Hermione acordou e, por um longo e precioso momento, acreditou que estava dormindo profundamente em seu dormitório, que, se virasse a cabeça, veria a cama de Parvati e que tudo o que havia acontecido até então era apenas um sonho horrível. Mas então ela tentou se mover e não conseguiu. Parecia que estava amarrada à cama, embora não houvesse cordas visíveis ao redor de seu corpo.
Ela estava na ala hospitalar, sozinha. Estava escuro do lado de fora, apenas a luz da lua brilhava nas longas e largas janelas. Quanto mais consciência Hermione adquiria, mais estranho tudo lhe parecia. Ela ouviu sons fracos de batalha do lado de fora, abafados pelas grossas paredes do castelo. Isso a lembrava muito da Batalha de Hogwarts. Ela se contorceu na cama, fazendo o colchão firme ranger, mas não havia como se livrar do feitiço que havia sido colocado nela. Pelo menos ela podia se mexer, pelo menos estava consciente, isso tinha que contar para alguma coisa. E pelo menos ela podia gritar, então foi o que ela fez. Gritou por socorro, depois gritou o nome de Moody repetidamente, até que sua voz acabou falhando. Suas mãos estavam vazias, sua varinha havia desaparecido há muito tempo. Ela não tinha nada, apenas a si mesma.
E tudo isso era culpa dela.
Talvez ter se colocado nessa situação, mesmo sabendo claramente que isso não poderia acabar bem, fosse uma forma de se punir.
Bem, estava funcionando.
Hermione começou a se afogar lentamente em um tipo miserável de ódio por si mesma, mas então a porta da ala hospitalar se abriu e Cho entrou.
Seu coração deu um salto ao ver o rosto familiar de sua amiga, que se aproximava dela.
— Hermione — sussurrou Cho. — O que aconteceu?
— Não me lembro... Moody... Ele me fez beber alguma coisa e, quando acordei, estava aqui...
Cho ergueu a varinha, tentando quebrar as amarras colocadas em Hermione. — Pensei que tinha lhe dito para não vir aqui — sussurrou ela. — Virou um manicômio completo. Todo mundo acha que foi você, Hermione, todo mundo acha que você matou o Harry.
Ela olhou para Cho, que estava preparando um feitiço rapidamente. Ela sentiu o peso em seu corpo diminuir.
— Você acredita nisso?
Cho lhe deu um olhar sério. — Claro que não. Acredito que, seja o que for que tenha acontecido, você fez isso porque precisava fazer.
Mais alguns sopros da varinha de Cho e Hermione estava livre. Ela se sentou na cama, sem se levantar por um minuto, esperando que os pontos negros em sua visão desaparecessem.
— Se Harry não tivesse morrido, teria sido impossível matar Voldemort. Agora, agora que todas as Horcruxes foram destruídas... Ele é mortal... — Hermione se apressou em explicar.
A expressão de Cho não mudou. — Receio que isso nos dê pouca vantagem - o exército inteiro de Você-Sabe-Quem está aqui. A Ordem está acorrentada. Podemos nos considerar sortudos se os derrotarmos.
Os piores medos e suspeitas de Hermione se concretizaram.
— É verdade que Snape matou Pansy? — perguntou ela.
Cho assentiu com a cabeça. — Sinto muito. Precisamos nos apressar — acrescentou ela com mais rapidez, agarrando o antebraço de Hermione, forçando-a a se levantar com as pernas bambas.
Elas saíram da ala hospitalar. Duas pessoas incapacitadas estavam na porta. Cho deve tê-las levado para fora. Hermione ficou chocada e triste quando viu que um deles era Percy Weasley. Eles devem ter sido instruídos a ficar de olho nela, mas não sabiam do que Cho era capaz. Ambos foram para os corredores. Hermione percebeu que Cho estava tentando protegê-la ou escondê-la com seu corpo - porque, é claro, todos aqui agora acreditavam que ela era o inimigo. Ela olhou pela janela e viu explosões de luzes azuis, vermelhas e verdes, pareciam fogos de artifício e ecoavam da mesma forma, mas Hermione sabia que era algo muito mais mortal.
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Dragon's Heartstrings | Dramione
RandomO High Reeve Draco Malfoy não é apenas o Comensal da Morte de maior confiança de Voldemort, mas também um agente secreto da Ordem, planejando a queda de Voldemort de dentro para fora. Depois de uma negociação justa com a Ordem, o High Reeve pede o m...