— Posso dar uma olhada nos seus ferimentos?
— Não.
— Só uma olhadinha...
— Não.
— Eu lançaria apenas um simples feitiço de cura para ajudá-lo a se curar mais rápido...
— Granger, não vou mover um único músculo para perturbar essa posição, não enquanto você estiver aqui comigo.
Hermione sorriu suavemente. Eles ainda estavam deitados de lado na cama dele, com os rostos virados um para o outro, os corpos quase nus sob o edredom e os dedos entrelaçados. Eles haviam ficado nessa cama talvez por doze horas e ficaram nessa posição exata por pelo menos duas delas. Hermione havia examinado os traços faciais dele até ter certeza de que o reconheceria apenas com um simples olhar; seus dedos haviam explorado praticamente cada centímetro da parte superior do corpo dele, exceto as costas, até ela ter certeza de que conseguiria se lembrar mesmo quando estivesse cega. Ela tocou a carranca no rosto dele, beijou os cantos dos lábios com cuidado, acariciou a cicatriz que marcava seu rosto até que ele fechou os olhos com vulnerabilidade, roçou a pele de seus braços musculosos, evitando cuidadosamente a Marca Negra. Ele, por sua vez, analisava o corpo dela com igual meticulosidade: beijava cada sarda em seu corpo (havia muitas), apertava e pressionava sua carne, apostando na reivindicação que declarou ter sobre ela na primeira vez que fizeram sexo. Suas partes favoritas ainda eram o cabelo dela (não importava o que fizesse, ele sempre parecia ter uma mão presa nele) e os seios (aos quais ele dava atenção exclusiva com frequência e que eram, satisfatoriamente, a área mais sensível de Hermione). Na maioria das vezes, quando não faziam sexo, ele a olhava profundamente nos olhos com aquela possessividade feroz pela qual ela se sentia encantada. Os olhos dele eram profundos, intensos e exigentes, e Hermione era consecutivamente incapaz de desviar o olhar dele.
Naquelas doze horas, eles tiveram uma conversa semelhante a essa várias vezes e sempre terminava da mesma forma - sempre que Hermione queria tratar as runas nas costas dele, ele respondia com um rosnado, puxando o corpo dela para mais perto do seu; sempre que ela tentava sair da cama e fazer alguma outra coisa, como preparar comida para ele, ou preparar mais poções de cura que estavam começando a acabar, ou enviar um Patrono para Hogwarts para se certificar de que tudo estava em ordem lá, ele imediatamente se levantava para segui-la, então ela tinha que ficar na cama se quisesse que ele também ficasse deitado e se curasse adequadamente.
Mas ela entendia perfeitamente por que ele não queria que ela ficasse longe dele - porque ela também não queria ficar longe dele.
— Está bem, então — disse ela, aconchegando-se mais a ele. Ela ainda estava bastante preocupada com os ferimentos dele, mas sabia que o pior já estava no passado, e ele dizia que os beijos dela o faziam se sentir melhor, então ela só se dedicava mais aos beijos.
Ele a aceitou prontamente, estendendo os braços para abraçá-la com força. O rosto dela estava em seu peito enquanto ela respirava o cheiro dele.
— Então é por isso que você se casou comigo —, murmurou ela, com leveza, na pele dele. Ela não se sentia tão tranquila há pelo menos seis anos e a calma que subitamente encheu seu coração a fez sentir como se estivesse drogada.
— O quê? —, murmurou ele, sonolento.
Ela olhou para ele. — Você sabe. Foi por isso que você se casou comigo, certo?
Ele franziu a testa. — Você acha que eu fiz isso para transar com você?
— Bem, por que mais?
Sua carranca se aprofundou. — Você realmente acredita que eu não teria levado você para a minha cama se eu realmente quisesse? Você acha que eu precisava me casar com você para fazer isso?
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Dragon's Heartstrings | Dramione
RandomO High Reeve Draco Malfoy não é apenas o Comensal da Morte de maior confiança de Voldemort, mas também um agente secreto da Ordem, planejando a queda de Voldemort de dentro para fora. Depois de uma negociação justa com a Ordem, o High Reeve pede o m...