1995. Um casamento sem igual. Para a mídia e o mundo Michael Jackson e a maior criadora de games da atualidade, Abine Akello Jackson são o casal perfeito. Eles nunca tiveram nenhuma nota negativa na imprensa. Tudo o que eles fazem é aplaudido e imit...
Michael Jackson Baile Beneficente Londres, Inglaterra 18 de dezembro de 1995, 23:43
Lado a lado nos posicionamos em cima do palco. Abine pega o microfone que entregam a ela. Todos estão muito preocupados com ela. Após o episódio, Abine retocou a maquiagem e não trocamos uma palavra sequer. Se ela quiser falar sobre, ela vai falar. Uma coisa que aprendi ao longo dos anos foi esperar pelo momento dela!
Abine com uma voz doce começa a conversar com todos que estão aqui. Carlos e sua esposa foram embora porque ela estava muito envergonhada para ficar. E até agora o clima estava ruim, assim que ela começou a falar tudo se suavizou!
Ela tem o poder de fazer as pessoas se sentirem bem. Sabe lidar com qualquer situação e nada é ruim demais, ela sempre tem solução ou uma palavra para tudo
— O importante é que meu marido estava lá para me ajudar, agora, o que importa é ajudar as crianças! Vamos por favor voltar a festa para assim começarmos logo as doações! — Abine diz com um tom doce enquanto segura minha mão com força. Ela está a segurando assim há muito tempo
Ela abre um doce sorriso para todos que estão nos aplaudindo agora mesmo, a acompanho. O pessoal está bem mais animado. Juntos andamos até os degraus do palco, no meio do caminho encontramos uma das cantoras e Abine entrega o microfone para ela. Juntos descemos e andamos em direção a nossa mesa
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Todos estão me olhando com um olhar diferente. Já existia uma admiração por eu ser quem sou, mas, neste momento em que acabei deixando escapar que não tenho sangue de barata, todos estão me olhando com um certo orgulho
Se antes era impossível pensar em uma separação, agora vai ser mais que nunca. Nos tornamos definitivamente o casal que nunca deve se separar, e se acontecer a imprensa vai encher o nosso saco
Tenho a certeza absoluta que eu só terei esse casamento por toda a vida. Se acontecer de nos separarmos, eu não poderei me casar novamente ou ter um namoro público. Nenhuma mulher chegará aos pés dela em frente a mídia e eles vão comparar às duas o tempo todo. Eu simplesmente não tenho saída alguma. A única coisa que posso fazer é, me sentar e ver minha vida "perfeita" com a mulher "perfeita" nos jornais
— Michael, isso foi incrível! Você é um homem da paz e deixou isso de lado por sua esposa — uma senhora de idade fala de um jeito fofo para mim. Aceno para ela com a cabeça. Nos juntamos a eles em nossa mesa e eles começam a fazer perguntas
Abine os responde com educação e serenidade, é por isso que o mundo a idolatra. Ela nunca deixa uma pergunta para lá e sempre responde tudo o que lhe é perguntado. As pessoas gostam disso, elas querem que o famoso seja assim. Porém, algo que admiro nela é o dom de falar muito e revelar pouco.
Hotel Hichello 19 de dezembro de 1995, 01:09
Abro a porta e a deixo entrar primeiro, como sempre. Independente da fase em que estamos, sempre a trato como uma verdadeira rainha. Entro e fecho a porta logo atrás de mim. Tranco e deixo a chave na porta
— Está cheirando a álcool — ela arqueia uma das sobrancelhas. Se senta na cama e começa a tirar seus sapatos
— Bebi uma garrafa de vinho, mas, ainda não bateu! — meu organismo deve ter se acostumado com o teor alcoólico ou simplesmente não era um vinho autêntico
— Você anda bebendo muito, seu organismo não liga mais — ela se coloca de pé. Tira seu macacão que estava colado ao seu corpo e o deixa no chão. Anda em direção ao banheiro e começa a lavar seu rosto
— Suponho que algo assim não é possível — digo enquanto ando até a mala. Pego o frasco de álcool e jogo um pouco na minha mão machucada a lavando — Agora sim, tenho um bom motivo para voltar a usar a luva na mão direita novamente!
— Seria bom para relembrar os anos 80! — ela fala enquanto seca seu rosto com uma toalha — Como sinto falta dos anos 80 — ela se senta na cama e suspira — Eu era bem mais feliz! — Abine joga a toalha em cima da cadeira ao lado da janela. Se deita na cama e com sua calcinha gigantesca que eu adoro ela se enfia embaixo das cobertas
— Por que mentiu para ele? — pergunto enquanto me aproximo — É você que não me deixa te tocar!
— Você não me procura! — fala fechando seus olhos — E eu é que não vou atrás de um homem que eu sei que tocou outra — ela resmunga — Eu não vou misturar minha saliva com a saliva de outra e também não quero em mim a boca que chupou outra mulher — balbucia
— Não te procuro porque — suspiro — Eu só cansei de ser rejeitado! — me sento na cama ao seu lado — Nunca te peço nada Abi — faço um biquinho — E quando te peço para fazermos amor, você me diz que não. Juro que não estive com mais ninguém — desço meu olhar e encaro o chão
Abine puxa meu braço para que eu me deite ao seu lado. Ainda de sapatos me deito na cama. Coloco meu braço direito ao redor dela que deita sua cabeça em meu peito
— Obrigada por hoje — sussurra — Você foi incrível — balbucia — Se você não tivesse aparecido, eu não sei o que teria acontecido! — beijo o topo de sua cabeça. Não entendo, como ela não saberia o que teria acontecido? Se ela matou mesmo Marjorie, ela saberia muito bem se defender. Se ela não a matou, como ela sabia de tudo o que ela me dizia?
