Perfeccionista | +18

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Michael Jackson
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 A luz forte dentro do quarto acaba me acordando. Preguiçosamente me sento na cama e olho para o lençol branco em cima das minhas pernas. Sempre demoro um pouco para acordar completamente. O lençol branco aos poucos vai ficando vermelho. Meu coração se acelera. É sangue. DEUS. É SANGUE! Tento me mover, mas, não consigo. Por que não consigo me mexer? Por que não consigo gritar?

— E eu pensei que a minha vida era difícil — olho para o final da cama — Olá Mike! — uma versão mais velha de mim diz com um sorriso irônico em seu rosto — Não acredito que você está ignorando tudo o que você acha certo, por uma mulher. Eu sei que não sou um bom conselheiro amoroso, você me conhece melhor do que qualquer um. Porém, amigo, isso não é vida!

 Ele cruza os braços e olha ao redor. Seus cabelos estão cacheados a altura dos ombros. Sinto algo pegajoso em minhas pernas. Volto a olhar para o lençol. Não só a cama como o quarto inteiro está sendo tomado por um mar de sangue. O sangue sobe rapidamente

 Enquanto estou em um puro pânico sem conseguir me mexer ou dizer uma palavra, a minha versão mais velha está muito tranquilo apenas me encarando. É difícil decifrar seu olhar. As linhas em seu rosto, é quase impossível, mas, se nota que ele sofreu muito, até mais que eu

— Já que você está nesse inferno, bem, faça o favor de fazer funcionar! — respira fundo — Não se preocupe com nada, essa culpa que você carrega pela loirinha, logo vai sair de seus ombros!

Hotel Hichello, Londres
19 de dezembro de 1995, 08:17

— MICHAEL! — acordo afoito com o grito dos meus fãs. Me sento na cama. Olho para todos os lados do quarto que está bem claro pelo sol que entra pela janela aberta

— O que foi? — Abine pergunta com uma cara assustada para mim. Ela está na porta do banheiro apenas de toalha. Seus cabelos estão em um coque alto — Teve mais um pesadelo com a famosa versão mais velha de você? — pergunta ao se aproximar

— É, foi com ele — respiro profundamente. Sonhos com essa pessoa são recorrentes e eu nunca sei a porcaria do significado — Já passou! — digo a mim mesmo. Levo minhas mãos até os botões da minha camisa. Desabotoo botão por botão e então, tiro. Sem camisa volto a me deitar na cama ainda ofegante

— Ei — Abine se aproxima. Seu corpo está pingando de tão molhada. Sem dúvida saiu do banho a pouco. Ela se senta ao meu lado esquerdo da cama — Me deixa te ajudar a se acalmar — fala suavemente descendo sua mão por minha barriga até o cós da minha calça — Não quero que me toque por enquanto, mas, você merece um prêmio por ter me defendido daquela forma ontem a noite — desabotoa o botão da minha calça. O som do zíper se abrindo é como música

— Eu adoro seu sistema de troca — suspiro. Fecho meus olhos. A mão quentinha de Abine invade a minha cueca. Segura meu pênis com firmeza. Ela começa a movimentar sua mão. Sobe e desce. Lentamente

— Gosta assim? — ela aperta um pouco e faz o movimento mais firme, do jeito que eu gosto — Quero que você goze para mim meu bem — sussurra entre suspiros — Te tocar é tão bom, estava sentindo falta de pegar nessa obra prima — a minha mulher fala baixinho ao meu ouvido. Sem pressa alguma ela continua a me tocar

 Abine é uma mulher cheia de qualidades. Uma de suas qualidades que mais amo é essa, a paciência de fazer tudo com muita calma. Isso faz parte de seu detalhismo e perfeccionismo. Ela faz tudo com muito cuidado, porque ela quer que tudo seja sempre perfeito

 Em seu trabalho ela também é assim, mas, ela tem um diferencial. Quando é necessário dar um salto criativo ela só vai! Ela não espera uma ideia mais perfeita, ela não é tão paranoica a esse ponto... Não. Se fosse assim teriam descoberto que ela matou Marjorie!

— Abine para! — digo sem fôlego. Ela um pouco ofendida tira a mão de mim e me encara esperando uma explicação. Eu preciso sair dessa bolha. Não dá pra ignorar mais — Como você a matou? Como você nos descobriu? Você a matou? Você contratou alguém? — pergunto tudo de uma vez para ela que franze o cenho e abre um sorriso para mim

— Já se passou meses! Por que você quer saber isso só agora Michael? — pergunta gentilmente — Você nem queria falar no assunto, e agora quer saber tudo?

— É uma vida Abine — sussurro — Era uma vida — suspiro — Uma vida cheia de planos e tantos sonhos — meus olhos se enchem — Eu não queria ter me envolvido com ela — deixo meu choro escapar — A culpa é toda minha — tento respirar pela boca — É minha culpa eu a matei! Se eu não tivesse me envolvido com ela, ela estaria viva e feliz por conhecer o ídolo — olho para cima e ainda tento respirar

— Olha para mim! — fala firmemente. Sinto suas mãos em meu rosto. Ela me faz olhar para ela — Olha bem em meus olhos — sua fala é doce — Agora você vai soltar o ar devagar pela boca e puxar o ar com o nariz! — sigo o que ela me diz — Isso! — sussurra e começa a massagear as minhas costas — Não quero que volte a se preocupar com isso, não é nada do que eu insinuei, ou o que você a e imprensa pensam! Então, relaxa e me deixa cuidar de você — aproxima seu rosto do meu e me beija. Abine parece ceder muito mais quando estou vulnerável, mas, por quê?

Inimigos DeclaradosOnde histórias criam vida. Descubra agora