Escrito no teu olhar

Capítulo 10 - Borboletas

- Já se encontraram! Ainda bem. Ele não queria ir para dentro sem te perguntar se ias lá ter connosco. - denunciou o André.
Sorri. Estava à minha espera.
Entrámos e, tal como ontem, agarrou a minha mão e levou-me até ao resto do grupo.
Poucas danças depois, já estava novamente a sua mão na minha cintura, os casulos instalaram-se no meu estômago e ameaçaram libertar todas as borboletas quando a outra mão pousou do outro lado da minha cintura. Encostei-me ao seu peito e senti a sua respiração pesada, não era a única a tentar manter o controlo do próprio corpo.
O concerto da noite não estava a ser nada de jeito, já estava quase a dormir no ombro dele até que um amigo dele sugeriu irmos para uma tenda que passava música bem mais animada no exterior da discoteca. Olhámos um para o outro e eu disse:
- Ou vou para a tenda ou vou para a fila para o autocarro.
Jogo baixo, eu sei. Ele não queria ir para a tenda mas também não queria que fosse sozinha para casa.
- Vamos para a tenda ver o que dá.

Muitas músicas depois ouvimos o dj avisar que ia acabar e tínhamos que nos dirigir às filas para voltar ao resort. Sentei-me no autocarro ele sentou-se comigo. Desta vez não tinha sono mas encostei-me ao vidro para não dizer nada que me prejudicasse mais tarde. Não tardou até ele atrair a minha atenção com a sua mão a fazer pequenos círculos na minha coxa. Trocámos olhares. Ele ajeitou-se no banco. Eu encostei a cabeça ao seu ombro e ele encostou a sua à minha. Assim ficámos até chegar ao resort. Caminhámos de mãos dadas até à nossa zona catorze, separámo-nos com um beijo na face.