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Hermione conseguiu se levantar da cama meia hora depois que Draco saiu, sentindo dolorosamente como seu corpo estava fraco. Ela se sentiu tonta quando se levantou, então teve que andar devagar. O chalé era pequeno, então não demorou muito para que ela olhasse ao redor enquanto tentava manter seus pensamentos longe de Harry e do que o esperava. Havia mais dois quartos além daquele em que ela dormia, além de uma sala de estar conectada a uma pequena cozinha. Ela foi até lá para fazer uma xícara de chá. Felizmente, o fogão a gás estava funcionando. Ela não estava com vontade de comer nem a salada nem a sopa ainda quente que Draco havia feito, mas não resistiu a prová-la - tudo o que conseguia pensar era que Draco deveria ficar cozinhando poções.

Ela sentiu uma pontada de tristeza e culpa no peito que a atingiu ao se lembrar de Mipsy. Hermione não lamentava muito que a Mansão tivesse sido incendiada, apesar de ter se acostumado com ela, mas também havia muitas lembranças horríveis relacionadas àquele lugar. No entanto, a perda de Mipsy estava se tornando evidente para ela lenta mas seguramente. Quando a chaleira apitou, ela soltou um pequeno soluço, esperando que ninguém a tivesse ouvido, embora estivesse sozinha na casa de campo. Ela não chorou. Ela queria chorar, mas as lágrimas se recusavam a vir.

Ela se sentou perto da janela com sua xícara de chá quente, olhando para o mar à sua frente. As ondas batiam na costa arenosa como animais selvagens, e a mais selvagem delas quase alcançava o terraço do chalé. O vento uivava, fazendo as janelas chacoalharem, e Hermione estava com vontade de sair, mas o tempo parecia frio e ventoso, e ela não confiava que seu corpo em recuperação fosse capaz de mantê-la estável o suficiente para resistir. Tudo o que ela podia fazer era esperar.

Quando Hermione ouviu o familiar estalo de aparição do lado de fora do quarto, ela correu para lá, quase derramando o chá frio no caminho, esquecendo-se completamente de seu estado frágil. Harry e Draco já estavam lá, e Hermione se apressou em avaliar o estado deles com um único olhar - ambos pareciam sãos, pelo menos fisicamente. Harry estava pálido, seu corpo parecia lânguido com profundas sombras escuras sob os olhos, sua mandíbula parecia apertada e, de alguma forma, mais definida nos últimos dias, como se ele tivesse rangido os dentes durante todo o tempo em que estiveram separados. Embora ele estivesse olhando ao redor do chalé com curiosidade, quando seus olhos encontraram os dela, havia uma tristeza sem fim neles.

As lágrimas finalmente vieram.

Hermione correu para abraçá-lo, engasgando: — Oh, Harry...

Ele a abraçou de volta, enterrando o rosto em seu pescoço, como faziam quando eram crianças, depois de passarem o verão longe um do outro. Ela viu o lábio inferior dele tremer momentaneamente, como se ele estivesse prestes a chorar também, mas no momento seguinte o rosto dele se endureceu e a determinação brilhou em seu olhar.

— Isso vai acabar logo — ele disse a ela. — Nós venceremos isso.

— Harry — ela fungou. — Sinto muito.

— Você não precisa se desculpar por nada. Isso é o que precisa ser feito. Isso sempre esteve destinado a acontecer, não importa o quanto tentássemos adiá-lo. — Quando eles se afastaram, ele a olhou de cima a baixo. Ele franziu a testa. — Malfoy me disse que você foi atacada.

— A Nagini me mordeu.

— Você está bem?

Ela assentiu com a cabeça. — Draco me salvou.

Só então ela voltou a si o suficiente para olhar para seu amado. E ela ofegou quando viu um corte sangrento em sua bochecha. Ela foi até ele, mas apenas acariciou sua bochecha limpa que, infelizmente, também estava marcada.

— O que aconteceu? — ela perguntou, tentando determinar a gravidade do dano. Ele tinha uma cicatriz de calibre semelhante no outro lado do rosto, mas essa parecia mais profunda, embora, após uma inspeção mais minuciosa, ela tenha verificado que não havia sido causada por magia, mas fisicamente, como se alguém estivesse tentando arrancar o olho dele.

Dragon's Heartstrings | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora