Capítulo 6

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Camila Cabello Point Of View

Uma semana depois

Lauren não acordou da primeira vez, nem da segunda e muito menos da terceira. Eu já estava perdendo as minhas esperanças, mas a família dela não. Eles acreditam que ela irá acordar logo, eu como médica sei que quanto mais tempo demorar, são maiores a chances dela nunca acordar, ou ter sequelas irreversíveis. Mesmo diante disso, todos os dias eu vou em seu quarto observa-la. Ontem a tarde mandei as enfermeiras fazerem uma série de exames nela, quero descobrir o por que de não acordar, mesmo reagindo a minha voz.
Ainda assim, não consegui descobrir nada. Aparentemente ela está em ótimas condições, agora tudo que resta é esperar por um milagre.

Austin não sai do meu pé, essa semana já tentou mudar meu horário de cirurgias cerca de cinco vezes, porém sempre tem alguém que me avisa corretamente a hora de operar.

Isso começou a ocorrer assim que a diretora do hospital, Normani decidiu me promover como chefe do setor de Neurocirurgia. Austin era o principal candidato para isso, entretanto a cirurgia que fiz em Lauren foi muito bem reconhecida pelo conselho do hospital.

Estou muito orgulhosa do meu serviço, sei que fiz tudo que poderia. A única coisa que me deixa desanimada é a minha paciente ainda não ter acordado. Nessa semana que se passou, eu me apeguei demais a ela. Todos os dias os parentes vem visitá-la, e a amiga dela também. O clima fica bem estranho toda vez que Verônica se encontra no mesmo lugar que Clara, a mãe de Lauren. Suponho que as duas não se gostam muito.

Por falar nas duas, observei ambas discutindo no corredor em frente a porta do quarto de Lauren. Me aproximei rapidamente para evitar um possível tumulto, há pacientes que necessitam repousar em silêncio.

ㅡ Você não tem o direito de dizer se eu posso ou não visitar a minha própria filha, Verônica! - Gritou a senhora Jauregui.

ㅡ Claro que posso, nós duas sabemos que ela está magoada com você. Não acha que foi o suficiente ter expulsado de casa, ainda quer pagar de boa mãe vindo aqui? Ora, me poupe. - Riu irônica dando um olhar mortal para a mais velha.

ㅡ Por favor, se forem discutir façam isso fora do hospital. Aqui é um lugar que exige silêncio. - Reclamei me intrometendo e tentando acalmar as duas.

ㅡ Eu já estava de saída.

Clara saiu do recinto dando passos pesados, Verônica suspirou e abaixou a cabeça.

ㅡ Parece que eu sempre tô querendo arrumar barraco, não é? Me desculpe, Doutora. Eu juro que não sou assim mas desde que tudo aconteceu, eu estou péssima. Lauren é minha "irmã", não sei o que seria de mim sem ela. - Desabafou tristemente, coloquei uma mão em seu ombro mostrando apoio.

ㅡ Sei que tem sido uma semana estressante, ela irá acordar. Tenha um pouco de fé. Por que não entra e conversa um pouco com Lauren? - Sugeri e Verônica assentiu.

Abri porta e apontei para poltrona, indicando onde deveria sentar. Aproveitei para examinar e Lauren estava bem. Anotei algumas coisas enquanto ouvia Verônica falar com a amiga.

ㅡ Acredita que sua mãe tá sempre aqui?  Ela nem me deixa vir falar com você, hoje eu chutei a bunda dela daqui.  Você tem que  acordar logo, Lo. - Observei Verônica segurar a mão de Lauren, arregalei os olhos ao ver dois dedos se mexerem.

ㅡ Parece que alguém está com saudades. Continue conversando com ela, é um ótimo estimulo.

Peguei a minha lanterninha e Lauren reagiu em ambas as pupilas.

ㅡ Lolo, se você abrir os olhos, eu juro que nunca mais transo no sofá da sala. - Me assustei com a fala da garota.

ㅡ Mentirosa. - Lauren sussurrou.

ㅡ Meu Deus, você acordou!  - Dei pulinhos de felicidade, minha cirurgia foi um total sucesso.

ㅡ Finalmente, Lauren. Eu não estava mais conseguindo lidar com nada sem você. 

Verônica foi tentar abraçar a amiga mas não deixei, poderia acabar machucando pois o corpo ainda estava muito sensível.

ㅡ Lauren, sabe o que aconteceu? - Questionei e ela balançou a cabeça em concordância.

ㅡ Sofri um acidente de carro, não foi?

ㅡ Sim, faz uma semana. Fico feliz que tenha acordado. - Sorri analisando seus sinais vitais.

Ela está agitada demais, é melhor aplicar um pouco de morfina. Pensei.

ㅡ Lauren, tá tudo bem? Está com uma carinha triste. - Verônica perguntou fazendo carinho em seu cabelo.

ㅡ Estou com dor de cabeça, informação demais. Minha mãe está aqui?

ㅡ Eu vou aplicar um analgésico. E irei deixar vocês sozinhas para conversar.

Coloquei o remédio na veia e anotei algumas coisas na ficha dela, sai do quarto e fui até o quadro de cirurgias, ainda tenho muito trabalho hoje.

ㅡ Está feliz demais, posso saber o motivo? - Austin apareceu no meu campo de visão com um sorriso sarcástico.

Ele não cansa de me encher o saco? Maldito seja!

Suspirei revirando os olhos, e tentei ignora-lo indo ao elevador para a minha próxima cirurgia. Mordi o lábio ao vê-lo entrando junto com duas enfermeiras. Apertei o botão do décimo andar e sai assim que as portas se abriram.

ㅡ Vai continuar me ignorando até quando? Não sabe ser profissional?

ㅡ Austin, você vai continuar me seguindo até quando? Não sabe ser profissional? - Rebati com suas próprias palavras.  ㅡ Se me der licença eu tenho uma cirurgia, sou bem ocupada diferente de você que só sabe correr atrás de mim igual um cachorro.

Finalmente consegui me livrar desse cara, nunca vi alguém tão irritante e persistente igual ele. Adentrei a sala de cirurgia e me preparei para mais um dia de trabalho.


Hey pessoal desculpa pela demora, esse capítulo tava pronto a uns dois dias mas eu esqueci de postar por que eu estava assistindo Diário de um vampiro pela segunda vez.
Enfim espero que tenham gostado do capítulo e não esqueçam de votar pois isso me incentiva a continuar escrevendo.

Beijos e até logo!

Beyond time  ㅡ CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora