Ciúmes

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Michael Jackson
Baile Beneficente
Londres, Inglaterra
18 de dezembro de 1995, 22:51

— Nossa — ele arfa — Confio plenamente em você para me ensinar — fala de uma maneira mais sedutora. Reviro meus olhos. Mereço!

— ENTÃO VAMOS LÁ! — ela fala agitada — VAMOS LÁ PESSOAL A PISTA DE DANÇA ESTÁ VAZIA! VAMOS DANÇAR LAMBADA! — fala bem alto para todos. O sorriso no rosto de cada um é satisfatório. Com sua animação ela consegue levar muitas pessoas para a pista de dança

No palco, uma cantora brasileira está cantando. O nome dela é Kaoma e suas músicas são nossas favoritas. Costumávamos dançar bastante as músicas dela

 Daqui observo Abine dançar com o príncipe. Eles estão bem longe um do outro, mas, agora ela simplesmente o puxou para ela. A perna dele está entre as pernas dela e eles estão... dançando. Olho para cima e respiro profundamente. Estou sentindo como se meu corpo inteiro queimasse de raiva!

 Os quadris dela são de outro mundo. Ela dança como ninguém. Enquanto eles "dançam" ela olha para mim por cima dos ombros dele. Ao perceber que estou a encarando, ela desce a mão até a bunda dele e dá uma leve apertada

— Pode me passar a garrafa de vinho? — pergunto a um dos integrantes da mesa que me passa um Hichello 77 lacrado — Muito obrigado!

 Viro a taça de água na taça de Abine que estava cheia de água assim como a minha. Nunca bebemos nesses eventos. Encho minha taça de vinho e a viro. Encho de novo e dessa vez tomo mais devagar, mas, ela não dura muito. Encho novamente e viro. Volto a olhar para a pista de dança, mas, onde eles estão?

 Deixo minha taça em cima da mesa e ando em direção a única saída que tem nesse salão. Sigo o longo corredor até a única porta que está aberta ao final. A porta dá em um jardim. É silencioso e calmo. Logo a minha frente tem alguns degraus

— Você jura? — escuto a voz de Abine, olho em direção. Ela está conversando com ele nas escadarias. Eles estão descendo até o gramado. Desço logo atrás com uma bela distância de segurança

— E como vai o casamento de vocês? — ele pergunta para ela que dá uma olhadinha para trás

— Estamos ótimos, mas, é uma pena que meu marido não me toque! — O QUE? ELA QUE NÃO ME DEIXA NEM CHEGAR PERTO!

— Sabe que eu posso fazer ou ser o que você quiser, não é? — eles param assim que chegam na grama — Abine, eu posso ser o homem da sua vida — se aproxima. Aperto mais os meus passos — Por que não me deixa te mostrar? — pergunta a puxando fortemente para ele e com ignorância a beija

— Carlos por Deus! — Abine se afasta dele. Carlos confuso a encara sem entender. Em uma fração de segundos ele a puxa novamente para ele. Dessa vez com mais força

 Corro em direção a ele e lhe desfiro um soco o fazendo cair no chão. Cego pela raiva subo em cima dele. Desfiro um. Dois. Três. Quatro socos em seu rostinho de canalha e desço minhas mãos até seu pescoço e aperto

— MICHAEL! — ela fala assustada — Solta ele Michael! — ela fala mais baixo. Sinto suas mãos tentar me puxar — MICHAEL! — ela fala mais firmemente — Michael você está me assustando — ela choraminga. Paro. Me distancio e lentamente me coloco de pé

 Carlos se vira e tosse muito. Abine com seus olhos lacrimejados se ajoelha ao lado dele e tenta o ajudar. Ela olha para mim. Eu consigo ver o medo em seus olhos. Enfio a mão machucada no bolso e a encaro. Tento ao máximo conter a minha ira

— O que aconteceu? — uma mulher pergunta afoita do alto da escada e então ela pede ajuda. Algumas pessoas da equipe médica vem com ela até ele

— Eu cai das escadarias! — ele fala olhando diretamente para mim. A mulher vai até Abine e a abraça agradecendo por ela ter o ajudado. Logo após ela vem até mim, ela deve ser a acompanhante dele

— Obrigada por cuidarem do meu marido! — marido? Arqueio uma das sobrancelhas e o encaro. Calma Michael, você não vai estragar a vida desse homem

— Ele não caiu das escadas! — cruzo meus braços. Abine se levanta do chão e me encara sem reação. Ando em direção a ela e coloco meus braços ao seu redor — Ele estava agarrando a minha mulher, eu soquei ele! — a esposa dele se afasta e o encara com um nojo em seu rosto. Abine me abraça e chora

— Eu estava com tanto medo — ela fala entre lagrimas — Ainda bem que o meu Michael estava aqui para me defender — diz entre soluços. A mulher de Carlos vem até ela e tenta a acalmar. Agora, Abine mais do que nunca é o centro das atenções e eu também. Todos aqui incluindo os curiosos da festa estão admirados pela nobreza do homem que salvou a esposa de um maníaco.

Inimigos DeclaradosOnde histórias criam vida. Descubra agora