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Hermione passou os dias seguintes apodrecendo na grande biblioteca da Mansão Malfoy. Ela leu livros e mais livros sobre as artes das trevas, que a biblioteca da Mansão Malfoy estava repleta, mas tudo o que leu sobre Horcruxes e tudo o que leu sobre os itens especiais dos fundadores de Hogwarts ela já sabia muito bem.

Malfoy passou todos esses dias fora. Hermione não sabia ao certo em que consistia exatamente a pesquisa dele, mas tinha certeza de que ele não ficava olhando para os livros o dia todo. E talvez isso tenha sido melhor assim, porque um dia ele apareceu em casa e ela viu algo como triunfo em seus olhos.

— Acho que sei onde pode estar — disse ele, entrando na biblioteca, com os cabelos estranhamente desgrenhados e os olhos arregalados de interesse.

Hermione se endireitou e levantou do livro no qual estava lendo algumas centenas de páginas. — Sério? — perguntou ela, com a sonolência sendo evitada pela notícia. — O que você encontrou?

Ele se sentou à escrivaninha, de frente para ela. — Eu estava pensando que deve estar em algum lugar perto de Voldemort, em algum lugar ainda mais perto dele agora, porque ele sabe que suas Horcruxes estão sendo destruídas, então ele deve querer mantê-las todas onde possa protegê-las, como você disse. — Hermione assentiu com a cabeça, ouvindo-o com atenção. — Tivemos uma reunião do Círculo Interno hoje e conversei com a tia Bella. Ela nem deveria estar lá porque está perdendo a sanidade a cada dia que passa e está se tornando impossível conversar com ela, como disse o próprio Voldemort. Mas achei interessante o que ela tinha a dizer.

As entranhas de Hermione ficaram geladas. — Você não contou a ela sobre... sobre...

— Claro que não, Granger. Ela não sabe sobre as Horcruxes, e eu não contei a ela sobre isso.

Hermione engoliu. — Então, sobre o que vocês conversaram?

— Nada demais. Na maioria das vezes, ela falava e eu ouvia. Acho que ela não tem ninguém com quem conversar e pensa que eu sou a melhor audiência.

Hermione estremeceu ao pensar nisso. Malfoy ainda a chamava de tia Bella, mesmo depois de tudo o que ela lhe fez, depois de ter sido torturado por ela como muitos outros - e ainda assim, ela era sua tia, e ele não estava se esquecendo disso. Ele deve ter sido criado assim, para respeitar os mais velhos da família, não importa o que acontecesse. O coração de Hermione se partiu um pouco com esse pensamento.

— Ela falava e falava sobre o quanto estava enriquecendo com essa guerra e como suas pilhas de ouro aumentavam a cada dia com o que ela roubava de pessoas de baixa renda, sangue-ruim e trouxas. — Ele fez uma careta com a última parte. — Perguntei a ela onde está guardando todo esse ouro e se o cofre dela cabe tudo isso - o dinheiro do marido dela acabou e as riquezas da família Black foram passadas para mim -, mas ela ficou muito ofendida quando perguntei isso, desafiadora até. — Seu rosto escureceu. — No começo, eu não conseguia entender por que ela ficaria assim por causa do ouro dela - eu não vou roubá-lo, Merlin sabe que eu tenho o suficiente. E então me dei conta de que não se trata de ouro.

Hermione olhou fixamente para os olhos descoloridos dele. — Você acha que a taça está no cofre dela.

Ele deu de ombros, mas seus olhos eram profundos e focados. — Não tenho certeza. Mas pode ser que esteja. Vale a pena dar uma olhada. Posso entrar e sair de lá com bastante facilidade porque sou o High Reeve e ninguém ousará sequer piscar um olho se eu quiser entrar nos cofres da minha tia - aquele que é mais temido tem mais portas abertas — concluiu, seus olhos se tornando distantes e cruéis.

— Será que ela não vai descobrir? — perguntou Hermione.

— Não me importo nem um pouco se ela descobrir. Ela não poderá fazer nada a respeito.

Dragon's Heartstrings | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora