Depois de muitos abraços, lágrimas e risos, a música parou. As luzes começaram a apagar-se e começámos a dirigir-nos para o exterior pela última vez.
A última fila para o autocarro. A última viagem às seis da manhã de volta ao resort, aos bungalows, à zona catorze.
Entrámos num autocarro quase cheio, ficámos os dois nos primeiros bancos juntos que encontrámos, o nosso habitual, que brevemente passaria a ser apenas uma memória.
Dentro de mim só coexistiam perguntas: Será que ele não sentiu o mesmo que eu? Será que o nosso beijo não foi bom? Será que ele pensa numa amizade nossa depois de tudo o que aconteceu nesta semana? Será que...? Será...- Bia... Estamos mesmo a chegar ao resort... Está a chover... - ouvi o Leonardo sussurrar para me acordar, na nossa última viagem eu tinha adormecido novamente nos seus braços. Já acordada continuava a debater-me com as mesmas perguntas.
- Leo não queres esperar por eles?
Perguntei-lhe quando saí do autocarro. Ao que ele me respondeu: "Vamos os dois a correr porque se ficarmos à espera deles ainda vais ficar mais doente. Vamos."
Começámos a correr lado a lado, praticamente abraçados para nos ampararmos.
Quando chegámos à escadaria que dava acesso à nossa zona de bungalows a chuva tinha abrandado e nós permitímo-nos parar, olharmo-nos nos olhos e rir porque sabíamos exatamente a história daquela escada e a necessidade desta se manter apenas entre nós.- Tens frio?
- Tenho. - Respondi apenas enquanto subimos e aquela pequena caminhada até à zona catorze que se tornou na mais torturante. Se por um lado queria manter a distância para evitar a dolorosa despedida que se aproximava, por outro queria, nem que fosse, abraçá-lo, pela última vez.Entrámos na zona catorze, fizemos a curva para o bungalow dele e finalmente eu tinha o meu discurso de despedida ensaiado.
Comecei por dizer que se me tivessem dito antes de chegar que me ia apegar tão facilmente a um grupinho de desconhecidos, eu responderia que isso nunca iria acontecer. Ele sorriu. Vou ter saudades destes sorrisos! Continuei a dizer que não sabia o que tinha acontecido desde a noite do semáforo porque durante o dia ele parecia quase sempre distante e à noite só dançava comigo, sem demonstrar qualquer vontade me beij...
A chuva aumentou a intensidade de repente. Era o cenário perfeito.
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Escrito no teu olhar
مغامرةA história de uma rapariga normal. Com uma vida normal... Até à viagem de finalistas! *********************************************************************************** Esta é a história de uma jovem de 17 anos, a típica aluna certinha, conhecida p...