S E I S

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Inferno.

Era uma palavra que dizia tudo do que estava vivendo.

Não contei a ninguém sobre a Diana, se não Matt já estaria em meu encalço dizendo o quão estúpido era ideia de tentar alguma coisa com uma moça "normal". Diana não era normal, nem de longe - sorri enquanto caminhava a passos largos e apressados para a sala de reuniões -, ela era diferente de qualquer outra moça que conheci.

Era liberdade. Alegria. Felicidade.

Era luz e esperança.

Calor em noites frias de inverno.

Brisa fresca em dias escaldantes.

Seu sorriso era companhia, era vida.

Eu já sabia muito, sem nem passar tanto tempo com ela, mas o pouco tempo que passamos já conheci uma luz e bondade.

E esse pouco tempo se tornou bem mais frequentes.

Com o início das construções eu estava mais presente em tudo, era o início, muitos erros eram cometidos, erros que exigiam do meu tempo e atenção maior.

Meu pai não reclamava quando esses erros aconteciam, apenas se juntava a mim e procurava soluções.

Eu conseguia mandar mensagens para a Ana de vez em quando, era respondia me compreendendo, eu não me compreenderia, para ela eu era um motorista que ficava indo de lá para cá com a família Real e que com certeza umas horinhas sobraria para vê-la, mas eu na realidade era o príncipe da Inglaterra, e no momento presente seria sorte ter um segundo para ao menos pensar em respirar.

Depois de mais uma reunião envolvendo números e mais números eu fui o último a restar naquele sala.

Tirei o terno e a gravata sufocante e me servi de um copo de água que ficava na mesinha de canto com vários copos lacrados de água mineral gelada.

Minha vista ainda tinha números e números minúsculos flutuantes.

Respirei e respirei.

Peguei o celular e liguei para a única pessoa que faria meu mundo mudar para melhor. Meu dia seria melhor. Meu humor.

Eu precisava dela, precisava de mais tempo com ela.

- A-Alô. - gaguejou, será que havia ligado numa boa hora? Descobriria.

- Diana! Tenho uma grande novidade! - com ela meu humor era outro, era como ela, alegre.

- Eu também. - falou ela séria.

Franzi o cenho.

- Comece você primeiro.

- Aspen... Não dá mais.

- Do... q-quê você está falando? - Eu só podia estar confundindo as coisas, eu espanhol não era bom mesmo.

- Não dá mais para ficarmos juntos.

- Porquê? O que aconteceu? Só me diz o motivo. - Praticamente implorei.

- O motivo é você!

- Eu? E porquê?

Não. Não. Não. Não.

- Isso não é pra mim, Aspen. Eu quero mais. Não quero alguém ausente como você, que não me liga nem que seja de madrugada ou manda uma mensagem sem ser falso. Você fala que gosta de mim sendo que não se importa.

- Eu me importo sim. - Me tornei uma pessoa desesperada para desativar uma bomba que já tinha explodido.

- Não! Não se importa. Pois, se importasse iria se preocupar em conversar comigo...

Memórias Reais - Eles tem muito o que contar.Onde histórias criam vida. Descubra agora