KEVIN.
É um pouco difícil marcar o tempo nesse planeta, já que os dias parecem ser um pouco mais longos que os dias terrestres, mas nas minhas contagens (que podem ter desvios tanto para mais quanto para menos), já se passaram três meses desde que as coisas estão mais do que perfeitas para nós, desde do dia que deixei de ser covarde e confessei meu amor por esse Alienígena gostoso.
Nós também já mudamos de caverna duas vezes, dando uma volta ao redor da enorme floresta e agora mais próximos de onde a enorme caverna da tribo fica (apenas alguns quilômetros).
Wahlk e eu caçamos quase todos os dias desde então, mas as vezes apenas para ele me mostrar cada um dos animais e ensinar algumas táticas para a caça ser mais prática. No resto do tempo nós passamos dentro da caverna, conversando, rindo, e transando tantas vezes que já mapeei cada centímetro do corpo dele com minha língua.
Minha vida nunca esteve tão boa quanto agora. Nunca pensei que uma vida calma se encaixasse tão perfeitamente em mim, longe dos rings e das noitadas malucas.
Agora, depois de passar um bom tempo fazendo amor com aquele gostosão azul, estou do lado de fora da caverna, desenterrando alguns pedaços de carne cuidadosamente colocados na neve, que já está exatamente como era antes do eclipse (não demorou mais do que uns cinco dias para que já estivesse).
- Sjchhhhhh.- o já conhecido chiado de Alby (o nome que eu dei para o Zaif que não saiu do nosso pé por nenhum momento) corta o silêncio. No início Wahlk não era muito fã dele, mas já se acostumou (e eu o peguei fazendo carinho no pelo do bicho quando pensou que eu não estava vendo. Por trás de todos aqueles músculos só tem um bebezão fofo!).
- o que foi?- olho para ele, sentado sobre as patas traseiras, ao meu lado. O nome pareceu se encaixar perfeitamente com ele na época, pois ele é praticamente albino. Alby... Albino...
- Sjchssss.- ele repete, me fazendo revirar os olhos. Depois de algumas tentativas inúteis de tentar faze-lo comer carne assada, Wahlk me explicou que ele só comem folhas e pequenos insetos (que na verdade parecem mesmo com os insetos do meu planeta, só que com cores mais diversificadas). Então sempre que quer comer, Alby sai da caverna e entra na floresta. Mas ele sempre volta, mesmo que demore minutos ou horas. Ele sempre volta.
- vai dá uma volta, vai. - digo, assim que retiro carne suficiente para alguns dias e coloco a neve no lugar para cobrir o que restou.
- SJCHISSSSS!!- ele faz mais alto ainda, levantando rapidamente e apontando para a esquerda com o focinho.
Solto um suspiro baixinho, antes de levantar e olhar para lá também. Dando de cara com suas silhuetas vindo na nossa direção. Uma delas é azul e bem maior, e o outro é branco, com o cabelo escuro.
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HÉLIX [COMPLETO]
AcakA minha vida definitivamente é uma merda. Depois de anos treinando para ser um boxeador profissional; os jogos de futebol americano no Campus da qual eu era a estrela; as noitadas malucas com meus amigos; as festas; as bebidas... Como é possíve...