Mentiroso, falso, calunioso.
Muitos títulos que eu poderia receber.
Eu era bom nessas coisas. Um profissional.
Ou não tão bom, eu fingia estar bem perto dos meus pais, mas eles me conheciam bem o suficiente.
Foram espertos por não tocar mais no assunto: "Diana."
Já havia sido anunciado que eu iria ir embora com a minha família para a Inglaterra hoje mesmo.
Deixaria tudo isso para trás.
Eu mereci aquele castigo, o castigo de perder ela. E não tive escolha a não ser aceitar, fiz o que pude fazer, correr atrás e tentar consertar as coisas. Mas ela não quis, qualquer coisa que ela sentiu por mim se foi no dia da inauguração, quando ela descobriu que eu era um ótimo mentiroso desgraçado. Agora chega!
Ela está livre para seguir em frente. Não irei atrapalhar, ela não merece um fantasma a seguindo e impedindo ela de ser feliz.
Se ela esquecer de mim, mesmo que isso me doa, tudo bem, ao menos sei que será feliz. Mesmo que seja com outro.
Desgraçada dor.
Eu queria gritar, berrar, quebrar, destruir tudo no meu caminho.
Eu me odiava por ter feito aquela estupidez.
Doente, demente, desgraçado, estupido, miserável, idiota, nojento.
E mais títulos se acumulavam na minha coroa.
O títulos mais verdadeiros e belos.
Meus passos eram agressivos, assim como minha postura, minhas palavras eram afiadas e minha respiração pesada como chumbo.
E pela minha cara, qualquer um sábia que devia me ignorar e não dizer exatamente nada.
Me sentia mal por fazer os empregados tremeram ao oferecer algum serviço para mim, eu tentava aparentar sem sucesso parecer menos amargo, mas minha voz saia agressiva mesmo com palavras casuais.
Porque eu sentia tanta raiva. Tanta raiva.
Raiva de mim mesmo.
O que me acalmava era a campina, quando os dias eram insuportáveis, quando se tornava difícil respirar eu ia até lá. Deitava na grama macia mesmo que por dez minutos, era o suficiente para me lembrar dela.
E era tão difícil pegar o carro, passar tão perto da casa dela e não parar em frente, era difícil me conter para tocar a campainha.
Era tão difícil não ter ela mais.
E mais uma vez lá estava eu.
Um bobo dizendo adeus.
A campina era a mesma, verde e florida, ao longe escutava o som do rio, os passarinhos, e sentia o cheiro da grama e pinho pelo chão na parte mais densa.
Tantas lembranças, em todo lugar.
Tinha esperança de quando voltasse para a Inglaterra ao menos essa dor diminuísse.
E então mais uma vez meu desgraçado coração quebrou, se estilhaçou. Tudo em mim foi embora, qualquer juízo ou pensamentos lógicos foram embora, ali estada um coração quebrado. O meu e o dela. Almas gêmeas.
- Ana! - Seu nome era poesia e era tão bom dizer isso quando sorri ao vê-la naquela campina uma última vez.
Dois adeus.
Eu seria mesmo capaz de fazer tal coisa?
Parecia tão errado. Um pecado.
- Eu sempre vim aqui depois do nosso término, é um lugar que eu sinto você presente! - Quando ela olhava para mim eu me quabrava um pouco mais, estava virando poeira, seu rosto não dizia nada, mas ela estava ali, devia significar alguma coisa - eu vou ir embora. - Silêncio. Silêncio interminável, foi a primeira vez em uma era que um silêncio me pertubou tanto. - Você não vai dizer nada? - E mais uma vez, nada, ela deu as costas me ignorando - para de agir como se não te afetasse! - Rosnei caminhando em passos pesados até ela ao pegar seu pulso e a girar, agora seus olhos encaravam os meus.
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Memórias Reais - Eles tem muito o que contar.
Roman d'amourApenas quem chegou até aqui sabem o que cada um passou! E agora chegou aquela hora de conhecer um pouquinho mais cada um deles! E descobrir mais uma vez que o nosso bem conhecido "Felizes para sempre" vai muito além do que conhecemos nos contos de f...