante mal, pode acreditar, e o Pierre pode te dizer o mesmo, mas... — Soltou a fita, puxando o lápis de cima da orelha pra anotar as medida numa caderneta — O interesse dele logo passa, e o que era raiva por ele ser um cafajeste vai virar saudades — Fechou o caderno, olhando Taehyung nos olhos enquanto ele engolia em seco — É, boneco, pode anotar o que eu estou dizendo.
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More than friends - Vmin
FanficMais que melhores amigos, Jimin, eu posso te perguntar... o que nós somos? [vmin R18] [Tae top] [Jimin bottom] [Tae bottom] [Jimin top] [vmin flex]