capítulo 07

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WAHLK

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WAHLK.





A noite vem estranhamente mais rápido que o normal. Outro sinal de que um eclipse está bem próximo. Preciso verificar se essa caverna é segura o suficiente antes que ele aconteça, ou então precisaremos encontrar outra.

    As noites são sempre bem mais frias do que o dia, mas hoje a temperatura não está oscilando muito. Será que foi mesmo uma boa ideia ter saído da caverna da tribo assim do nada? Provavelmente ainda há tempo para voltar...

    — você pode ficar com a cama. — Kevin diz, puxando o lençol até o canto da caverna.

    — eu gosto de dormir no chão.— digo, o que é uma meia verdade. Eu não me incomodo de dormir no chão, mas não trocaria uma cama por isso nem a pau.

    Pulo da cama e pego o cobertor restante, Indo sentar contra a parede oposta a que ele está. Todo cuidado para não sentar em cima da cauda e enrolo-me no cobertor apenas para não ficar diretamente contra a superfície dura da rocha e amortecer um pouco, pois não sinto tanto frio assim.

     Nós ficamos em silêncio por algum tempo, ouvindo apenas o crepitar da fogueira. Ele me encara com as sobrancelhas erguidas, e quando percebe que ou ele vai dormir na cama ou ela vai ficar vaga pelo resto da noite, Kevin finalmente levanta e caminha até lá, agora fazendo questão de não olhar para mim, como se não quisesse ficar olhando e pensar que está devendo algo para mim, ou sei lá.

    Decidi que não vou ficar mais me lamentando por causa dele. Já tenho problemas e questões demais preenchendo minha mente. Mas talvez (TALVEZ) eu tente algo com ele novamente, e caso a resposta seja não, vou seguir em frente sem olhar para trás nenhuma vez. Ele pode ser tudo que eu sempre quis, mas não sei se vale a pena destruir a minha mente por algo completamente inalcançável.

    Fecho os olhos e tento dormir, ciente de que Kevin está fazendo o mesmo. Ele muda de posição e se enrola de uma maneira diferente nos lençóis pela milésima vez, soltando um grunhido de raiva.

    — não está boa para você? — pergunto.

     — não... Não é isso. Está ótima.— diz ele, com as costas viradas para mim.

    Reviro os olhos e encosto a cabeça na parede, fechando os olhos novamente e tentando ignorar os sons ao meu redor.



(***)
KEVIN.





    Porra.  Tecnicamente faz mais de um ano que eu não transo com ninguém e nem sequer bato uma punhetinha, mas é uma péssima hora pro meu pau constatar isso.

    Rolo na cama o mais silenciosamente possível, mas isso só serve pra aumentar a ficção entre o cobertor e meu pau, já que não tem nenhuma cueca para amenizar isso.

    Cubro-me por completo para esconder qualquer indício da minha excitação, mesmo que Wahlk aparentemente já esteja dormindo (vai que ele esteja fingindo??).

     Enrolo-me em posição fetal e tento ignorar qualquer pensamento impuro que insiste em tomar conta da minha mente.

     Essa noite pelo visto vai ser bem longa...

   



(***)




    "As luzes fortes sobre o ringue me fazem piscar algumas vezes para poder enxergar normalmente enquanto caminho em sua direção, com meu treinador ao meu lado. A multidão ao nosso redor está frenética e há alguns gritos histéricos de "KEVIN! KEVIN! KEVIN! KEVIN!" além de alguns raros "QUENTIN!", que provavelmente é o meu adversário. O nome é um pouco familiar, mas não estou com interesse o suficiente para gastar os meus poucos neurônios tentando lembrar.

    Seguro o riso ao ver uma loira peituda segurando um cartaz com "KEVIN, ME COME POR FAVOOOOOR!❤️". Esse tipo de coisa acontece com mais frequência do que se pode imaginar, e quem sabe quando a luta acabar eu possa conceder o desejo de algumas delas.

    — se concentra, kev. — o treinador diz, batendo de leve no meu ombro.

    — relaxa, estou concentrado.— respondo para a pessoa com quem passo a maioria das minhas horas. Gosto dele, apesar do treinador Hallorran ser um tanto exigente. E na verdade isso é uma das coisas que eu mais gosto. 

    Passo por debaixo das cordas de proteção assim que o juiz começa a falar um pouco sobre os dois lutadores. Um deles, no caso, sou eu.

    — temos aqui o nosso jovem pródigio, Kevin Diaz, com apenas 21 anos! Ganhador dos últimos três... — a voz dele desaparece da minha mente assim que coloco os olhos no meu adversário.

    Abro um sorriso felino quando nossos olhares se encontram, fazendo o cara corar um pouco e desviar o olhar. "Quentin", não é?? Sabia que o nome era um tanto familiar.  O carinha é moreno, da minha altura e tem uma série de tatuagens nos braços. Além de estar vestindo apenas uma Boxer, assim como eu.

    O juiz anuncia o início da luta, me fazendo começar a circula-lo imediatamente e tentar encontrar uma abertura na sua guarda. Se esse cara acha que vou pegar leve só porque alguns dias atrás ela tava chupando meu pau como se sua vida dependesse disso, está muito enganado.

    Nós trocamos uma série de golpes e pouco tempo depois, ele já está preso embaixo de mim, debatendo-se para tentar se livrar do meu aperto. Abro um sorriso enorme e ouço o juíz contando os segundos.

     Tento formular uma frase sarcástica, mas quando foco meu olhar no rosto do cara, o que encontro é um alienígena azul e enorme sob mim, e ele não está tentando se libertar do meu aperto. Na verdade ele parece estar gostando de me ter aqui.

     — Tsc, tsc. — ele estala a língua, abrindo um sorriso quase maníaco que faz a cicatriz do canto do lábio franzir um pouco, enquanto leva as mãos até minha cintura e me faz rebolar no seu colo. — então é assim que você trata o seu parceiro? Adorei.

    — QUE PORRA É ESSA?! — tento lhe dá um soco com toda minha força, mas o sonho se dissolve instantaneamente."


"

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