( concluido 💛)
betado/revisado - @sunshine_jmy
Gulf Kanawut, um alfa que facilmente se passa por um ômega, trabalha em uma das maiores empresas de tecnologia como chefe do departamento de criação. Sempre recebia grandes críticas por sua aparência...
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Entro em minha sala e Mek estava olhando para a janela. Assim que nota minha presença ele sorri e foca a atenção para mim. Pego meu celular mandando avisar ao Mild que alguém mexeu nas coisas do Mew. Abro a gaveta vendo o projeto dos nossos novos modelos.
- Eles não param né? - Mek fala e sorrio.
- Sim... - falo sorriso e pensando em Supassit todo irritado, ele ficava com as pontas das orelhas vermelhas e um olhar autoritário.
-Hmm... e esse sorriso apaixonado, está pensando em quem? - Mek pergunta me olhando. Ele sorri tocando em meu braço - É no irresponsável que fez você faltar no meu aniversário?
- Hmm? - Arqueio a sobrancelha.
- Sabe que nossos pais ficam preocupados com você, Gulf... - Mek fala e reviro os olhos dando um leve murro no braço dele - É sério.
- E você, quando vai conseguir alguém? Fica enchendo o meu saco, mas é o mais velho - digo e ele ri negando com a cabeça.
- O amor não serve pra mim - ele diz e reviro os olhos, meu irmão consegue ser ridiculamente dramático.
- Quando você vai esquecer ela? - pergunto e ele me dá um olhar vago e vira o rosto me evitando para não falar mais sobre isso. Suspiro indo me sentar no sofá.
O silêncio é longo. Ele parecia estar pensando em algo. Sim, eu e Mek somos irmãos, ele é mais velho do que eu. Perdeu a esposa e o filhote em um acidente há alguns anos e isso o fez se fechar para o amor.
Ele só tem vinte e sete anos, casou-se ainda jovem, com vinte três. Um exemplo de orgulho para a nossa família. Aos vinte e cinco sua ômega ficou grávida, mas sofreu um acidente e morreram ela e o bebê.
Ele ficou arrasado, estamos andando a passos de bebê com ele, que fingia ser alguém sorridente, carismático, mas no fundo não é mais aquele Mek que conhecíamos. Hoje ele é tão vazio quanto uma tela em branco.
- Sabe - ele volta a falar do nada - Eu acho que você está apaixonado, irmão... - ele diz e se levanta com as mãos nas costas e um sorriso esperto - Acredito que você esteja me escondendo algo.
- Não estou escondendo nada - falo rápido demais e ele aponta o dedo para mim dando um sorriso esperto e mordo o lábio com força.
- Você marcou ele com o seu cheiro, acredita mesmo que ninguém iria notar isso? - ele fala - E ele parece tão acostumado com seu cheiro que nem percebe. O que você fez?
- Eu não marquei ele - resmungo irritado.
- A marca não é apenas uma mordida - ele resmunga - O cheiro é uma ligação, a conexão de um sentimento, um elo entre companheiros. Você não pode pegar um ômega e despejar dentro dele ou dar o nó, desencadeia muita coisa que... não é bom - Mek conclui.
- Eu não fiz isso, Mek. Relaxe - digo e ele cruza os braços mantendo o olhar em mim.
- Gulf, você deveria aceitar que gosta dele e...
- QUE PORRA! - grito e ele me olha arqueando a sobrancelha - Eu já disse que não quero ninguém, já disse não quero me apaixonar, viver essas merdas... não preciso disso, porra! - fala irritado.
- Gulf... você merece ser feliz - Mek diz e me levanto irritado olhando para ele.
- E me tornar como você? Me diz, você é feliz, Mek? - digo e ele abre e fecho a boca várias vezes, vejo mágoa e tristeza genuínas em seu olhar. Ele suspira e se afasta para sair dali – Mek, desculpa... Eu...
Ele não me dá oportunidade para falar, mas o sigo chamando seu nome. Mew se levanta surpreso por me ver assim.
- Mek! - digo e seguro o pulso dele o impedindo de ir, ele se vira para mim e me encara
- Se não quer ficar com o ômega, tudo bem, eu fico com ele. Até que é bonito né?!
Respiro fundo sabendo que ele só queria me descontrolar. Bufo e seguro a camisa dele. Mek até poderia ser mais velho do que eu, mas ainda assim mantenho minha raiva.
- O que? Está com raiva? Não foi você quem disse que não queria? Pois bem, eu quero - ele continua - Olhando bem, até que ele é bonito, pele bonita... imagina marcar ele...
Minha respiração fica entrecortada, fecho meu punho com força e é rápido quando lhe dou um soco. Ele nem sai do lugar, arqueando a sobrancelha, e devolve o golpe que me faz me desequilibrar. Olho para Mew que estava com um celular apontando para mim e comia pipoca.
De onde merda ele tirou essa pipoca?
Me levanto devagar e ameaço ir até ele, mas ele segura a minha camisa, me prendendo contra a parede e me mantendo firme ali. Rosno e ele rosna de volta, fazendo o meu lobo se acanhar.
Eu poderia ser forte como fosse, mas ainda assim ele é o meu irmão mais velho, seria o que muitos chamam de líder da matilha, eu não poderia me revoltar contra ele.
- Quem não cuida perde para concorrência - ele sussurrava - Você pode ter crescido, pirralho, mas ainda sou seu irmão, você não tem nenhuma autorização pra falar algo de mim. Que educação de merda! Então, se resolva se gosta ou não dele, se não gosta, deixe-o livre. Ninguém merece se envolver com alguém que não sabe o que quer! - ele acusa e vejo as lágrimas escorrerem por seus olhos. Ele me solta ajeitando minha roupa.
- Mek - falo me sentindo culpado por tê-lo feito relembrar - Desculpa...
- Aproveita enquanto você tem, Gulf. Se perder, não terá chances para lamúrias. E se ele se apaixonar por outra pessoa, terá sido você a ter o entregue de bandeja, não valerá se arrepender depois. E se ousar virar um louco destruidor de lares eu mesmo te quebro, pirralho! - ele bagunça o meu cabelo e olha para Mew que só agora anda até nós.
- Precisam de algo? - ele sorri – Pode, por favor, dar outro murro nele? Ele gritou tanto comigo no início que tá merecendo uns mais fortes - Mew diz e isso faz o meu irmão rir.
- Quer almoçar comigo? - ele chama Mew que sorri largamente.
- Sim, vamos!
- Você tem... trabalho - digo entredentes.
- Que isso maninho, eu devolvo ele inteiro depois. Vamos? - Mek o chama e pisca para mim sorrindo. Mew concorda e vejo os dois saírem e eu continuo ali parado.
Rosno e chuto o ar. Mek estava brincando com fogo. E ele vai se queimar por mexer com o meu ômega.
