- Beatriz.
- Leonardo.
Foi nessa fração de segundo que eu li o teu olhar. Foi nesse segundo que a minha história mudou. Nesse fatídico segundo em que fiquei paralisada, naquele momento não percebi, foi com aquela troca de olhares que tudo começou, o destino ia mudar o rumo da minha história e tudo ia mudar.Um toque suave na porta surpreende-me, estava a divagar nos meus pensamentos a tentar lembrar-me de todos os vizinhos mas por alguma razão só me lembro deste, Leo é o nome dele, conheci-o na festa na piscina e provavelmente nem o volto a encontrar.
- Já estão prontas mininas? - É a Ritinha, a única pessoa fora do nosso grupinho que decorei o nome.
- Estamos quase quase. Já puseste brilhantes? - Ouço a Helena gritar do quarto dela, não que fosse preciso. E segundos depois uma das Mary's responde com um forte "não" do seu quarto. Todas param o que estavam a fazer. Não é possível! A Gil, que é só umas das pessoas que mais se atrasa está novamente atrasada! Corremos todas para o quarto delas para ajudar porque temos toda a zona catorze à nossa espera e uma das madames ainda não está pronta.Saímos do bungalow às dez em ponto. Seguiram-se todas as apresentações, muitas delas repetidas, mas para ser honesta, ao fim de dez minutos já nem sabia quem era quem, ou sequer me lembrava dos nomes. O que podia fazer, esperar que alguém chamasse?
Como as primeiras festas ainda eram no resort decidi não ser muito arrojada e levar umas calças à boca de sino e um top rameado.
Chegámos à discoteca todos a cantar, fomos parados pelo fotógrafo porque, no primeiro dia, já chegar um grupo enorme era motivo suficiente para uma memória gravada. Entrámos preparados para arrasar na pista de dança não fosse a pista estar cheia. Ficámos uns quantos a um canto enquanto outros foram buscar o que eles chamavam cerveja, no entanto era mais espuma que líquido em si. Quando estava tudo servido avançámos para o centro da pista e começámos a dançar.
- Bia essa cerveja já está muito morta, não queres ir deitar fora e buscar uma sangria? - disse-me a Helena.
Fomos. Quando voltei ao interior da discoteca voltei a dançar e comecei a sentir uma mão na minha cintura vinda de trás, olhei para trás, nunca o tinha visto, e ele afastou-se. Continuei a curtir a festa e ele agarrou-me outra vez, desta vez com as duas mãos. Forcei-me para não dar nas vistas e limitei-me a dar um passo em frente e dançar com as minhas amigas que já estavam perto. Cheguei até elas mas não sei como, tremia por todo o lado.
Mais tarde nessa noite começo um mosh pit e curiosamente encontrei esse rapaz outra vez, quando ele me viu... virou-me o copo da sangria em cima. A masculinidade frágil.A festa acabou às duas e começou logo a conversa de onde seria o after, vai ser no bungalow da Rita.
- Amigos, vou só ao meu bunga para tirar as lentes e ficar mais confortável. - respondi-lhes eu a apontar para as calças sujas de sangria - Amora, diz-me só qual é o número do vosso.
- Quatro. Bungalow quatro.
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Escrito no teu olhar
AbenteuerA história de uma rapariga normal. Com uma vida normal... Até à viagem de finalistas! *********************************************************************************** Esta é a história de uma jovem de 17 anos, a típica aluna certinha, conhecida p...